quinta-feira, 29 de julho de 2010

Confissões

Você é minha droga
E minha reabilitação
É a minha Yoga
E minha confusão

É a verdade mais pura
A mentira que quero esquecer
A vacina que cura
A doença que faz morrer

Confusão que eu não sei
A resposta pra tudo
A alegria que um dia terei
O meu ódio do mundo

O serviço que foi feito
A barba que ficou por fazer
Um ambulatório sem leito
O altruísmo de dar sem receber

A forma que me molda
A peneira que me espalha
O laço feito com solda
A insegurança feita de palha

O motivo que eu procuro
O óbvio que me confronta
A brincadeira no escuro
A parte verdadeira do “faz de conta”

A notícia anunciada
Tudo que não foi dito
A página do livro arrancada
O diário que não foi escrito

A dor do que não passa
A esperança do “vai melhorar”
A tentativa que fracassa
O próximo que vai acertar

O oxigênio que existe
O respirar do mergulho
O silêncio que insiste
O vazio do barulho

O sorriso que me emociona
A vontade que eu tenho que sumas
Às vezes coisa pra caramba
Na maioria... Porra nenhuma

terça-feira, 27 de julho de 2010

Previsão

Na TV, na revista, até em casa
Se olhar bem, tem por todo lugar que passa
Acham um absurdo falam que é uma coisa louca
Normalmente isso é só “a outra”
A amiga do namorado, ou a própria inimiga
Se for alguém que gosta, logo dá briga
Comportada quando chega, fica apenas sorrindo
Se mostra demais, faz algo errado... "Só to me divertindo"
Se fica com comprometido nem se manca
“A outra que tinha que ter tomado conta”
A roupa tem que ser justa, mesmo que ele mostra aquele velho quilo
Se faz chuva ou frio não importa. "È tudo pelo estilo"
Caras e bocas é o que mais faz quando está dançando
Se é vulgar: “Que nada, só estou encenando”
Algo errado que aconteceu ela fica sentida
Não passa nem um tempo: "Ai, eu to arrependida"
E se vacilou ou fez alguém de bobo
Ela fala: "Nunca mais faço de novo"
Por mais que a vida dela, por erros seja marcada
Ela nunca vai assumir que está errada
É sua personalidade, ela quer se encontrar
“Se erroei demais, foi tentando acertar”
Na verdade fica estranho de aceitar aquela mulher
O engraçado é que nenhuma assume que é
E é por isso que cada vez eu acredito bem lá no fundo
Que as Piranhas minha gente, estão tomando conta do mundo...

Por que será?

Na espera do meu nome
O sobrenome é o que não falam
É...
Acho que não sou muito importante.
Mas se tiver algum outro eu?
O que irão fazer?
Eles que se fodam...
Melodias consagradas
Agora tocam em sinfonias infantis irritantes
Daquelas que se compram no camelô
E acabam mais rápido do que um amor não verdadeiro
Porque pelo menos esse é “interesseiro”.
Mas tudo bem
Pessoas chegam
Aparecem
Disputam
Sem ao menos passar o que eu passei
Um espaço que é meu
Ou deveria ser
Pelo menos um pedaço
Bem, isso é o que eu acho...
O diagnóstico previsível é aliviador
E preocupante
Pois
Até porque o previsível prega peça.
Eu que o diga...
Cada vez aparece mais gente
E nada de dizer meu nome
Nem ao mesmo sobrenome
Como pode alguém chegar primeiro
E ter que esperar quem chega depois?
Cadê essa lógica?
Sinto-me despercebido
Pelas sensações angustiantes do que tenho que fazer
Como um quadro velho
Que sempre esteve ali
E já não tem mais graça
Não faz sentido...
Sim
Penso
E descubro
É horrível esperar um favor
Ser um mero encaixe
Até porque
Você precisa
Pra você qualquer migalha é luxo
Qualquer resto serve
Mas me chamam
Parece que o quadro agora faz sentido
Agora foi percebido
Deveria eu agradecer por ser visto?
Deveria eu ficar feliz por me chamarem?
Tanto faz...
Até porque é impressionante o que nos submetemos
Atrás de uma verdade simples
Pensando bem
Ta bom...
Nada como uma consciência limpa
E uma volta feliz...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Meninos e Meninas

Depois de hoje, comigo você não fala
Já avisei minha família parar tirar a sua foto da sala
Porque já vi que não volta, muito menos pra me ver
Grandes merda, como se isso importasse pra você
Resolveu sua vida, sem se importar com o que aconteceria
Aposto que quando falava do futuro comigo depois você ria
E ainda disse que demorei demais para dizer a verdade
Eu nunca soube que a gente tinha validade
Fui mais que alguém já foi
Fui muito mais que alguém vai ser
Suas coisas nunca deixei pra depois
Até emprego eu procurei pra você
Seus compromissos, quem te deu força pra continuar
E o livro? Quem foi a pessoa a te dar?
Estive do seu lado, quando você começava a sofrer
E quando ele brigar de novo quem vai te socorrer?
E acordar de madrugada indo de buscar a mais de 100
Te abraçar bem forte e te falar “ta tudo bem”
E resistir quando você falar: “sobe, estou sem os meus pais”
Eu não fui porque achava que você merecia mais
Enquanto eu fiz tudo para ser pra você uma pessoa decente
Você estava por ai conhecendo gente
Que infantil eu fui em não perceber que era um nada
Desse tamanho ainda acreditava em conto de fadas
Realmente acreditei que você ficaria me esperando
E as oportunidades que iam aparecendo, fui vendo passando
Me concentrando apenas em nós
Que triste lembrar o som da sua voz
Dizendo-me mentiras a todo instante
Olhando pra mim e falando que sou importante
Mas não te desejo felicidade, sou egoísta que sei
Tai, pelo menos isso é algo que não mudei
Como não mudei o meu sentimento
Se as coisas mudaram pra você, eu apenas lamento
A chance que perdeu de realmente sorrir
Quero ver conseguir deitar a cabeça tranqüila no travesseiro na hora de dormir
Pensando o que o que fez comigo foi crueldade
Deixar-me o seu lado, apenas por vaidade
E agora que se resolveu vai embora dizendo apenas tchau
Se pra você essas coisas são rotineiras, pra mim não é normal
Cobrar atitudes, cobrar respeito imaginário
O que você me fez foi me chamar de Otário
Pois me dizia isso tudo, fazia-me melhorar um pouco
E agora meio que do nada aparece com outro?
Não tem problema, se não gosta de mim de um jeito que eu gostava de ter
Talvez seja melhor mesmo, eu ficar longe de alguém como você
Que me usou, e agora faz de mim o que bem quer
Vai, já que não precisa me trata como um qualquer
Mas saiba que essa decisão vai durar pra sempre
Não tente vim chorar com o seu jeito deprimente
Porque eu sofro, mas isso não passará desse inverno
E quem sabe um dia a gente se veja de novo, de preferência no inferno...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

M.A.D

Se faltou algo
Não fui eu que não fiz
Se não estamos juntos
Não foi porque eu não quis
O que aconteceu com a gente
Eu juro que não sei
Mas não serei inocente
Sei que também errei
Errei em me doar demais
E deixar minha vida ser guiada
Errei em não escutar a voz que me dizia
Que alguma coisa estava errada
Quantos momentos já me deitei
E não dormir pensando em nós
Quanta vezes já não sonhei acordada
Esperando ouvir sua voz
Chamando meu nome e dizendo
“Larguei tudo pela gente”
Claro que isso seria demais
Eu não seria tão intransigente
Tudo que eu queria no fundo
Era sua compreensão
Não sou de aço como pareço
Preciso de atenção
Migalhas do seu tempo
Eu já cansei de ter
Minha vida não é sua agenda
Onde você marca quando me ver
Cansei dessa vida
Cansei desse seu joguinho de carta marcada
Eu não sou sua boneca
Que usa e depois deixa guardada
Sim, fiz tudo por isso
E agora o que levo de recordação?
Não levo nada
Apenas sua falta de consideração
Que não fez sua parte
E me deixou sem saber disso tudo o que houve
O pior de tudo, é que mesmo depois do que passamos
Você nem se despedir soube...

domingo, 18 de julho de 2010

Frio

Não paro de pensar em voce
Em lugar que nunca estive
Nem você
Não paro de lembrar do cachorro
Que voce nunca teve
Nem eu nunca te dei
Na cama que nunca deitamos
E de você que lembro
É o seu cheiro que sinto
Na brincadeira que nunca brincamos
E você que eu empurro
E o seu nome que eu grito
Vem
Tira essa culpa de mim
Deixa eu dormir tranquilo
Sem chorar pensando na gente
Sem essa solidão que ta me matando
Vai
Me da uma resposta
Fala o perfume que voce gosta
Faz meu dia passar mais rápido
Mata seu dia comigo
E deixa eu passar uns dias com você
Pouco tempo pode ser
Quem sabe "para sempre"
Aquele que sempre falamos
E que nunca cumprimos
Mas se não quer
Não me diz
Mesmo eu pedindo para dizer
Apenas some
Diz anda ocupada
Que precisa pensar
Mas só não se despede
Deixa eu assim
Viver achando
Que um dia irei te levar
Em locais que nunca estivemos
Fazendo coisas que nunca fizemos
Ver coisas que nunca vimos
E sermos felizes, como um dia já fomos...
Deixa
Porque eu não to nada bem
E sua falta
Só tá fazendo falta...
Nada mais...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Poema de Dois Dias

Estranho
Estar aqui novamente
Com a mesma folha branca
Falando sobre o mesmo assunto
Sentindo as mesmas coisas
Mas com tudo diferente
Como em um ano
Tanta coisa muda
E ao mesmo tempo nada?
Sim
Pensando bem
As coisas não mudaram tanto
Elas apenas aconteceram
Ou deixaram de acontecer
Tudo depende do modo que se vê
Não acha?
Mas não tem problema
Porque se a terra é redonda
Se a vida é um ciclo
E o mundo é um moinho
Tudo voltará a ser como era
Ou sempre vai ter essa sensação de que faltou falar algo?
A sensação de lembrar quando passa
Como um eterno poema de dois dias
Daquele que a gente sempre tem algo pra complementar depois
Uma nova observação
Uma nova visão
Uma reclamação qualquer...
Mas veja só
Mesmo com todo o problema que pode ter
Mesmo com todo o romantismo
Dessa história inacabada
Só as histórias inacabadas podem ser românticas
E nisso a gente combina
Pois
Um ódio de um dia
É um amor do outro
Sim
Amor!
Não se assuste...
Só pode ser amor
Daquele de amigo
Quem sabe de irmão
Que esquece toda a chateação que se cria
E toda a vontade de matar
E transforma-se em uma admiração depois de um sorriso
Depois de uma conversa sobre o nada
Que novamente caba
De maneira repentina
Criando aquele ódio de “mentirinha”
A chateação que não sabemos de onde vem
Mas vem
Junto com o: “Decidido com ele eu não falo”
Mas fala
Às vezes no dia seguinte
E volta tudo de novo
Sim!
Achamos!
Aí está o ciclo que procurávamos
O ciclo que criamos
O nosso ciclo e de mais ninguém
E com ele eu
Percebi
Com muito custo
Que não preciso ter meu nome em algum Hall da Fama
Em páginas de livros
Em sites de buscas
Para ser importante.
O pouco que fiz já foi muito
O pouco que fez já foi demais
E isso
O nosso moinho
Ninguém apaga
Por isso
Eu não preciso ser nada
Pelo menos nada demais pra você
Pra te desejar
Do fundo do meu coração
A mais sincera e pura
Felicidade do mundo
Sem pressa
Sem pretensão
Sem inveja
Sem nada
Apenas isso
É o que deseja
O seu
O nosso
E de mais ninguém
O eterno
Quase desconhecido
“Zé Ninguém...”

domingo, 11 de julho de 2010

Biografia

Bem vindo a minha vida
Nela tem tudo indesejado
Um poço de confusões
Pena de quem fica ao meu lado
Sou a exceção de tudo
Que não decide ser cura ou ferida
Mas qualquer um por aí sabe
Que as exceções é que fodem a vida
Tudo é muito confuso
A contradição é uma parte constante
Uma hora quero tudo
Já não quero nada no outro instante
Às vezes sou a favor de tudo
Mesmo sempre sendo do “contra”
Mas isso é meio involuntário
Nem sempre me dou conta
Finjo que não ligo pra nada
Mas me incomodo com o que vão pensar
Às vezes acabo me prejudicando
Deixando-me de lado pro o outro agradar
Fazendo o que não quero
Deixando de lado minha vaidade
Mesmo tendo momentos de rei
Em que sou cheio de vontade
A ansiedade é parte diária
Como a desatenção
É algo normal
Entenda que eu nasci distraído
Não faço isso por mal
Impulsivo
Sempre peciso de atenção
Contraditório
Sou horrível pra tomar decisão
Sim, eu sou bom
Mas sei ser ruim se preciso
Até porque nem tudo é unanimidade
O inferno existe até no paraíso
Mas eu juro que às vezes
Eu peço perdão a Deus por ser assim
Por ter dias que gosto tanto de você
E outros que não gosto nem de mim

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Coincidência de uma sexta a noite

Triste coincidência
Como uma saída pode caber tanta saudade?
Passei na sua porta e não te achei
Só vi outro carro naquela minha vaga de sempre.
Percebi que o triste
Não é ver outro carro
E sim, saber se você ainda mora ali?
Por que tudo mudou?
Cadê nossos planos?
Por que não quer saber da minha vida?
Vai
Procura por mim
Pergunta de mim
Desconfie se eu tenho alguém
Faz aquele joguinho
Não deixa mais eu com essa vida vazia
Sentindo essa saudade solitária
Esperando as datas
Alimentando-me da fachada do um prédio
Que já pode não dizer mais nada...
Diz-me onde você mora
Fala pro porteiro que você me conhece
Ou fala que sou seu irmão, que to só de passagem
E só vim deixar a roupa que você esqueceu comigo há mais de um ano
Daí quem sabe
A gente marca aquela conversa
E fala sobre aqueles bons tempos
Deixando a nostalgia tomar conta
Dessa minha melancolia infantil
De achar que um dia
Tudo vai ser como antes
E os dias serão como aqueles
Em que eu tinha você
E uma vaga pro meu carro parar
Nem que fosse
Por uma noite...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Algo

Hoje acordei pensando na saudade
Que mesmo depois de tanto tempo
Ainda não foi
E nem me fez sentir saudade dela.
E acabei me sentindo culpado
Por ter te visto pouco
Com o muito que queria
Por aproveitar pouco
Com o muito que poderia
Por não ver mais
Com o tempo que me sobra
Que penso muito
Muito mais que qualquer coisa...
Cadê aquela conversa que você queria?
Será que vou ter que esperar chegar aquela data especial?
Aquele dia de sol?
Aquilo será igual?
Ou outro acaso ou obrigação do destino?
Os dias se repetem
As datas se repetem
Os acontecimentos não
Cansei de olhar pra porta
Olhar pro espelho
E te procurar em mim
Cadê você?
Vai
Vem
Mente pra mim
Diz que um dia vem
Que um dia aparece
Fala que é questão de tempo
Que é culpa minha
Que tem saudade
Mas agora não dá
Diz que sou imaturo
Que só penso em festa
E ainda não tenho maturidade
Vai
Fala algo
Faz algo
Escreve um email
Um poema
Um cartão
Picha um murro pra alguém
E deixa eu pensar que é pra mim
Faz algo...
Faz o que quiser
Mas pelo menos
Aparece
De um jeito que valha a pena...