terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Aprendi que

Como um apanhado geral do ano, já que ficarei ausente até 2011, resolvi não contar em uma espécie de diário mas sim talvez lições que nesse ano bem incomum que talvez tenha sido um marco, um divisor de águas muitas vezes cruel da minha vida. Acho que meu retorno de Saturno veio uns 2, 3 anos antecipado... Mas foi legal
Não cronologicamente falando, nesse ano eu aprendi que:
Amigos são amigos e colegas são colegas
Que existem tantas pessoas interessantes no mundo
Que de um dia pro outro tudo muda e também muda tudo de volta
Que a expectativa é realmente proporcional a decepção
Que segurança demais não faz bem a ninguém
Que todos ao seu redor percebem sua insegurança
Que o amor é uma Via de Mão Dupla
Que existe tanta gente que você não conhece que chega a ser até estranho você amar alguém não vendo todas as possibilidades
Que só as duas primeiras semanas da dieta são horríveis
Que sair e não beber é um porre
Que o dinheiro não compra o verdadeiro perdão
Que o homem só ama o ciúme
Que Puta Paulista odeia carioca porque eles querem comer de graça (me contaram)
Que não dá pra fazer nada sozinho quando se tratam de dois
Que a tristeza por maior que seja de um dia pro outro desaparece
Que a saudade não é coisa que dá e passa
Que tudo que extremo é uma merda e tudo que exagerado pro bom, uma hora também será pro ruim
Que daquele lugar que você menos espera é que realmente não sai nada
Que nem dá pra você espera que alguém aja com você do mesmo jeito que agiu com ela
Do mesmo jeito que um dia agirá errado com alguém que agiu correto com você
Que ser alérgico é uma merda
Que arrancar os 4 sisos de uma vez não é assim tão traumático
Que comemorar aniversário em uma casa de Swing pode ser engraçado
Que dependendo do que acontece o show de sua banda favorita pode ser uma merda
Que o choro foi feito pra gente não explodir
Que amigos são amigos até entrar mulher e dinheiro no meio
Que fazer planos em longo prazo é necessário, mas não garantia de sucesso
Que tirar a camisa a -15 graus não é algo legal
Que um palco pode ser um ambiente muito agradável quando se está bêbado
Que a família sempre será o que você tem de melhor
Que tudo é de graça pode ser duvidoso
Que por pior que você seja sempre vai aparecer alguém legal
Que fica difícil alguém gostar de você se nem você gosta
Que fica difícil também você gostar de alguém, se nem gosta de você
Que existem coisas que não precisam ser ditas
Que a distância de quem se gosta é necessária
Que essa vida de festas é uma doce ilusão
Que a Vodka pune
Que seja o que for “a vida tem dessas coisas”
Que algumas coisas estão realmente escritas
Que falar demais sem pensar pode ter conseqüências desastrosas
Que beber Absinto com Vodka no mesmo dia é foda
Que correr faz você se sentir bem
Que malhar é ruim, mas ajuda pra tanta coisa
Que te tratarão diferente dependendo com quem você esteja
Que a gente só fica sozinho se quiser
Que quem não é visto não é lembrado
Que ninguém engana a gente, a gente que se deixa enganar
Que nem todo mundo gosta de ser agarrada dentro de um carro
Que independente da vitória ou derrota em uma copa a festa sempre será boa
Que a pessoa ser especial ou não, nada tem a ver com o tempo
Que surfar é difícil
Que o Rio é o melhor lugar do mundo pra se morar
Que sacrifícios no final podem ser prazerosos
Que dinheiro não é papel
Que desabafar é bom
Que nunca é tarde para se começar ou recomeçar algo
Que não é na primeira topada que eu tenho que desistir
Que quando se emagrece normalmente perdem-se roupas
Que tirar férias em janeiro até pode ser interessante
Que ninguém pode ditar o nosso valor
Que a vida é muito longa pra gente falar que algo é definitivo
Que só eu sendo eu mesmo realmente vou saber quem gosta de mim
Que a vida dá voltas
Que o truque do calendário é fenomenal
Que mesmo no fundo do posso a gente pode ter esperança
Que a tristeza mesmo não parecendo é coisa da nossa cabeça
E que haja o que houver a sensação de que o melhor ainda está por vir, sempre vai existir

Feliz 2011 com novos ensinamentos para todos.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Primos...

Tudo resolvido
Exato como a conta egoísta de dividir
Sem resto
Sem zero que sobra
Sem vírgula
Parece que alguns números nasceram mesmo pra serem dividos
Tipo o quatro
Ou o dois...
Normalmente os defeitos dos números
Sobrepõe sobre a qualidade deles
Que mundo imperfeito este, não?
Onde os números primos
São solitários
São sempre deixados de lado
Tão frágeis
Tão figurantes da existência
Por se se dividirem
Por eles mesmo
E quando sobram, sobra o Um...
Mas o um não é melhor que nada?
E ainda tem essa cobrança
E a parte boa dos números?
Vai para onde?
E imagina eu
Que não sou número
Não me divido
Nem sozinho
Nem por mim
Nem por ninguém
E só escrevo
Às vezes o que é
Às vezes como foi
Não faço conta
Mas só escrevo
O que vivo
O que queria viver
Ou o que nunca foi
E às vezes até faço diferente
Do que faria
Do que fazia
Nunca sou exato
Sempre tem zero que sobra
Virgulas e coisas soltas
Como os ditados
Que agora são feitos para serem aprendidos
Não só falados
Essa coisa de:
"Faça o que eu digo, não faça o que faço”
Não tá com nada
Somos exemplos de nossos atos
E é disso que o mundo precisa
Para o que for feito ser deixado aí
A vida é em si é um trampolim pro final
Enquanto isso eu vou aproveitando
E aprendendo com os números
Que eu não preciso ser dividido
E nem de fita do senhor do Bonfim
Pra ser feliz

sábado, 25 de dezembro de 2010

A Volta do Cão Arrependido

Pisando em ovos
Passo a passo
Tentando o melhor
É meu destino

E por mais que provo
Tudo que faço
Parece menor
Eterno menino...

Não existe coisa eterna
Mas queria ter paz
Dormir e acordar
Sem ter o que incomoda

Ou sem essa inconstância que alterna
De que o sim é menor que o nunca mais
Logo agora que voltei a andar
Ainda tenho que ser dependente da cadeira de rodas?

Pegou mal não ter atendido
Pegou mal eu ficar falando sozinho
Um detalhe tem tanto peso?
Como um maldito pacto com o diabo

E por mais que não tenha recebido
E eu estivesse no caminho
Fiquei meio surpreso
Por não ter respondido meu recado

E volta a eterna frustração
De querer voltar atrás nos detalhe
Que eu nem sei se fiz
Mas tudo muda

Como é ruim viver nessa condição
De que cada palavra que se fale
Cada momento que se quis
Seja mais um que se iluda

E os livros que li?
A música que gosto?
A comida que deixo no prato?
A qualidade que procuro?

E os filmes que vi?
As situações que aposto?
O apelido de chato?
As coisas que aturo?

Como isso fica perdido
No meio de atitudes
Que valem de nada
Mas parecem definir pra você "o que é a sintonia"

É volta "O Cão Arrependido"
A velha virtude
Que não percebe que nem só a risada
É fundamental pra alegria

O problema é que nem sempre se acredita
Que as coisas realmente podem ser
E os defeitos só não existiam em tudo que é meu
Porque você não encontrava


E por mais que eu não admita
Talvez só naquele amanhecer
Você percebeu
Que eu sou apenas humano, e não o príncipe que você procurava...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Orgulho do Leite Derramado

Se eu fosse o Síndico
Eu proibia a entrada dele no prédio sem determinar o prazo
Se eu fosse Paparazzi
Espalharia no jornal que estava tendo um caso
Se eu fosse Policial
Prenderia ele bem no dia do seu aniversário
Se eu fosse o Patrão
Deixaria ele Três meses sem salário
Se eu fosse Padre
Faltaria no dia do casamento
Se eu fosse o Obstetra
Só Deus sabe o quando seria o nascimento
Se eu fosse mecânico
O carro dele ia viver quebrado
Se eu fosse Salva Vidas
Deixaria ele morrer afogado
Se eu fosse músico
Faria uma música dizendo o quanto ele é te maltrata
Se eu fosse revolucionário
Organizaria contra ele uma passeata
Se eu trabalhasse no shopping
Indicaria o pior presente pra você
Se eu fosse Oftalmologista
Nem você ele ia mais ver
Se eu fosse amigo dele
Falava para ele te dar um “balão”
Se eu fosse teu amigo
Te contaria tudo te explicando a "situação"
Se eu fosse Dentista
Arrancaria todos os dentes
Se eu fosse Psiquiatra
Bagunçaria sua mente
Se eu fosse Deus
Todo dia que ele fosse pra praia seria sem sol
Se eu fosse cuidasse de cadáveres
O dele seria o único sem formol
Agora se eu fosse você
Largava esse Mané e me ligava
E se eu fosse ele
Te seguraria e nunca mais soltava...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Alegria Que Vem...

A alegria vem
Em forma de som
Em forma de bem
Em forma de dom

A alegria vem
Vestida de azul
E de branco também
Pra passar o ano no Sul

A alegria vem
Em forma de mensagem
Em forma de “certo alguém”
Em forma de paisagem

A alegria vem
Em forma de sono
Em forma de vaivém
Em forma de tudo que como

A alegria vem
Em forma de vodka misturada com suco
Em forma de todo “porém”
Na forma da voz que escuto

A alegria vem
Em forma de nome composto
Em forma de amém
Em forma do mesmo gosto

A alegria vem
Em forma de risada
Em forma do "tudo bem"
Porque ela "tá" atrasada

A alegria vem
Em forma de kit
Em forma de “harém”
Em forma de tudo que existe


A alegria vem
E eu que sempre fui triste, sem perceber virei refém
Da alegria que vem
Da alegria que vem...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Universo Conspira

O Universo universalmente conspira
Contra o Soldado que aspira
O alérgico que espirra
O gordo que transpira
O fumante que respira
O apaixonado que suspira
O enfermo que delira
A roleta do jogo que gira
O Policial que atira
O louco que pira
O dono do Zafira
O apelido de Curupira

O universo particularmente conspira
Dando o parente Caipira
O amigo que é Traíra
A garota que se Mira
A noite de insônia que a cama Revira
O desprezo de quem se admira
O Chefe que diz “se vira”
O desgraçado que pega a mentira

O universo e a lição que se tira
É que independente se o mundo gira
O universo
Sempre conspira...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Carrega-dor

Desculpe te ligar essa hora
Sei que é tarde
Quase cedo
Mas teu vigia ta com medo
Ta desconfiado
Com o meu olhar desesperado
Dentro de um carro preto
Ainda aquele
Manda esse cara aí do seu lado
Voltar a dormir e ficar calado
Que o assunto nem é com ele
Desculpa minha voz meio embolada
Sei que é normal, mas hoje ta demais
Tava na noitada
Tava chorando
Andei pensando
Bebendo um pouco mais
Que eu lembro
Dirigi bêbado também
Ah, é dezembro
E nem passei de cem
Eu sei que não devia
Mas ouvi nossa música
Não deu pra segurar
Eu vir pra te contar
A lei seca tentou me parar
Mas quando contei meu caso
Eu fui liberado
E só não fui escoltado
Porque eu tava com pressa
Mas antes fiz a promessa
Que eu devia te contar
Um bando dessas coisas que “eu já”
Mas você não sabe
Ou pelo menos não sabia
Eles me obrigaram a te falar
O velho nada com nada
Que a gente dizia
A vitória do concurso de lambada
O celular de dentro de privada
Ou o dia que fui ao Maraca torcer pro América
É... Nunca soube muito bem o que era ter Ética
Mas você me mudou
E agora me deixou
Quase vazio como essa garrafa
Que praticamente matei de em golada golada
Mas acho que era falsificada
Porque minha cabeça ta doendo
Esse barman anda me fudendo
Mas falando a verdade
Sei que ta tarde
Os vizinhos que saem cedo então me vendo
Eu tava inventando
Minha bateria ta acabando
Não teve música
Não teve nada
Para com essa risada
Deixa-me eu falar
Ir embora
E não mais voltar
Pra esse personagem
Meio triste, meio mole
Vou tomar mais um gole
Pra ganhar coragem
E finalmente realizar
Aquela promessa antiga
Que você inventaria
De um dia a gente voltar
Então vai lá
Pausa pra respirar

Quer Ca
Quer Ca
Quer casar...?
Não desliga
Não desliga
Não desliga...
.....................
Maldita bateria!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vende-se um Coração

Vende-se um coração
Em bom estado
Apesar de já ser usado
Pelo menos fisicamente falando
Ele tá bem
Ta respirando
Vende-se um coração
De segunda mão, terceira, quarta o que for
Com muita gente que já
O maltratou
Enganou
Esmagou
Usou
Mas ele é forte
E do jeito dele
Mesmo com falta de sorte
Quase sempre se recupera
E o melhor espera
Vende-se um coração
Mutável
Às vezes sensível
Incansável
Às vezes inatingível
De manteiga
Que se emociona com uma música
Um mendigo pedindo dinheiro
Já em outras
Acha besteira
E frio como uma rocha
Inabalável com o desespero
Pensa nele primeiro.
Vende-se um coração
Meio burro
Mesmo quando pensa em sonhos
Coitado
Que bisonho
Pensa que a dona vai voltar
Acha que ela vem se desculpar
Pensa que ela vai aparecer
Pensa que vai voltar pra te ver
É meio inocente
Com esse sonho permanente
Vende-se um coração
Bem grande
Cheio de
Tristeza
Incerteza
Culpas
Desculpas
Arrependimentos
Momentos
Lembranças
Maldades
E saudades
Cabe tudo que quiser
Cabe o que você trouxer
Vende-se um coração
Esperançoso
Que sempre acredita
Que vai ficar tudo bem
Só quer acreditar
Que a alegria vem
Um dia do nada
De uma vez pra ficar
Vende-se um coração
Que sente dor
Muita dor
Que ele queria transpor
Dividir
Dar
Doar
Se livrar
Sei lá...
Vende-se um coração
Que não agüenta mais ser solitário
Preferia ser guardado em um armário
Ao invés de implorar pra ser de alguém
Ao invés de chorar a noite por não ter ninguém
Quer apenas que toda essa tristeza passasse
E no fundo só queria que você voltasse...
Mas enquanto isso...
Vende-se um coração
Vende-se um coração

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Do Contrário

(Dudu Mendonça/Rafael Thomé)

Queria que sábado e domingo fosse dia de semana
E segunda a sexta o final
Queria que nascer velho
E morrer criança fosse o normal
Queria que meus pais fossem mais jovens
E nunca se fossem antes de mim
Que todos os nãos que eu recebesse
Soassem como um belo sim
Queria que cada aniversário que eu fizesse
Deixasse-me mais novo
Queria chocolate emagrecesse
E que comer salada deixasse gordo
Queria que sexo com camisinha
Transmitisse doença
E o sem camisinha
Fizesse bem à beça
Queria que o sistema público
Fosse melhor que o particular
Queria que ser morador de rua
Significasse ter um lar
Queria que álcool fosse essencial
Para a sobrevivência da vida
E refrigerante fosse igual água
Obrigatório tomar todo dia
Queria que frustração
Seria ter exatamente o que quis
Mas trocaria tudo pra saber o quanto eu sofreria
Antes de te fazer o que fiz...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lição

Escolha seus amigos pelo o que eles são não pelo o que tem
De prioridade ao amor pelo o que é, nada além
Permita-se ser e deixa que o outro seja
Não limita-se em fazer algo com medo de que a “turma” o veja
Goste, ame aquele que por algum motivo quer gostar
Não procure motivos em terceiros para se podar
Você não compra pessoas como roupas, carros e festas
E se te alguém que você compre, com certeza essa pessoa não presta
Olhe todos iguais, independente do endereço que mora
Fique com o amor que realmente espera, mesmo que esse ainda demora
Largue os preconceitos, enxergue o valor de cada um
Tenha amigos distintos, não se incomode com aquela amizade incomum
Lembre-se sempre que todo mundo tem o seu valor
Carregue no peito o passado, ele será seu guia onde quer que for
Não se ache melhor que ninguém, mesmo que certas atitudes te façam mudar de opinião
Seja apenas você mais nada, e guarde essa lição:
Os valores que hoje fazem você se achar superior a alguém
São os mesmo que na frente farão se sentir inferior também...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Parce Que C'etait Moi, Parce Que C'etait Pour Toi

Uma vez você cantou que eu te dava sorte
E eu falei pra todo mundo que você me fazia forte

Como pode você ter azar e me deixar sem força?
Será mesmo que nosso amor merecia viver entre as moscas?

Eu preferiria ter a vida de um comercial de televisão
Em que os 30 segundos nem dão tempo pra frustração

E ainda por cima, nesse tempo tudo funciona como o programado
Se eu tivesse esse dom, com certeza ainda estaria ao seu lado

Sem me contentar só com os sonhos pra podermos dialogar
Como parecia um tempo distante aquele que podia te ligar

Ou te ver, aparecer sem avisar, chegar sem ser convidado
Se fizer isso hoje, o porteiro que me conhecia, diria que estou no prédio errado

E não daria nem pra interfonar, se é que me compreende
Vai que eu ligo, e uma nova versão minha atende.

Dizendo que agora você é dele, que seria melhor eu desaparecer
Que otário, mal sabe ele quantas vezes você me disse que amaria até morrer

Eu tô vivo! Por isso no fundo eu acredito, que esse será pra sempre o nosso drama
Só porque a gente não se vê não que dizer que não se ama

Mas é duro, é estranho, é doloroso não estar com quem se gosta
Por mais que eu procure parece que nunca terei resposta

Nem algo que justifique o porque que hoje em dia a gente nem se fala “oi”
Talvez a única coisa que me fez ficar mais conformado com a vida foi

Achar a explicação mais simples que me ajude a esse caos todo entender
A gente só viveu isso tudo por um motivo:
Porque era eu,
Porque era você...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Deixa Pra Próxima...

É foda puxar assunto
Com quem não ta afim
Normalmente monossilábicas
Resumem-se em ”não ou sim”

Tento falar do sol
Ou do tempo
Invento temas absurdos
Como: A Evolução da Velocidade do Vento

Penso em piadas diárias
Pra criar um diferencial
Mas nem acha graça
Parece não ter expressão facial

Exercito minha Disgrafia
Com textos intermináveis pra você
E acaba tão rápido
Que acho que no fundo nem lê

Escrevo uma página de assunto
Pra talvez chamar atenção
Você se resume a uma linha de resposta
E aposto que só por educação

Chamo-te pra noite
Você prefere o dia
Convido pra praia
“Estou naqueles dias”

Chamo para um almoço
Em minha churrascaria predileta
Você não se anima muito
“Ah... Estou de dieta”

Te convido pra tomar um Chopp
Agora através de um torpedo
Você demora a responder
Mas diz que amanhã acorda cedo

Mas tem horas que você parece que vai
E eu precipitadamente festejo
Mas sempre tem reunião na casa de uma amiga
"Faz tempos que não a vejo"

Falo do cinema
E de um filme que saiu
Você cita um amigo camelô
E que logo esse filme já viu

Então chamo pra outro
Você diz que tem um show
Eu sou intrometido
Falo que nesse também vou

Me deixa sem resposta
Do MSN você se desliga
Eu vou e falo de novo
“Sabe o que é... É que vou com amigas”

Quando ligo não atende
"O telefone nunca fica comigo"
Mas se ligo de outro número é sempre de primeira
Tudo bem, eu finjo que acredito

Pergunto do fim de semana
Você me fala “o que tem”
diz que vai viajar
e eu: "Que coincidência eu também"

Novamente fico sem resposta
Perguntando se dá então pra gente sem encontrar
Educadamente você diz que verá como ficarão as coisas
E “Se der eu passo por lá”

Mas não passa
E nem liga pra dar resposta
E se novamente eu toco no assunto
Você diz o eterno: “Deixa pra próxima...”

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pretensão

Pescar não é Peixaria
Fazer pão não é Padaria
Fazer barba não é Barbearia
Malhar não é academia
Estar junto não é companhia
Sorrir não é ter alegria
Chutar o futuro nem é profecia
Ser sincero não é grosseria
Ser nobre não é burguesia
Briga entre dois não é covardia
Passar trem não é Ferrovia
Sonhar não é fantasia
Vender livros não é livraria
Passar carros não é rodovia
Fazer vidro não é Vidraçaria
Falar do futuro não é profecia
Nem todo namoro é porcaria
Camelô não é pirataria
Vender relógio não é Relojoaria
Destilar não é refinaria
Ser Sultão não é poligamia
Vender pastel não é Pastelaria
Vender papel não é Papelaria
Ser Judeu não é pagar ninharia
Nem toda mulher tem a mão macia
Nem todo amor guarda fotografia
Nem toda a criança brinca com gritaria
Nem todo Baiano curte Folia
Fazer camisa não é Estamparia
Ter alguns doentes não é epidemia
Dar algo de graça não é cortesia
Fazer cerveja não é Cervejaria
Ser Bruxa não é Bruxaria
Nem toda canção bonita arrepia
Nem todo Bêbado que chega em casa assobia
Nem todo fresco tem alergia
Nem todo homem gosta de Orgia
Nem todo amigo a gente confia
Fazer essa merda não é poesia

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dezembro Vem

Dezembro vem
E com ele enfim
Tudo do ano que não foi
Tudo que ficou pra depois
“Deixa pro ano que vem”

Dezembro vem
E com ele uma espécie de fim
De um novo ano sem um "oi"
Da frustração que a vida impôs
De terminar o ano sem ninguém

Dezembro vem
E o desespero também
Com a sensação que poderia ter sido
Do todo o engasgado que não foi dito
E tudo que se ouviu quieto

Dezembro vem
E a correria a mais de cem
Pra justificar o que foi cometido
Provar pra todo que eu acredito
Que meu destino ainda está incompleto

Dezembro vem
Com os planos que não aconteceram
Com as pessoas que não voltaram
O “faltar algo” gritando
Outra festa de fim de ano

Dezembro vem
Com as idéias que não amadureceram
Com as lagrimas que não secaram
Mas estão silenciando
Como a previsão ruim de algum cigano

Mas dezembro veio
Rápido como o vento
Com um arrependimento que afunda
O peito cheio de culpa
Que faz a gente refém

Mas dezembro veio
Mesmo com o clima meio cinzento
Os dias sendo uma eterna segunda
A vida sabe que não desisto nunca
Ah dezembro vem...
Ah dezembro...
Vem...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desistir sim, falhar nunca...

Pensando na vida e sonhos de um futuro, sempre esbarramos em alguns caminhos ou atos clássicos: Conseguir ou não. Tentar ou desistir e normalmente esses dois extremos são considerados como vitórias ou fracassos sem nenhuma negociação ou abertura para mudar esse quadro. Mas pensando friamente em uma vida cheia de escolhas e necessidades, desistir sempre pode ser considerado um ato de falhar?
Eu não acho desistir na maioria das vezes um ato de falhar ou uma atitude covarde como muitos consideram por aí. Talvez desde os tempos medievais e de guerras, o desistir de algo é ser fraco, é jogar uma vida fora, jogar um trabalho fora, desistir de um ideal, de uma ideologia, mas nos tempos de hoje, a coisa já pode ser vista de maneira diferente.
Parafraseando o conceito de um belo poema, pra mim, em diversas passagens da vida, desistir é sim um ato de coragem, pois ela mostra além de uma noção de bom senso, uma atitude corajosa de entender que aquilo que queremos ou queríamos não é mais possível.
Desistir de um sonho qualquer é ruim, ainda mais o que vem da infância que todos participam como o de ser jogador de futebol, um cantor famoso, mas mostra uma noção muito importante de perceber que a vida continua e passa sem se importar que o sonho dele fica pra trás.
Não estou pregando aqui que não se deve correr atrás de um sonho, mas sim que devemos perceber até onde existe esse meio termo entre a busca do sonho e não enxergar a realidade.
Por exemplo, desistir de um grande amor, além de um ato de bom senso, também é um ato de amor próprio, porque por mais que você queira aquilo, você sonhe com aquilo, desistir daquilo requer de uma coragem muito grande, tanto para se distanciar desse amor, quanto para seguir em frente e tentar não olhar pra trás.
É isso, o ponto principal que eu vejo em ter a coragem de desistir de algo é que logo você terá que ter a força de começar ou recomeçar algo novo, sem mais aquele velho sonho, projeto ou meta ocupando seu pensamento, e isso que é o difícil, pois muitas vezes a pessoa fica acomodada em diversos sonhos, como se eles fossem um ponto de partida para sim se começar a viver, é como aquele que estuda a vida inteira tentando passar em algum concurso, mas se vê escondido atrás disso, se escondendo da vida, tentando ficar ao máximo nessa zona de conforto, achando que a vida é aquilo ou não é... Não... Desistir disso, dos sonhos é sim um ato corajoso, em que cada um tem que assumir pro mundo e pra si mesmo que erra, que foi incapaz, que não deu certo, que vai tentar outras coisas, que talvez não estivesse certo, que outros foram melhores , ou que no fundo... Nem era tão bom assim. Se existe algo mais corajoso que assumir isso pra todo mundo, eu desconheço...
Por isso, acho que não devemos ficar com medo ou vergonha de desistir, porque desistir em várias situações é muito mais agradável do que viver a vida dando murro em ponta de faca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quem Vê Até Pensa...

Gostei te ver assim do nada
Mesmo com a blusa que eu não gostava
E sua mãe me olhando desconfiada
Como quem se perguntava quem era eu

Gostei de te ver tão animada
Mesmo com o sol que fazia na praia
E eu sempre olhando para sua cara
Até sua mãe percebeu

O tempo poderia ter sido mais caridoso
Quem sabe se eu tivesse demorado mais no almoço
Teria ficado bem menos nervoso
Por ver você chegando e eu indo

Mas acho que no fundo o destino foi bondoso
Por eu ganhar um beijo tão cheiroso
E só de virar as costas e você virar o pescoço
Já fez valer um domingo

Coisas Velhas...

Cinema Mudo
Televisão Preto e Branco
Forno a Lenha
Rádio de Pilha
Relógio de Bolso
Telefone de Disco
Saudade que sinto...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Esperando

To te esperando
Meu cabelo tá até ficando branco
Você disse que não demoraria tanto.
Mas nada de chegar

To te esperando
Já to ficando meio tonto
Com meu estômago que ta rocando
E nada de você ligar

To te esperando
Pra você falar o ponto de encontro
O nosso sol já ta se pondo
E nem o que fazer eu sei

To te esperando
Com a saudade que não tem tamanho
Com sua promessa que já tava voltando
E eu acreditei...

To te esperando
Com um monte de segredo deste ano
Já nem me lembro desde quando
Esperando ouvir os seus também

To te esperando
Mas confesso que por mais que ando
Que de ti pra todo mundo eu conto
No fundo eu sei que você não vem...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cidade Desespero

O bicho ta pegando... Mais uma vez.
Nem sei se já falei sobre isso, ou se já usei esse título. Se não usei é sinal que sou criativo, se já usei é sinal que situação ta mesmo braba... Logo, me saio bem de qualquer maneira.
Então... Nessas últimas 48 horas o terror tomou conta do Rio de uma forma ainda mais intensa. Bandidos fazem pressão, mas não se sabe exatamente porque, a polícia não consegue controlar, não se sabe exatamente porque... E a população, sem saber o que fazer, nem porque...
Vários são os pontos para ser abordados aqui que talvez bateriam meu recorde de palavras em um só post, mas será que adiantaria?
Indo pra ficção, a situação do Rio lembrou-me do último filme do Batman em que o Coringa espalha o terror de diversas formas para conseguir o que quer... É... Lá é ficção e aqui não temos Batman.
Mas começando pelo começo (óbvio), novamente eu volto a citar e gritar para todos que o grande culpado disso, ou quem tem a maior parcela de culpa é o “usuário de vez em quando”. Sim, é o cara que gosta de fumar, cheirar, comprar coisas roubadas, participar de coisas ilícitas e acaba contribuindo no final para o tráfico ter dinheiro e investir pesado em materiais de guerra ou até mesmo seduzindo jovens e cada vez mais pessoas a participar do mesmo.
Quando eu digo usuário de vez em quando, eu não falo do viciado, porque esse, infelizmente já não tem mais controle pelas suas escolhas, mas sim eu falo da galera que gosta de fumar um pra se divertir, que gosta de cheirar, principalmente os que têm um nível sócio econômico considerável e são os primeiros a reclamarem por aí da violência, do absurdo e do Governo. Minha gente, mesmo não querendo... Vocês são os grandes culpados e se reclamarem comigo, lembrarei isso.
Não querendo jogar só para um lado, a grande parte da sociedade também tem culpa quando compra coisas ilegais, coisas roubadas ou dá aquela propina, aquele suborno tentando assim dobrar o sistema... Diz-me, quem não se enquadra no quadro citado a cima?
Mas... Tudo isso não justifica, o Governo também tem sua parte de culpa.
Achei essa coisa da UPP uma ação totalmente despreparada e bem maliciosa logo no ano de Eleições, já que como alguém tira o bandido da favela e acha que ele sumiria no espaço? Não... Ele vai ficar por aí, tentando modos de sobreviver através de arrastão, assaltos, seqüestros etc... Até onde uma coisa compensa a outra?
Sinceramente, eu acho que o Governo e a Polícia deveriam ser mais duros no que diz respeito a esses “elementos”, acho sim que em alguns casos, prender não adiantaria e matar talvez fosse sim a solução... E os direitos humanos? Sim... Eu queria ver essa galera defensora dos direitos humanos perderem um filho, uma mãe, ou um ente querido para essa marginalidade se eles continuariam achando a mesma coisa.
Pode não parecer, mas se analisarmos friamente que cada vítima que vemos, que cada pessoa que sofre com a violência, leva mais tantas com elas. Mesmo não sendo conhecidas, são pessoas que podem ter filhos, pais, mães, parentes e tudo mais. Isso não é filme e cada pessoa que morre ou sofre com essa violência não é figurante. Pode não parecer mais são pessoas.
Mas pouco importa, porque pro Governo ou para pessoas do alto escalão, isso não afeta muito. Por isso o discurso de que “façam tudo normalmente”, e a população fica preocupado sem saber como agir, se deve ou não ir, já que a imprensa ainda mais sensacionalista ajuda a divulgar o pânico. Será que um patrão entenderia se o funcionário não fosse trabalhar com medo?
Não entendo porque o Governo ou o País não faz nada para conter isso. O que falta? Dinheiro? E a quantidade de dinheiro que entra no Estado através de inúmeras fontes como arrecadação de impostos e de multas. Não é suficiente? Então onde ele entra que ninguém vê?
Mas eu acho que no fundo já sei... Enquanto os bandidos estão tocando o terror em nossa cidade, o Governo está sem contingente Policial para combater a criminalidade porque MEGA operações da Lei Seca estão sendo feitas por aí... Afinal, dirigir e beber deve realmente ser muito pior que matar...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mas quem sabe...

Outros deviam ser melhor que eu
Quem sabe uns 10
Quem sabe mais
Só fiquei sabendo disso
Nem quis saber de mais
Ou não
Que injusto eu...
Mas quem sabe você se enganou
Confundiu meu nome
Minha idade
Meu email
E eu to te culpando
Erros acontecem
Mas quem sabe você não me afasta de tentar de novo
Não vou ter vergonha na cara
Amor próprio
Ou um bando de coisas que os perdedores falam
Pra justificar
O obvio...
Outros eram melhores...
Ou novamente não
Mas quem sabe talvez você não tenha entendido o que eu quis dizer
Talvez eu não tenha lido o seu manual
A sua cartilha direito
E nem você a minha
E ficamos por aí...
Por aqui
Eu meses
Ou menos
Esperando você pra me escolher
E no fundo você
Sem ao menos saber
Que eu existia
Mas quem sabe...

Muitos por aí...

Eu assumo a culpa que me colocaram
Assumo o papel que recebi
E como um ator
Eu encarnei

Eu disse o que me contaram
Passei o que ouvi
E como um bom atravessador
Eu repassei

No fundo foi armado
Acharam que eu não agüentaria
Se bobear foi apostado
Devo ser previsível

E eu agi como programado
Confirmando minha biografia
Fiz o que era esperado
Sou incorrigível

E dessa vez sem arrependimentos
Falei porque quis
Contei porque achei devia
E no fundo fiquei bem

Nem me importei com os sentimentos
Por isso fiz o que fiz
Expus o que sentia
Será que não fariam isso também?

E tanto faz esse “fazer”
Pra sinceridade não dá pra voltar
Se algum colega por isso eu perdi
Certamente não seria o primeiro

Então, dane-se o que vão dizer
Foda-se o que vão falar
Não ligo de assumir
“Eu sou fofoqueiro”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais que dois

E vira cada um
O que um dia já foi dois
O cúmulo da injustiça
Assim como aquele que pra justificar os erros que faz
Simplesmente decidir rever os conceitos
De uma vida...
Será que vale?
O cada um que sobra
Agora delimita o seu território
Que um dia foi de dois
Locais
Horários
O tempo
E o incrível acontece
O indivisível
Agora tem uma divisão tão racional
Quanto um choro de madrugada
Que não funciona
Às vezes os limites ficam a mercê dos imprevistos
E o cada um
Vira dois
Pelo menos quanto se conta
Que por dentro
Talvez sejam até meio
A metade de um
Ficou com o outro
Pena que é segredo
E não confirmado...
E o um vira
E se vira
Para não ver
Enquanto o outro finge que não viu
Tentando concertar o erro do indivisível
De um jeito previsível
E ensaiado
Como tem gente inocente...
Cada um não percebe
Mas todo mundo percebe
Que já não são
Mas todo mundo só não sente
O que cada um sente
“Será que alguém ainda sente?”
“Será que um gosta mais?”
“Será que foi de comum acordo?”
“Por que acabou?”
Até que um
De dois se vão
E volta a ser um
Ou até meio
Sofrendo com a saudade de ser dois
Ou não...
Podendo até estar feliz
com a nova chance que a vida lhe deu
De ser dois novamente
E quem sabe até...
Chegar a ser mais
O quanto quiser...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nina

Justamente
É justo
Contando como tudo que conta
A realidade é só uma questão de percepção
Infelizmente
Isso tem um custo
E a vida desconta
“Fazer o que quer” é um artigo em extinção
Preguiça
Dever
Prioridades que não queremos
"Os sonhos sempre ficam pra depois"
Submissa
Fazer
“Para o que não nascemos”
Erro de um, frustração de dois
Imprevisto
Mudanças
Culpa da vida
"Todo erro tem um motivo"
Persisto
Com andanças
E Aborrecida
Desabafo: “Ninguém tem nada a ver com isso”
Termino
Recomeço
Mas volto
No meio do tumulto
"Ainda tento me encontrar"
Destino
Não esqueço
Me revolto
Mas luto
"Daqui ninguém me tira. Aqui é meu lugar"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sonho Tardio

Foi meio confuso
Como tudo interessante
Tinha momentos reais
Que só durava um instante
Lá estava você... Ou ela
Do mesmo jeito que eu deixei
Ainda pareceria se importar
De um jeito que jamais achei
Falou metáforas confusas
Que nem eu entendi
Falou para tentar
Antes de você... Ou ela desistir
Mostrou-me uma laranja
Da qual tirava o caldo
“Isto é o nosso amor
Ele está ficando acabado
Como uma laranja sem caldo
Nada que sobra presta
Como o nosso amor
A solidão é o que resta”
Você... Ou ela me alertava
De um jeito que não dava pra negar
Queria me ter por ali
Pedia-me pra ficar
E eu ficava
Cumpria a promessa de a gente envelhecer
Esse sempre foi meu sonho
Formar uma família e vê-la crescer
E no sonho vi tudo
De um jeito bem bonito
Uma pena que o sonho era meu
Tão irreal e finito
Acordei apavorado
Sabendo exatamente o que a gente perdeu
Valeu a tentativa meu sonho
Mas foi a primeira vez que você tentou me avisar do que já aconteceu

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Será?

Te troquei por uma ilusão
Acho justo você falar não
Ou preparar um sermão
Caso te peça perdão

Foi bom você trocar o nome
Por um novo que não some
E seu coração talvez tome
A terceira pessoa do pronome

Convenhamos que foi maldade o que fez
Partir de verdade dessa vez
Deixando apenas um título de “ex”
Sem nem dar um talvez

Com uma pequena esperança
Que se acontecesse a”tal” mudança
Eu ainda teria a segurança
De ter a fantasiosa última dança

Mas esquece tudo que pra ti lembro
Desde o mês de Dezembro
A camisa do Flamengo
Ou algum outro mulherengo

Tentado entender o porquê
Da gente não se vê
E muito menos saber cadê
O amor entre eu e você

Ou nem lembre o passado
Considere que na verdade nada deu errado
Apenas cada um foi pro seu lado...
E eu que sou o exagerado...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Por isso eu corro demais

Comecei a vida correndo pra ganhar
E fui ganhando
Com o passar do tempo descobri que correr, era um ótimo jeito de perder
E to perdendo
Sem querer, percebi que correr, também é bom pra esquecer
Mas ainda não esqueci
Comecei correndo dos outros
De todo mundo que vinha atrás de mim
E eu não sabia me defender
Me peguei correndo atrás dos outros
Para as outras
E pra mim
Pra jogar fora tudo aquilo que me deram
Mas eu não queria
E me vi tantas vezes correndo pra achar
Um monte de coisa que eu nunca quis
Tem dias que corria olhando pro chão
Oras procurando uma moeda
Outras escondendo meu rosto da vida
E de mim
Já outros de cabeça em pé
Orgulhoso do que fazia
Tentando reencontrar alguém que nunca vi
Ou procurando alguém que nunca achei
Mas corri
Como corri,
Corri tanto
Que às vezes até me esquecia porque corria
Daquele jeito desesperado
Correndo até chegar a um algum lugar
Em que eu não me arrependeria das escolhas que fiz
Mas que nunca cheguei
Nem sei se isso existe mesmo
Sempre me cansei primeiro
Como de tudo que vinha
E me questionava o porquê das coisas
Nessa altura eu já nem lembrava o motivo do lamento
Mas continuei tirando forças
Sei lá da onde
Que eu nem sabia que existia
E como não tinha outro jeito
Eu continuei correndo
Pra ganhar
e perder
Se possível esquecer
De preferência mais rápido que meus passos
Já desgastados
E desgostosos
Mas que no fundo
Ainda carregam no peso que a vida faz
Sobre mim
E em mim
A esperança de que tudo
Uma hora ou outra tem que mudar...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eu quero

Eu quero tudo
Um sorriso
Um amor
E a liberdade

Quero o mundo
Tudo isso
O que for
E a outra parte

Quero a vida
Sem razão
Porque a correria
Tem ousadia

Quero ferida
Da depressão
E da alegria
No mesmo dia

Quero ser eu
Melhorado
Sorrir
E vencer

Quero o que é meu
Mesmo usado
Conseguir
Não interessa o quê

Quero chances
Novidades
Pessoas
E sucesso

Quero romances
Serenidade
Numa boa
Sem excesso

Quero o ser insano
Que Mente
Mas compensa
E aparece

Só quero ser um humano
Que sente
Pensa
Mas depois esquece

Quero o que eu sempre quis
Uma pessoa boa lado
E o destino me dizer
Que tudo passa

Quero ser feliz
Esquecer o passado
Pensar em você
Só pra lembrar o que é raiva

Comercial da Nextel

Adoro dar a última palavra e ir embora
Como uma cena de novela
Fiz tanto isso
Virei tanto às costas
Dando a última palavra
Que ninguém mais ficou pra ouvir
Cheguei ao cúmulo de
Senti pena de mim
Só faltava eu “te ver” na garupa de uma moto velha
Com algum outro tatuado
Que aí sim eu veria
O fundo do fundo que tanto digo que fui
Nunca gostei de histórias de superação
Até porque elas
Pra mim
São passageiras
Supero-me em um dia
No outro me supero novamente ao voltar pra onde eu saí
Um eterno programa de reabilitação
Onde é preciso viver um dia de cada vez
Mas que chatice hein!
O vazio dentro é um tormento
Que a gente confunde por um vazio deixado por alguém
Que talvez nunca tenha entrado
Talvez só tenha guardado lugar
Pra alguém
Talvez...
Que palavra malandra
Que nunca diz nada
Mas ao mesmo tempo acha que diz tudo
Vive em cima do muro
Sempre acertando em qualquer opção que seja
Só porque disse “talvez”
Na vida a gente tem que arriscar
E levar mesmo o de dentro fora
Quem tá pra fora pra dentro
E não ficar nesse talvez
Acho que o vazio que sinto
É culpa do talvez
Por não ter decidido
É por ser vazio
Por procurar tanto pessoas legais
Quando nem eu mesmo sou legal
Mas pasmem
Mesmo assim elas aparecem
E eu
Querendo a perfeição
É sempre algo que não encaixa
Um motivo qualquer que me irrita
Uma palavra fora do meu dicionário
Tão complexo
E desleal
Ou pior
Alguém que não me quer
Sim...
Mesmo não assumindo
Com a desculpa de ”desafios”
No fundo
Eu gosto de ser maltratado
Só pode...
Acho que nem tudo precisa ser dito
Mas isso eu tive que dizer
Sei lá porque
Pra ficar desprotegido
Deve ser boa essa sensação
Deve ser bom sentir outras sensações
A não ser as de “sempre” que sinto.
Queria poder fazer amizades de Lego
Onde eu encaixo
E desencaixo tudo que é e não é
Colocando perucas
Ou tirando cabelos
Eu decido!
Não agüento mais sentir culpa
Do que eu sei que fiz
E ainda faço
A sensação mentirosa de poder voltar atrás
Aposto que eu se eu pudesse
Eu faria tudo de novo
Só gosto do que não tenho
Só aprecio o que não posso ter
E se passo a ter
Acho que no fundo penso
“Que estranho eu ter isso...”
E novamente
Por não ser legal
Acho que é meio fácil demais
Alguém gostar de mim
Como se falasse
“Algo aí tem”
Volto!
Como quem anda em círculos
E me arrependo
De atitudes que fiz
Peço outra chance
Pra Deus
Pro destino
Ou pra quem existir
Outra vez
Outro momento
Só queria ter novidades para contar.
Passo a viver de lembranças
Emocionando-me com cada música
E cada filme que vi
Com alguém
Que agora passou a ser Tudo
Enquanto eu mesmo me transformei no Nada
Parece que minha última chance de ser feliz se foi
Com outra pessoa
Na garupa de uma moto que graças a Deus não vi
E sobrou a solidão
Que eu mesmo me coloco
Na eterna dúvida
Se o pior é sofrer por alguém
Ou o medo de nunca mais ter alguém pra sofrer?
Porque
Fingindo pra mim
E pra quem tá perto
Que meu passado era perfeito
Eu continuo não sendo
E empurro com o pé
Como quem empurra o móvel perto de si
Todo mundo que chega perto
Achando que o melhor ainda virá
Que eu não consigo
“Eu não consigo”
“Eu não consigo”
Esbravejo!
E quase surto, como em tudo
Como uma criança mimada
Que nunca decide o que ganhar de natal
Porque acha que algo melhor vai ser inventado
Até que novamente
Depois que vai
Eu fico
E fico
Nesse eterno ciclo vicioso
De dar a última palavra
Virar as costas
Ir embora
E ficar sozinho
Com pena de mim
De novo...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desculpa

Desculpa
Nunca mais ter te ligado
Ou por não aparecer na sua casa do nada
Desculpa
Por não ter te contado de mim
Ou te apresentado meus novos amigos
Desculpa
Por não mais aparecer
Nem pedir pra te encontrar
Desculpa
Por nunca te dizer que to sofrendo
E te pedir pra voltar
Desculpa
Nunca mais te cantar a nossa música
Ou gritar seu apelido
Desculpa
Não ter ligado bêbado
Ou apenas discado pra ouvir sua voz
Desculpa
Por não mandar mais mensagens
Com a desculpa do seu número ter mudado
Desculpa
Não perguntar sobre seu novo “eu”
Só pra ter mais um pra odiar
Desculpa
Ainda não ter arrumado uma namorada
Só pra você morrer de ciúme
Desculpa
Por te deixar dormir de madrugada
Sem uma ligação te incomodando
Desculpa
Por não ter gritado pra você
Que eu to morrendo por dentro
Desculpa
Ter sido tudo do jeito que foi
E que eu falei que seria
Mas desculpe
Eu juro que no fundo eu quis te dizer tudo
Só não tive coragem
Desculpa...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deixa que calem...

Acho que já levantei essa questão anteriormente. Acho não, tenho certeza. Não sei por que as pessoas usam acho para afirmar algo que sabem que é, deve ser mania, eu acho...
Enfim, o tema foi essa coisa do preconceito existente em algumas camadas da sociedade e que veio a tona novamente depois que uma menina lá falou dos Nordestinos, que deveriam ser afogados em São Paulo, etc...
A princípio achei que a repercussão do caso mais uma vez por se tratar de minorias (quando digo minorias não são em valores quantitativos, mas sim o que a sociedade impõe como minoria) foi exagerada, já que vi o comentário como uma piada de humor negro, por assim dizer, até porque eles teriam que ser afogados no Tietê já que São Paulo não tem praia (há há há, não podia perder a piada).
Mas falando sério dessa vez, essa história novamente me levou a pensar que a proteção nesses casos é a maior forma de preconceito e discriminação. Tudo bem que nesse caso tem uma ameaça de morte, ou uma “pseudo ameaça” que continuo vendo como uma brincadeira, mas sim... Teve. Porém, mesmo se ela não tivesse falado de morte no fim, ou algo assim, o comentário continuaria dando o que falar.
A sociedade brasileira e não sei se isso é uma tendência mundial, tem uma mania de proteger essas minorias, as colocando em determinadas situações de intocáveis que por si só mostram para a população uma fraqueza que ali tem.
Será que se a menina tivesse falado do Rio de Janeiro, que também elegeu a Dilma, a repercussão seria a mesma? No mínimo ela trocaria meia dúzia de palavrões com algum carioca e pronto, acabaria ali, por que com o resto é diferente?
Acho que o preconceito está na forma em que a pessoa se sente com aquilo que escuta. Eu como carioca em vários locais do Brasil já fui taxado de favelado, já fui chamado de branquelo, Magrelo (bons tempos), como Flamenguista já fui chamado de ladrão, assaltante e nada me feriu ou sequer feriu alguém do governo, OAB , e esses órgãos por aí, ou acha que alguém processa alguém por esses motivos?
Agora, imagina você chamar algum Nordestino de Cabeção, ou algum Homossexual de Bichona, alguma gordinha de Baleia, um Negro de Crioulo e por aí vai, a coisa é bem diferente né?
O que eu acho é que certas datas comemorativas que inventam como o Orgulho Gay, Consciência Negra e dia da Mulher são datas preconceituosas por si só, ou leis que inventam de inserção dessas pessoas na comunidade, porque ou elas são preconceituosas por demonstrarem que essas camadas da sociedade são sim mais frágeis ou por esquecerem de seus opostos, que acaba sendo a grande maioria, dando prioridade apenas para uns. Sim, eu poderia me sentir prejudicado, poderia me sentir injustiçado, não poderia??
Outra coisa que me chamou a atenção nesse caso “Nordestino “ foi ler algumas coisas, algumas respostas, principalmente um blog em que se defendia atacando. Exaltava toda a maravilha do Nordeste Brasileiro e falava mal de todo o resto do Brasil, fazendo uma balança totalmente desleal do pior com o melhor, comparando o Nordestino Caetano Velloso com Latino e Kelly Key... Um Fanfarrão como diria o carioca Capitão Nascimento interpretado pelo Nordestino Wagner Moura.
Mas é assim que uma camada que tanto reclama do preconceito deveria se comportar? Isso é culpa da segmentação criada pelo governo em inventar datas, semanas, entre outras coisas e tratar certas regiões e suas conquistas como de uma criança com deficiência mental, em que cada pequeno passo é uma grande vitória, como se todos não fossemos iguais
O que tem que ser revisto é que na busca por igualdade acabamos por nos dividir ainda mais. E somos obrigados a conviver com além das barreiras geográficas e faixas etárias, subdivisões de gostos, preferências, etnias, etc. colocando essas classes como “inferiores” simplesmente por essa super-proteção exagerada, como uma criança que sempre será defendida pelos seus pais e crescerá sem conseguir buscar o respeito das pessoas por si só e quando crescer se sentirá ainda mais frágil e vulnerável, porque nunca passou pelas barreiras preconceituosas da vida sozinha.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Time

O desperdício de tempo
É o tempo que a gente perde no ”errado”
Os chatos que ”vivem a vida” questionaríam
“Mas tempo dá pra ser desperdiçado?”

E sonhar com a pessoa errada?
Não é desperdício de tempo?
Ou pegar o que nasceu pra ser rápido
E transformar-lo para ficar mais lento

Como uma paixão de um dia
Daquelas que todo mundo quer
Que a gente conhece num só dia
E no outro nem sabe quem é

Ou aquele momento curtição
Que deveria ser só um
Para que continuar com aquilo
Se não dará em lugar nenhum

Mesmo assim a coisa se alonga
Gastando tempo dizendo o desnecessário
Contabilizando no fim das suas vidas
O desperdício de ter feito alguém de otário

Ou achando que sente o que não é
Mas que depois volta a sentir
Ou você acha que o tempo para
Pra esperar você se decidir?

É como o cumulo do desperdício de tempo
Que todo mundo já viveu um dia
Em que comemos demais, confundindo sede com fome
Quando na verdade, um só copo d’água resolvia

Prisão

Mentiras!
Que a gente finge não acreditar
Como aquela velha calça que não mais cabe
Mas que ninguém assume que simplesmente...
Engordou
Mentiras!
Que as pessoas pedem para a gente contar
Como aquela saudade que não existe
Como aquela insistência totalmente forçada
Que só pede por palavras, não por sentimento
Mas que ninguém assume simplesmente
Que “não tá nem aí”
Mentiras!
Como aquelas que a gente gosta de ouvir
Aquela saudade que a gente diz primeiro
Aquele eu te amo pra ouvir um também
Mas que ninguém assume simplesmente
Que vale ser enganado pela carência
E Mentiras!
Que tem seu fundo de verdade
Como o telefonema que recebe
De alguém que se arrepia
Lembra, e te liga
Mas que não assume simplesmente
Que foi só culpa da prisão de ventre...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Simplicidade

O genial é o simples que ninguém nunca pensou
Eu sempre quis ser genial
Sempre tentei
Mas nunca pensei simples.
Era sempre coisa com asas
Robôs que matavam
Objetos que só inteligentes podiam ver
Mas que no fundo nem eu via.
Daí resolvi não buscar
Resolvi ser
O mais genial que poderia me tornar
Sendo eu
Mas continuei errado
Forçando um eu descolado que não existia
Buscando ser genial
Buscando ser diferente
Buscando pausa entre os pensamentos que eu não fazia
Buscando trejeitos para serem ditos
Buscando uma calma que não me pertencia
Uma sabedoria que não era minha
Buscando cada palavra que me tornasse diferente
E nessa eterna busca novamente eu me fudi
Nessa eterna sensação frustrada
Que o próximo que virá terá de ser o melhor
Eu me acabei
E mais uma vez desisti.
E dessa vez quase surtei
Dessa vez quase morri
Caí
Tão fundo que ninguém conseguia me levantar
Mas levantei
Ainda meio machucado
E assim, só assim
Tirei o peso das coisas
E de quebra das costas
E meio que sem querer
Fui sendo simples
Pois não tinha mais ser a pretensão de ser
E só sem ser
Passei a aceitar a pensar o que todo mundo já pensou
Mas que às vezes por preguiça ninguém fez
Ou fez... Não importa
Porque aprendi que para a mesma coisa existem vários jeitos
Iguais
Porém não únicos
De se pensar e saber.
E timidamente
Passei
Tentar às vezes
Falhar bastante
Acertar quando menos esperava
Errar mais do que devia
E acertar também sendo simples
E só aí que aprendi
Que isso tudo junto
É finalmente ser genial...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tudo Pode

Um carinho pode virar dor
Bem claro como um dia nublado
Bem sereno como um mar agitado
Tranqüilo como alguém que te fez mal se identifica

Uma amizade pode virar amor
Bem claro como a distancia ao lado
Bem sereno como um nunca dito citado
Tranqüilo como uma colméia de abelha mansa que pica

Um pedaço que sobra também pode compor
Bem claro como um imprevisível premeditado
Bem sereno como um morador de rua mimado
Tranqüilo como quem da própria vida abdica

Uma realidade também derruba um sonhador
Bem claro como quem foi enganado
Bem sereno como um amor que é levado
Tranqüilo com o nada que fica...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jogo

Adoro o silêncio
Esse que vem de dentro
Pronto pra se libertar
Adoro o não dito
Aquele que tá se remoendo
Doido pra me falar
Adoro essa coisa de esconder
Com aquela brecha subentendida
Que um dia vai se soltar
Adoro essa timidez exagerada
Aquela muito bem ensaiada
Louca pra me enganar
Adoro me sentir inseguro
Mesmo que não pareça
Isso me faz bem
Adoro quando você some
E não diz pra onde foi
E nem me pergunta também
Adoro quando se faz de difícil
Falando que vai pensar
Quanto te chamo para o cinema
Adoro quando eu desmarco em cima da hora
E você parece não estar ligando
Nem ao menos diz “que pena”
Adoro as mensagens que você não responde
Nem ao mesmo pra dizer
Que recebeu
Adoro quando a gente se encontra
E isso tudo logo muda
E sem palavras, você implora para eu ser seu
Adoro quando vai embora
Ainda com o sorriso no rosto
Que pede para eu ligar
Adoro quando você tem pressa
E no dia seguinte se eu ligo
Nunca dá pra conversar
Adoro essa rotina doentia
Esse jogo ridículo
No qual deveria cair fora
Mas adoro essa sensação de quero mais
Essa busca pela conquista
Que não me deixa ir embora

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Rita

Sem a Rita a vida é foda
Sem a Rita a tarde demora a passar
Sem a Rita fico mais distraído
Sem a Rita até fome me dá

Sem a Rita quero logo embora
Sem a Rita ficar parado é ruim
Sem a Rita sempre olho pro lado
Sem a Rita parece que todo chamado é pra mim

Sem a Rita as coisas me perturbam
Sem a Rita fico mais irritado
Sem a Rita foi opção minha ficar
Até porque a Rita tava do meu lado

Da Rita eu quero dar um descanso
Na Rita não posso viciar
Dou um tempo com a Rita por um fim de semana
Pra Segunda com a Rita voltar

Se eu pudesse falaria pra Rita
Que dela, não queria precisar
Mas sem a Rita eu me sinto perdido
Só a Rita me faz concentrar...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Duas

Foi num domingo que vi as duas
Cada qual com seu respectivo
Um era um jovem com a roupa suja
O outro, um senhor de idade bem vestido

Uma fingiu que não me viu
A outra eu fingi que não vi
A primeira eu vi no bar
A segunda, do bar esperei sair

Uma se divertia como alguém da sua idade
A outra parecia acompanhar seu companheiro
Para uma aquilo não era novidade
Para a outra todo momento parecia o primeiro

Uma olhou torto para mim
Logo que minha companhia chegou
A outra mesmo se sentindo assim
Preferiu parecer superior

Uma parecia bem sem mim
Mas fundo lembrou muito do que fiz
Já a outra não lembrando tanto assim
Tava na cara que não era feliz

E mesmo assim as duas embora foram
Cada qual do seu jeito, com a sua verdade
Eu fiquei um tempo parado tentando segurar o choro
De nenhuma ter olhado pra trás sentindo saudade...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pretérito Perfeito do Indicativo

Eu já falei de tudo com você
Eu já falei quase tudo pra você
Eu falei pra todo mundo de você
Realmente falei demais...

Eu contei tudo de mim pra você
Eu contei tudo dos outros pra você
Eu contei pra todo mundo de você
Realmente contei demais...

Eu doei o que tinha pra você
Eu doei o que não tinha pra você
Eu doei o que nem era meu pra você
Acho que doei demais

Eu fiz o impossível pra você
Eu fiz o que pude por você
Eu fiz sacrifícios por você
Acho que fiz demais

Eu deixei um mundo por você
Eu deixei de ser quem eu era por você
Eu deixei minhas escolhas por você
Acho que deixei demais

Eu amei tudo que vinha de você
Eu amei cada momento com você
Eu amei o tempo que pertencia a você
Acho que amei demais

E você me falou que não queria mais
E você me contou que estava indo embora
E você me doou um bando de culpas que precisava
E você me fez o que eu nunca esperava
E você me deixou sozinho como eu não merecia
E você nunca me amou como sempre dizia...
É... Acho que você me fodeu demais...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bom Gosto

Eu avisei
Tudo que é feito com pressa
Dá nisso
Eu falei
Você ainda tá nessa?
Desisto...
Aprende
Vai se reciclar
Para de se esconder
Me surpreende
Dessa vez sem reclamar
Só assim tu vai crescer
É sujo
Usar o outro como escada
Pra tentar ser alguém
Um cúmulo
Você que não faz nada
Tratar alguém de Zé ninguém
E acha
Que é o máximo
O dono da verdade
Relaxa
Assim como a flor de plástico
Se enganar faz parte
Deixa
Não sou eu que farei
Nem alguém que vai te falar
Seja
O cara que se acha um rei
Que a vida
Vai se encarregar de te ensinar...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bota na conta do Mapa...

Odeio espaços em excesso
Que não servem pra nada
Só pra espaçar a vida
Pra ocupar tempo e “espaço”
Por que o desnecessário ainda faz parte da gente?
Certo faz o mapa
Que pega quilômetros de coisas
Hectares de espaço
E transforma em uma linha
Em um ponto talvez
Às vezes um desenho
Um só nome
Que defini bem
O espaço que ali tem
E pronto...
A vida também teria que ser assim
Sem ser baseada nos espaços
Sem essa coisa do tempo
E o espaço que ele faz
Tentar resolver
Como um álbum de fotos
Com um espaço em branco
Do que não aconteceu
Do que não foi vivido
Da época em que a vida parou
Pra mim
Pra você
Pra nós
Mas não pro mundo
Que seguiu
Sem tempos
Sem pausas
Sem espaço
Fazendo a gente voltar pro meio
Que o espaço fez desde o começo
E a gente perdeu...
Até porque
Essa coisa de espaço
É simplesmente um erro grotesco da física
É só uma tecla de um computador
É apenas uma invenção da nossa cabeça
Sábios são os mapas
Que não caíram nessa...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CC

Alguns que vêem isso aqui, talvez a grande maioria, me conhecem bem. Pode ser que ninguém leia também, então... Apenas falarei...
Eu sempre tive a fama, talvez injusta, talvez não, de nunca terminar o que começava. Talvez isso tenha vindo de minha herança genética, talvez tenha sido preguiça ou a falta de vontade mesmo, vai saber. Mas era certo eu começar algo, uma idéia absurda qualquer e pegar pesado naquilo, investir e depois de um tempo, por qualquer motivo ou normalmente por qualquer dificuldade que aparecia eu desistia e logo ia atrás de uma nova “moda”. Meio triste? Sei lá... Minha vida... Talvez seja como a fábula do Príncipe que nunca estava satisfeito e queria sempre mais, vai saber...
Isso tá soando como um diário, mas como eu acho que praticamente ninguém lê, e juro que acredito nisso mesmo, sem fazer tipo, por mais que eu divulgue... Enfim, seguindo...
Aí, um dia mais exato um dia qualquer de 2007 nesses de ócio eu estava querendo inventar uma nova “moda”. Resolvi escrever e como sempre me empolguei, aí que meu amigo Diego que agora está lá na terra dos nossos colonizadores fazendo muita falta pra mim, criou o Copo de Cachaça e disse que atualizaríamos sempre. Pobre de mim, em descobrir que o Diego era pior que eu, e já no primeiro texto dele, nunca quis saber mais do blog. Mas ficou aí, o nome junto com a saudade que sinto desse filho da puta que vale ressaltar me ensinou a andar de Skate também.
Seguindo a teoria de todos, o blog nesse início não resistiu a alguns 10 textos ou menos, e estendendo a mais uns 2 1 anos. Finalmente estavam todos certos, eu realmente não terminava nada que começava.
Ele ficou lá, por dois anos parado quase como água que dá dengue, poderia até soar como poético essa pausa, de que uma boa cachaça estaria lá para ficar pura, essas coisas... Mas não. Não era escrito, porque eu tinha muitas coisas na minha cabeça de como deveria ser, muitas regras de quem deveria ler, entre outras coisas.
Até que em 2009 tudo voltou a mudar. E comecei novamente, escrever por escrever sem pensar em um fim e assim foi. Tive períodos afastados até porque para fazer tipinho de artista né, essa coisa de inspiração e tudo mais.
Mas nesse tempo pra cá, eu escrevi um pouco de tudo, fugindo dos padrões ditados por mim que sempre me boicotaram, pois se não conseguia manter aquilo eu parava e deixava sem concluir tudo que poderia ser feito.
E sendo assim, eu aprendi que se algo não dá agora, a gente deixa pra depois e fui escrevendo sobre tudo um pouco. Escrevi o que senti, escrevi sobre o sentimento mais sincero, sobre a mentira mais sincera também, falei de pessoas que não existiram, e outras para as quais eu não existi, escrevi sobre o que sou e sobre o que são, escrevi o que sentiram, escrevi o que nunca senti, escrevi sobre meus medos, sonhos, histórias dos outros, pensamentos, sobre minha visão controversa, piadas, escrevi sobre a vida... E ultimamente do quanto infeliz ela parece ser... Mesmo que na verdade nem seja, faz parte...
E não fiz sozinho, nisso tiveram pessoas importantes que sem elas talvez não conseguisse, como as pessoas que já não estão mais por aqui, e eu nem sei mais por onde estão, pessoas como o Adrian que entraram no meio do caminho e contribuíram com a sua visão e seu comentários ou a Nina, a leitora de todos os textos (forçada por mim) mas que sempre deixou o comentário dizendo sobre o que pensa, ou me incentivando a escrever, pois eu sabia que pelo menos uma pessoa lia ou a Paulinha que já cansou de revisar meus textos cheios de erros (odeio revisar) e indicando a visão jornalística dos fatos.
Enfim, foi com a ajuda de muita gente em muitos sentidos, até os que me deram motivos para escrever sobre, que chego ao post de número 200 com a sensação diferente, com a sensação de que dessa vez, as coisas realmente não precisam ter um fim pré estabelecido para eu me sentir produtivo. E sei que nesses 200 muita merda já foi dita, muita mentira, muita ficção e muita coisa verdadeira também que muitos se identificaram, usaram, refletiram e aprenderam ou odiaram, criticaram e até desaprenderam. Tudo foi válido
E pra encerrar sei também que quem está lendo deve achar isso nada demais, mas pra mim que nunca consegui terminar nada e por um fio não parei no post 10 é sim, coisa pra caralho... Obrigado a todos sem exceção

domingo, 10 de outubro de 2010

Trocando em Miúdos

Sérgio Maciel sempre foi um amante de música. Paixão que herdará de seu pai que foi um músico bem renomado de uma orquestra carioca.
Com a vida bem encaminhada, tinha um emprego instável e um relacionamento com Sabrina Antunes, moça que conheceu em sua adolescência e que morava junto há pouco de 1 mês na casa dela.
Sua vida estava dentro da normalidade, era uma pessoa vista como comum na sociedade, que gostava de coisas como praia, um bom restaurante, um filme de bom gosto e tudo mais. Só que, como muitos outros “normais” por aí, tinha uma obsessão.
Sérgio era muito fã de Chico Buarque e de uma música em especial: Trocando em Miúdos. Desde pequeno com influência do seu pai ouvia essa música e exaltava sua poesia, e até aí tudo bem, a não ser a vontade que tinha dela, por sua poesia, ser a trilha sonora de sua vida.
Feliz em seu relacionamento Sérgio começou a aparecer com pequenas coisas estranhas em casa.
Primeiro chega para a Sabrina com uma fita do senhor do Bonfim e um disco do Pixinguinha e diz:
- Olha o que comprei na feira
- Ué Sérgio, você nunca gostou dessas coisas da Bahia e muito menos de Pixinguinha
-Ah... Era barato e resolvi comprar...
- Estranho... Disse Sabrina sem se importar
A Rotina de uma mudança de comportamento de Sérgio foi se dando, e um ato de consumismo no mínimo no sense foi tomado por ele que até então era visto como pão duro. Ele passou a aparecer com uma quantidade de itens desnecessários como uma caixa para eles irem guardando as lembranças e lençóis novos que segundo ele demonstrariam o amor que sentiam um pelo outro.
E novamente Sabrina questionou:
- E lençol prova amor Sérgio?
- Provar não prova, mas nossas marcas ficarão neles pra sempre... Pra eternidade...
E Sabrina mesmo sem concordar não criou caso, porque no mesmo dia Sérgio chegou com uma aliança linda, totalmente de ouro, que segundo ele iria selar ainda mais o relacionamento.
E para dar totalmente o fim de sua desconfiança sobre Sérgio, o antes pão duro passou a dividir o Aluguel da casa que eles moravam. Além disso, Sérgio que odiava emprestar suas coisas deixou um livro que ele tanto gostava de Pablo Neruda, a convenceu que era bom e a emprestou.
Tudo estava perfeito, as mudança de Sérgio foram maravilhosas para Sabrina, até que um dia, sem mais nem menos... Mesmo a amando muito, Sérgio acabou com tudo. Assim mesmo do nada, sem deixar a chance nem de Sabrina entender o que acontecia, ou argumentar, ele foi pegando o que era dele e deixando o que era dela. E como quem já parecia ter tudo programado, deixou a fita do senhor do Bonfim que não lhe serviu, mas levando o disco do Pixinguinha. Disse que Sabrina poderia fazer o que quisesse com a Aliança da seguinte forma:
-Olha, a Aliança você pode empenhar ou derreter
-Mas Sérgio, eu não quero. Ela argumentava
-Não vou chorar na sua frente ele dizia, e tem mais... Aceite a ajuda do seu novo namorado pro aluguel e devolve meu Neruda já que você nunca leu...
E assim, Sérgio se foi... Levando apenas a identidade no bolso, fechando o portão sem que ninguém percebesse, já sentindo muito saudade, mas achando que já estava indo tarde mas que agora Trocando em Miúdos era enfim a música dele.

Obs: Para facilitar o entendimento da história, ajuda ouvir Trocando em Miúdos do Chico Buarque.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Dia do Fico

Minhas palavras têm andando triste
Mas isso condiz com minha realidade?
Será que eu vivo o que escrevo?
Ou transformo o que conto em verdade?
Ando banalizando o sofrimento
Para os 4 cantos do mundo as tristezas eu conto
Mas qualquer um sabe que dor de verdade
É aquela que se sente sozinha no canto
Que é dita sem palavras
Qualquer um pode ver só de olhar
Aquela que nem se fala ou se insinua
Aquela que de longe se pode exalar
Por isso não quero ser mais um
Que fala que está infeliz só pra comover
Uma tristeza que se preze
Ninguém deve saber
Por isso, sofra sozinho
Como se um mundo fosse acabar
Olha na janela, se ele ainda não acabou
Sozinho,você volta a chorar
Assim um dia a tristeza não vai aparecer mais
Mas que ninguém, dela eu sei...
Pois aprendi que tanto faz se ela se foi
Mas sim perceber que eu fiquei...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Máquina

Tem foto sua na máquina
Da até dó apagar
Se fosse antes, sei lá
Queimava, jogava no fogo
Mas os tempos...
São outros...
Infelizmente, já não tem mais negativo guardado por precaução
Nem tem como apenas esquecer de ir buscar a revelação
Tem foto sua na máquina
Só pra provar que um dia fui feliz
Mas que agora eu vivo na espera
Bem feito, naquela época eu nunca enxergava que era
Que saudade que sinto dos dias em que já tive um colo
Mesmo depois de tanto tempo, de pensar nisso eu ainda choro
Como quando vejo coisas que me lembram você
Cá entre nós... Tanta história é difícil esquecer
Tem foto sua na máquina
Sei lá porque ainda tem
Talvez seja pra me punir, ou alertar...
Talvez seja a esperança de você ainda vir voltar
E fingir que esse tempo não aconteceu
Pegar a sua foto e falar que não esqueceu
Que se um dia foi, por que não pode mais ser?
Eu ainda to aqui... Cadê você?
Tem foto sua na máquina
E assim vou ter que me contentar
Tem foto sua na máquina
Quando você vai vir buscar?
Tem foto sua na máquina
Ela tá comigo, tá guardada
Tem foto sua na máquina
Doida pra ser revelada
Tem foto sua na máquina
Pra colocar no nosso álbum
Tem foto sua na máquina
No pequeno espaço que foi deixado
Tem foto sua na máquina
Apareça quando der
Tem foto sua na máquina
Mas só busque se quiser...
Tem foto sua na máquina
Que me mata de ver
Tem foto sua na máquina
Só me diz o que fazer...
Tem foto sua na máquina
Tem foto sua na máquina
Tem foto sua na máquina...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Arroz que queria ser risoto

Era uma vez um arroz
que tinha o sonho de ser risoto
Podia ter o que for dentro dele
Que nunca agradaria seu gosto
Sendo o que era, ele nunca estaria satisfeito
Pra ele, só um risoto era perfeito
Por isso pediu para que nele colocassem uma cor
Então um corante vermelho lhe deu sabor
Mesmo com salsinha, milho, molho e presunto se achou sem graça
Colocou mais o queijo parmesão, cenoura, cebola e um pouco de passas.
Ficou melhor quando colocaram tempero a vontade
Mas apesar de tudo, não se sentia um risoto de verdade
Faltava algo ele dizia
E para não faltar mais, exigiu proteína
Frango,camarão, peixe e carne ele pediu
Queria ser o melhor e maior risoto que já existiu
Colocaram como pedido e um super risoto ele passou a ser
Enfim hora da verdade, a hora que todos iam comer
No meio de tanta coisa, ele acabou sendo deixado de lado
Todo mundo comeu tudo, menos o “tal risoto” com o cheiro enjoado
E assim acabou-se a toda a ganância do arroz sendo jogada no lixo
E se alguém chegou a provar tudo aquilo, foram só os bichos...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Noite "muda" que muda

Em uma noite “muda”
É que tudo muda
Que diferença fazia você estar?

Só a presença não adiantava
Tinha que aparecer
Isso sempre me fez pensar:

“Mas e quando você realmente se for
Quem vai terminar o que ainda tá por fazer?”

Nunca tive a resposta de ninguém
Os acontecimentos da vida que quiseram dizer

Através das coincidências soltas
Como um encontro infeliz
Ou uma mudança repentina

Aprendi que não se morre por nada
Nem se vive por ninguém
Com aprendizado que se faz a vida

Aprendo e aprendi
Com a noite “muda” que fez
Que para cada “não” que a gente ganha
A vida sempre manda um talvez

Que faz tudo recomeçar
Transformando a existência nesse eterno romance

E acredite que mesmo assim, outro “não” ainda vai aparecer
E daí? A vida sempre dá uma segunda chance...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Primavera que Volta

A primavera chegou
Já atrasada
Com o frio típico de um inverno que não faz mais
Será que é o tempo que muda
Ou minha percepção que fica diferente?
Vai saber...
Músicas antigas tocam mas não me dizem mais do que deveriam
São só músicas
Não me lembram nada demais
E se me lembro de algo
Apenas lembro
Como um filme que passa
E que vi
Sem importar onde e com quem...
A primavera que anteriormente que tirou o meu melhor
Agora me recompensa
Com algo que já não tinha
Traz a esperança
Animada como deve ser
Renovada do jeito que é
Provando que a vida é realmente um ciclo
Que se perde
Mas se ganha
Pois para todo mundo que vai
Outras vem
E até algumas ficam
Que assim seja!
Pois dessa primavera ainda fria em diante
Os que chegarem serão bem vindos
Os que ficarem serão valorizados
E os que se foram...
Obrigado por tudo...
Mas só quero que fique quem quer ficar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dilma Não...

Época de eleição chegando aí e a pergunta que não quer calar: Em quem votarás?
Nunca gostei de discutir política, até porque nunca tive muito interesse e conhecimento da causa só que dessa vez tentarei me prontificar.
Tenho acompanhado mesmo que timidamente algumas pesquisas e percebo que a candidata do PT Dilma cada vez mais vem subindo já apontando uma vitória de maneira esmagadora no primeiro turno das eleições.
O que muito me assusta é a fragilidade do povo brasileiro na escolha de seus representantes, pois a gente tem visto por aí muito se falar em candidatos bizarros que vão acabar vencendo como o Tiririca e outros famosos, porém algo que muitos não comentam é que a vitória da Dilma também é uma bizarrice.
Salvo as devidas proporções a vitória da Dilma é tão estranha como a vitória do Tiririca, pois ele será um entre tantos Deputados eleitos, e ela? Comandará todo um país... Será?
O que muito me incomoda nesse caso da Dilma, não é a pessoa em si, até porque a carreira política dela é sem expressividade nenhuma, mas sim por ela ter sido inventada, por ter sido colocada na disputa para garantir o PT (sim, estamos vivendo uma ditadura de esquerda) no poder e assim garantir a todos que são do alto escalão desse partido as mesmas regalias que estão tendo a 8 anos.
Antes de 2002 era muito comum ver aqueles malas estudantes de Filosofia, Ciências Sociais e afins com camisas e broches do PT achando que eles seriam a solução de um pais melhor... Oito anos depois, o que mudou? Cadê a galera do broche? Desistiu ou também foram corrompidos?
O país teve sim a sua evolução, mas qualquer "asno" sabe ou pode enxergar que o Lula não teve nada com isso. Alias, o que pode-se ver nesses anos foi um Lula totalmente inserido e “contaminado” por um poder que ele tanto criticou nos seus longos tempos de proletariado. Um Lula que viajou demais como seu antecessor FHC, um Lula totalmente sem educação quando questionado sobre algo que não o agradava, que se envolvia em assuntos não pertinentes a ele e totalmente obcecado pelo poder tornando o seu governo ou melhor o seu partido, pois agora os dois parecem ser a mesma coisa transformando-o em um líder Fascista como Mussolini...
Mas gosto e visão, é bem peculiar e não estou julgando isso, porém para quem gosta do Lula bem, mas quem disse que a Dilma é a garantia que as obras do Lula consistentes(se é que realmente existem, pois bolsa família não conta) vão seguir. O que o povo não entendeu é que o crescimento econômico brasileiro já vem desde Itamar Franco, passando pelos dois mandatos do FHC e chegando ao Lula, e não surgiu desde agora como o PT tanto afirma e que essas histórias um tanto quanto estranhas envolvendo o partido e tudo mais, não é intriga da oposição, eles realmente acontecem!
Enfim, acho de tamanho mau gosto essa vitória da Dilma (que será inevitável) e se tivesse o poder faria algo para mudar isso, mas não tenho e apenas lamento que enquanto a nossa carga tributária é uma das maiores do mundo, enquanto nossa saúde pública é precária assim como nossa segurança,transporte público, educação e emprego são todos uma merda o PT mesmo sem fazer nada significativo para a nossa nação e com inúmeros escândalos de todos os tipos, cores e tamanhos, sem precedentes até então envolvendo os seus filiados continuará fazendo o que quer, continuará no poder colocando apenas um fantoche de cabeça grande (e antipática que nem o Duda Mendonça daria jeito) para nos representar perante ao mundo.... E ainda queremos ser levados a sério?? Acho que votando no Tiririca teríamos mais sucesso....

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Stestí

A busca pela felicidade
Aonde encontrar?
Em tudo!
Ou em nada...
Quem sabe?
A felicidade é um momento
Não um estado.
Pode ser um sorriso que se dá
Ou um que se nega só pra fazer charme
Uma música que toca
Uma festa que se vai
Um trabalho que se termina
E um amor que começa.
A felicidade não é um tesouro escondido
Que tem que cavar muito para achar
Não é universal
Nem única
Cada um acha onde quer
Se quiser.
Nem sempre precisa ser de só de coisas boas
Como nos filmes
Sim, vamos ser honestos
A felicidade pode ser egoísta
De só a ter pra você
Pode ser vingativa
De se vingar de quem tanto te fez mal.
Pode ser invejosa
Querendo viver a felicidade alheia.
Pode ser de tanta coisa!
A felicidade é fazer o que te faz bem
É abrir mão de coisas agora pra ganhar depois
É passar longos meses infelizes
Para assim dar valor a uma conquista.
É ficar sem dormir estudando
É ficar sem comer trabalhando
É ver todo mundo sair e você, por qualquer motivo não
É ter uma segunda chance, mesmo sem merecer nem a primeira
É conhecer alguém especial
É aprender a viver bem com você mesmo
É lembrar
É saber esquecer
É realizar um sonho
E descobrir outro completamente novo
É ter uma ajuda de onde menos se espera
É provar que alguém estava errado sobre você
É dar orgulho para quem nunca saiu ao seu lado
É reatar as pazes com alguém que você gosta
É saber ajudar quem precisa
É saber seguir sem arrependimentos
Se orgulhar de suas escolhas erradas
É ter forças pra seguir
Encarar tudo como “aprendizado”
É ter um time que ganha
E ter alguém pra dividir a vitória
É acordar com motivo
E dormir já doido para acordar
Ser feliz é não ter regras...
Porque não existe regra pra felicidade
E sabe-se dela
Que apesar do que dizem
A felicidade é sim
Um bem pleno
E altruísta
Sem preconceito algum
Que não julga ninguém
E que deixa até quem nunca a conheceu
Encontra - lá
Mesmo que apenas
Por um só momento
Que dali por diante
Será eterno...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Coitada

Se eu não vou para onde você foi
Não quer dizer que eu seja pior
Se eu não tenho os mesmos valores que você
Não quer dizer que você seja melhor

Se eu gosto de dinheiro
Não quer dizer eu que seja ruim
Se você não gosta dele
Dá o seu todo pra mim

Digo que a vida pra mim não é bela
Isso eu posso assumir
Pelo menos eu sigo em frete
Você não vai me ver desistir

E mudar de idéia como quem muda de roupa
Uma hora querer e depois não querer mais
Tudo que busca é fugir de você
Só assim, acha que terá paz

E pisando em todo mundo
Só importando suas vontades
No fundo nem gosta de ninguém
Vive aventuras só por vaidade

E faz com quem não merece
Nem estou me fazendo de coitado
Mas você sabe que errou
Eu não merecia ser enganado

Depois de tudo que fui
Tudo que não merecia era uma ferida
Se você no fundo não queria nada
Me deixava quieto na minha vida

Não me levava pra sua vazia
Procurando motivos para continuar
Ainda diz que eu sou incostante
Quem é você pra me julgar?

Quem é você pra me dar conselho
Sobre procurar a felicidade?
Ta com um cara que no fundo não gosta
Porque ele te dá comodidade

E não sei porque ainda me importo
Já que eu nunca fui assim
Quer saber então a verdade?
Foda-se o que você pensa de mim

Almost´s King

Mesmo tendo nascido no dia do “mais ou menos”
Certas coisas gosto bem feitas
Até demais...
Esse talvez seja um problema
De por qualquer besteira que aconteça
Pra mim parece sempre que é mais

Acho que é pessoal
Que eu fui errado
E falhei
Mesmo sem ter feito nada
Sem ter sido o culpado
Penso logo que errei

Porque sempre que chego perto
Acho que conseguirei
Mas na realidade, não consigo não
Quem sabe essa é minha sina
De nunca conseguir as coisas
E estar andando na contramão

Como um Step
Sentindo-me a segunda opção de fruta
Em uma compra feita na feira
Às vezes me animo
Vendo por um lado positivo
Que ser a segunda é melhor que ser a terceira

Mas coisas só mudam de figura
Elas vem acontecendo
E por mais que o tempo passe
Acho que nunca saberei
Se eu que me cobro demais
Ou realmente sou o Rei do Quase

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O filho perdido

Raimundo dos Santos. Está aí um brasileiro legítimo! Batalhador; desde novo foi obrigado a trabalhar e ajudar a família em casa. Mais uma história típica, dentre tantas do nosso Nordeste Brasileiro.
Não tinha muita coisa, mas considerava seu nome e sua palavra dois dos maiores bens que poderia possuir, por isso fazia de tudo para não desonrá-los, fato esse que muita gente aproveitava. Devido a sua inocência e certa fixação pelo seu nome e palavra, pessoas se aproveitavam para tirar coisas no nome de Raimundo e não pagar, sabendo que o mesmo pagaria para não ter seu nome sujo, ou até mesmo lhe pedindo coisas difíceis, em momentos que Raimundo não saberia dizer não.
Foi em um desses momentos que Adalberto, um senhor bem velho, vizinho de anos de Raimundo, já na sua cama em fase terminal, pediu que chamasse Raimundo, e o mesmo o foi, com a mesma boa vontade de todos aqueles anos. Ele foi e escutou o que Adalberto tinha pra dizer. Segurando uma carta em sua mão, ele disse:
- Raimundo... Há tempos atrás eu e Maria, que Deus a tenha, entregamos um jovem menino para uma família rica de São Paulo. Ela já se foi, agora eu to indo... E não queria ir assim, sem contar para ele, porque nós fizemos isso... E não confio em mais ninguém para isso, você entrega isso pra ele?
E Raimundo ainda meio atordoado pergunta:
-Eu, seu Adalberto?
-Sim, você Raimundo... Não confiaria isso a mais ninguém, você me promete?
E Raimundo sem saber o que fazer nem como o fazer, enfia uma faca em si mesmo e diz:
-Sim, eu prometo.
Como em um filme ou final de novela da Globo, Adalberto sorri, vira para o lado e ali obtém a paz eterna...
Raimundo ficou durante alguns minutos estático, pensando no que acabara de lhe acontecer, até que olha para Adalberto, vai para a casa e perante sua mulher e seus dois filhos, diz:
- To indo pra São Paulo.
Assustada, sua mulher diz:
-Tá maluco, homi? Vai fazer o que lá? Endoidou, foi?
Sabendo que não poderia falar a verdade, pois ela não o apoiaria, ele disse:
-Quero dar uma vida melhor pra você.
E do mesmo jeito que entrou, saiu com sua mochila rumo à rodoviária, saindo do Nordeste para a grande capital, deixando o trabalho do campo pelo sonho de uma vida melhor. Era isso o que ele dizia para todos.
Chegando a São Paulo, com fome e pouco dinheiro, ele sabia que não seria fácil a sua missão, já que ele só tinha um nome: Dalton. Esse era o nome do menino que agora já teria mais que sua idade e até conseguir essa façanha, teria que se sustentar e ainda mandar um pouco de dinheiro para casa.
Finalmente, depois de dias dormindo ao relento e se alimentando de restos, ele encontra um emprego em um restaurante no qual ele trabalharia com a limpeza e carregamento de materiais, descarregando caminhão e coisas do tipo. Tudo estava indo bem, ele tinha conseguido alugar um quartinho barato em uma pensão, comia algumas coisas no restaurante e tinha tido grandes avanços na procura de Dalton, o filho perdido de Adalberto, porém tinha um problema: seu patrão, o senhor Silveira...
Era insuportável. Sempre que podia, ele gritava com Raimundo, chamando-o de ‘nordestino’ (mesmo tendo alguns traços também) e sempre que podia o ameaçava e a todos os funcionários de qualquer maneira. Uma pessoa totalmente insuportável, que ele e todos os outros eram obrigados a aceitar assim mesmo.
A humilhação sofrida era demais, apelidos pejorativos, brincadeiras desnecessárias entre outras coisas eram constantes. Raimundo só aceitava aquilo porque estava perto, e como um detetive uma espécie de Macgayver dos novos tempos, ele conhece o endereço de Dalton e assim que sai do trabalho, vai para lá cumprir sua missão.
Ele encontra o endereço, pergunta a porteiro pelo morador e o mesmo diz que Dalton ainda não chegou, então ele decide esperar. Espera por horas, mas espera feliz, sabendo que vai cumprir sua promessa, até que um carro bonito e importado vem de longe e o porteiro diz:
- Está aí, está chegando quem você procura...
Raimundo se levanta, se ajeita e espera pelo encontro, até que ainda de longe, ele vê quem é o morador... O morador é o Silveira. Dalton tinha sido adotado por pais ricos, Os Silveira, donos de inúmeras cadeias de restaurante e aquele que ele tanto procurava, era um dos que mais odiava.
Naquele momento, sem ser visto, Raimundo corre sem que o porteiro entenda nada e, meio ofegante, vai falando sozinho:
-Não pode ser, não pode ser... Não pode ser , não pode ser...
E vai para o seu quarto deitar.
No dia seguinte, logo que encontra Silveira, ou melhor, Dalton, ele decide entregar e acabar logo com aquilo, mas muda de idéia quando o mesmo o diz:
- Ta me olhando assim por que seu abestado? Vai trabalhar, porra.
Essa rotina de dizer ou não, acompanha Raimundo por dias, pois de um lado ele tinha a promessa, do outro tinha Dalton, ou Silveira, que não merecia saber de nada e provavelmente nem iria querer saber... Ele não sabia mais como agir.
Até que um dia, enquanto carregava nas costas uma caixa, acaba pisando no pé de Silveira sem querer, que diz:
-Olha por onde anda seu idiota
Nesse momento, Raimundo explode, um filme passa em sua cabeça de tudo que viveu até ali. Ele olha para Silveira, saca rapidamente a carta do bolso e diz:
-Toma aqui senhor, para limpar seu sapato...
E Segue, sem olhar para trás, sabendo que tirou um peso das costas e mesmo, que de sua maneira, a carta foi entregue, sim, a Dalton

Amores Inventados

O grande problema dos amores inventados, é que geralmente... Só um lado inventa...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que uma noite de sonho não faz...

Achei uma foto que não devia
Nela eu ainda era feliz
Tempos que não voltam mais
Ultimamente descobri coisas que não queria
Coisas que infelizmente eu fiz
“O triste” é não poder voltar atrás

Pra mudar aquele momento
Fazer uma viagem “do nada”
Provar que era sim especial
Não viveria nesse lamento
Não teria tanta mágoa
Nem me sentiria tão mal

Queria ainda te ver
E mesmo que discreto
De longe olhar seu sorriso
Nos sonhos vejo você
Falo tudo que quero
E quanto mais falo, de mais eu preciso

Pra falar da saudade que sinto
De você se preocupando comigo
Pedindo-me pra trocar de blusa e levar um casaco também
Queria te contar que na verdade eu minto
Quando digo dos meus novos amigos
E do quanto estou bem.

Queria comentar sobre a minha saúde
Que evito tudo novamente
E dessa vez, pretendo continuar assim
Fico puto, sabendo que fiz o melhor que pude
Mas tu não sai da minha mente
E você? Ainda pensa em mim?

Não sei o que andam dizendo
Mas de você não pergunto pra ninguém
Afinal, você pode escolher a vida que quis...
Mas dos meus planos você também não ta sabendo
Já deu meu apelido pra alguém?
Finalmente você é feliz?

Se não é... Nem desiste
Lembra que ainda to aqui pra te amar
Ainda temos tempo pra viver
Tudo é triste
Que mesmo sem tempo até pra chorar
Sempre arrumo um pra pensar em você

Resolvi parar de esquecer
Pois descobrir que querer te matar dentro de mim
É quase me fazer de morto
Por isso nem ligo em te dizer
Que em cada dia que tenho acordado sem você assim
Eu to morrendo aos poucos...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Maldade

Lazaro era um cidadão comum morador de uma periferia do Rio de Janeiro e como tantos, drobava um “bocado” para sobreviver.
Lazinho como era conhecido, muito divertido, cheio de amigos, sempre bricalhão, porém... Sem muita sorte.
Depois de ser demitido do seu último emprego como carregador, Lazinho que morava com sua mãe, padrasto, avó e dois irmãos mais novos, era quem ajudava em grande parte na conta de casa.
A situação ficou ainda mais triste para Lazinho em um dia que cortaram sua luz por falta de pagamento, ela não achava sua carteira de trabalho, a água da sua casa tinha acabado e uma briga o fez brigar com sua namorada. De saco cheio daquela situação, resolveu procurar uma ajuda do “Além”
Lazinho, na busca por respostas rápidas e certas foi procurar Mãe Calu, como era conhecida a Dona Maria do Carmo, uma mãe de Santo que tinha um terreiro em sua rua. Chegando lá ela disse:
- Lazinho, quanto tempo
- É né mãe... Tudo bem com a senhora?
- Sim meu filho, Oxalá me abençoa sempre, e você? Como está?
- Ah, mãe... Ta tudo dando tão errado, to sem sorte... Uma merda...
- Ih, meu filho... Vamos perguntar isso aos Búzios, eles não mentem
Nesse momento Mãe Kalu jogou os Búzios e disse:
- Olha meu filho... Os Búzios estão meio furiosos com você e estão dizendo que você tem que fazer um sacrifício...
-Sacrifício? Que tipo?
-Ah... Eles não dizem, mas faz uma maldadizinha boba... Que acho que vai melhorar
-Maldade Mãe?
-É... Mas nada muito grande não
Lazinho saiu do centro mais atordoado do que quando e resolveu dar uma volta para espairecer a cabeça. Decidiu ir ao centro, mas dessa vez ao centro da cidade e como não tinha dinheiro de passagem resolveu dar o velho e bom “calote” no ônibus.
Como já esperado, a maré não estava mesmo boa para Lazinho, já que o cobrador era um grande desafeto seu e ele teve que descer no ponto final bem longe de ondele esperava ir, pois só lá alguém abriu a porta traseira do ônibus. Aquele estava realmente sendo um dia bem difícil.
Enquanto andava na passarela para pegar um ônibus de volta, Lazinho pensa no que a Mãe Kalu te disse, avista um vendedor de Chumbinho que vendia seu produto na Praça da Matriz (uma praça que fica em baixo do viaduto sobre o qual ele passava) e resolve tentar, pois no momento opção melhor não tinha. Na hora em que decide tentar, Lazinho pega uma pedra que encontra no chão e taca em direção ao vendedor de Chumbinho. Ele nem espera para ver onde pega a pedra, só percebe que surge um tumulto e sai correndo em direção ao ponto.
Ainda um pouco afoito pela corrida, Lazinho percebe que sua sorte começa a mudar quando vê que agora o cobrador do ônibus que chega é seu amigo e o deixa passar. No caminho para casa, vai pensando no que fez... Mas como ele mesmo disse em voz alta:
- Já fiz ta feito. E tenta cochilar...
Ele chega em casa e percebe que sim, a sua sorte mudou... A luz assim como o problema de falta d’água tinham sido resolvidos, a sua carteira de trabalho tinha sido achada e sua namorada o estava esperando na sala para fazer as pazes. Sim, tinha tudo dado certo.
Ele quer sair para comemorar dessa vez, e pede para sua namorada aguardar um pouco enquanto ele aproveita a volta de luz e água para tomar um banho.
Enquanto está cantando e contente no chuveiro ele escuta a voz do seu amigo Thómas gritando no portão de maneira repetitiva e rápida
-Lazinho, Lazinho, Lazinho.
-Lazinho, Lazinho, Lazinho
O mesmo, preocupado sai de toalha ao encontro do amigo e diz;
- Que foi Mané?
Thomás suado e meio que gaguejando diz
-Lazinho, tacaram uma pedra na sua mãe lá na Praça da Matriz. Vem comigo, coloca uma roupa que o cara do Chumbinho viu quem foi e a gente vai pegar ele na porrada.

Medley quadrinhos e afins

Quando quero amar
Idealizo-te como a única
Que queria todo dia
Penso em você como tal
Como a perfeita
Minha Mulher Maravilha
Mas lembro de tudo
Lembro do que não é
Do que não tenho mais
E do mesmo jeito que veio
Do mesmo jeito que foi
Como um The Flash você se vai
Dominando meu sonho
Minha mente
Me vidrando em você
Como o Vingador, ou um daqueles vilões clássicos
Talvez um dos mais malvados
Não deixa eu te esquecer
E sofro
De um jeito sombrio
Que só o Batman entenderia
Logo eu?
Que mesmo sem escalar parades como o Homem Aranha
Por você, praticamente tudo faria
Mas você não me deixa
E como um Super Homem com Criptonita
Eu fico totalmente inutilizado
Será mesmo
Que era tudo pra ser assim
Ou nosso final feliz foi arrancado?
E me deixa assim
Querendo ser um Aquaman com uma roupa impermeável
Para que meu choro não a molhe
Pois quando quero te ver
Tudo é tão complicado, tudo é tão difícil
Que pra mim você está mais para Wally

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O dom de recomeçar

Na vida sempre esbarramos com um novo começo, o velho e tão falado nos texto de auto-ajuda... Recomeço
Normalmente o recomeço vem acompanhado de uma idéia de desafio, pois você recomeçar algo seja lá o que for, ou seja lá onde parou, ou porque acabou, não é fácil.
Sempre que vamos recomeçar algo nos deparamos com aquele sentimento de Déjà vu, de que já vimos aquilo tudo e não vamos passar por tudo de novo. Já antecipamos problemas, enxergamos barreiras e só lembramos de dificuldades. Dá até preguiça de pensar...
Mas e quando o recomeço é obrigatório? E Quando não temos como escolher se vamos recomeçar ou não? Quando nos vemos em uma situação de que a vida continua, sem se importar se você ainda tem força ou não e ou você vai com ela e recomeça ou você para e ela passa por cima de você.
Mas é aí que ta... Às vezes estamos tão preocupados com o passado, com aquela velha lembrança do que já foi ruim que não percebemos que cada recomeço tem uma peculiaridade, tem algo novo, um novo detalhe, nada é exatamente como foi.
Em um novo começo, você normalmente é uma nova pessoa, pois durante esse período que o fez recomeçar, você aprendeu bastante coisa, você conheceu bastante gente ou teve que esquecer outras...
Reclamamos tanto e evitamos ter um recomeço em nossas vidas sim. Mas por que não vemos por outra perspectiva? Por que não pensamos que o recomeço é uma dádiva ao invés de algo ruim? Vamos tentar imaginar como seria cruel se não tivéssemos esse benefício, se não tivéssemos o direito de recomeçar, se cada decisão ou acontecimento em nossas vidas por mais simples que seja fosse eterno e teríamos que viver com ele pelo resto da vida. Teríamos que sempre estudar a mesma coisa? Andar com as mesmas pessoas? Trabalhar sempre no mesmo lugar, mesmo que insatisfeito? Estar em um relacionamento infeliz? Amar alguém que já não te ama pelo resto da vida? Continuar sendo sempre o mesmo de sempre, simplesmente porque começou assim e assim terá que ser?
Pois bem, não tem que ser assim, a vida sempre dá a chance de um novo recomeço para todo mundo, pois mais doloroso e cansativo que seja, lembranças ficam para trás, mas não são esquecidas, assim como pessoas e atitudes... Somente é preciso recomeçar. Por isso, ao invés de pedir para que tudo dessa vez dê certo, prefiro pedir forças para conseguir recomeçar sempre que for preciso...

Bombeiro

O sonho de Antônio Lucas era entrar para o corpo de bombeiros, desde criança, ainda bem menino quando perguntavam o que queria ser quando crescesse essa era a resposta. Carrinhos, roupas, aparatos, enfim... Tudo na vida de Antônio era sobre bombeiros, até em inúmeras festas de aniversário, esse foi o tema. O tempo foi passando e essa tendência foi aumentando cada vez mais.
Filho único, depois do falecimento do seu pai, Antônio se viu obrigado a tomar a frente da família que nesse momento se reduzia apenas a sua mãe, e decidiu que agora sim faria tudo para realizar o seu grande sonho: O de ser um Bombeiro, o melhor de todos.
Antônio sempre imaginou que seria Bombeiro, sem nunca pensar no caminho árduo que teria que seguir para realizar o seu sonho. Provas, testes físicos e um batalhão de exames estariam entre ele e o seu sonho. Agora sim, vinha a realidade.
Depois de inúmeros cursos, treinamentos e dietas rigorosas, Antônio a cada ano que passava não entrava por algum motivo ao Corpo de Bombeiros. Alguma vez era uma classificação que não vinha, uns dois pontos que faltaram, até a gota d’água que foi quando todo o resto deu certo, mas ficou pelo exame de vista. Aquilo sim era o fim de um sonho.
Como um amor que o trai, Antônio se sentiu traído pelo Bombeiros que não o aceitou, logo ele que seria em sua visão, o funcionário mais dedicado de todos, o combatente mais corajoso, e jurou, pela alma do seu pai vingança... Só não sabia como... Mas sabia que aconteceria, que um dia quem o rejeitou ainda precisaria dele, ah sim, eles precisariam...
O tempo foi passando, e Antônio seguindo sua vida. Como era de se esperar conseguiu um emprego em uma loja e continuou vivendo e mantendo o plano de cuidar de sua mãe, até que um dia... O Corpo de Bombeiros cruza novamente o caminho de Antônio.
Em um dia que Antônio estava de folga dormindo em sua casa juntamente com sua mãe, uma fiação mal feita acaba por colocar fogo em seu apartamento e infelizmente os dois só percebem quando o Bombeiros já estavam cuidando e tentando apagar o fogo de todo prédio que agora está em chamas. Antônio que tinha um sono bem pesado acorda assustado e percebe que sua mãe também está dormindo, Olha para janela enquanto um Bombeiro diz:
-Saia enquanto é tempo, tem mais alguém aí com você?
-Sim, minha mãe
-Então a traga com você.
Antônio fica estático, o tempo para, ele não sabe bem o que faz... Mas faz...
E nesse momento se vê Antônio saindo do prédio, meio que correndo e tossindo da fumaça... Porém, sozinho.
Sim... Sua mãe infelizmente faleceu, pois ficou no apartamento que agora já foi tomado pelo fogo, e Antônio, esse sim ficou vivo e feliz, pois perdeu sua mãe, mas se sentia bem ao cumprir sua promessa de se vingar dos Bombeiros não os ajudando e deixando sua mãe lá pra morrer...