segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A letter to Elise

Toca o despertador e Cláudio Ricardo mais uma vez acorda e lembra de toda a dor que está sentindo desde seu termino com sua namorada Elise.
Elise e Cláudio Ricardo sempre foram bem diferentes, ele fã de esportes, trabalha na loja de carros do pai e faz supletivo a noite, já que desde de cedo nunca foi muito bom nos estudos. Ela é estudante de letras e literatura e dizem por aí que mais do que ler ou fazer qualquer outra coisa na vida, tem como seu maior Hobby corrigir erros de português, concordância, colocação de palavras que as pessoas possam vir a dizer, é só alguém falar algo que não esteja dentro das normas cultas da língua portuguesa que lá está Elise para corrigir e deixar todos ao seu redor muito irritado com isso.
Cláudio Ricardo constantemente era vítima desse lado soberbo de Elise, e era só ele falar qualquer coisa errada aonde fosse que logo vinha uma patada de Elise:
- Humm, acho que vou pegar essa carne pra mim comer..
- Para EU comer Cláudio Ricardo, Eu... Mim não conjuga verbo, ai, não sei porque você é tão ignorante assim.
E o rapaz se sentia humilhado, mas aceitava e continuava a gostar de Elize mesmo com todos esses defeitos.
Até que um dia ele flagra Elise com outro homem que dizem ser um escritor desses famosos, mas é claro que Cláudio não o conhecia, e pronto a vida de Cláudio começa a ser um inferno para ele.
Mesmo estando errado ela não dá o Braço a torcer a mesmo no meio do nervosismo da discussão não perde a chance de corrigir Cláudio.
- Eu não acredito que você fez isso comigo, fazem 3 anos que estamos muitos.
- Faz 3 anos Cláudio, fazer quando exprime tempo é impessoal
- Não interessa o que é certo ou errado, isso aqui é entre eu e você, isso sim.
- Não acredito nisso, Cláudio Ricardo, depois da preposição usa-se mim ou ti, entre Mim e você.
E Cláudio depois dessa atitude de sua atual ex-namorada, chora de raiva e dá as costas sem ao menos se despedir.
Os dias que se seguem para Cláudio são horríveis, provavelmente os piores de sua vida, mas que os deu força para correr atrás de todo o tempo perdido para dar a voltar por cima e estudar cada vez mais. Ele troca o caderno de esporte por livros, passa a levar muito mais sério o estudo, e frequentemente é visto em bibliotecas aonde procura por livro de gramáticas para se aperfeiçoar cada vez mais no seu reencontro com Elize.
Já Elize estava bem, feliz e sempre fazia questão de comentar com os amigos de como seu ex namorado era ignorante, e que iria provar:
- Já sei
Disse ela para uma amiga
- Vou mandar uma carta para aquele jumento, e quando ele responder vocês terão uma idéia do que eu estou falando, vocês verão...
E um verdadeiro festival de gargalhadas toma conta do ambiente enquanto a carta é escrita por Elize, que no meio de tentar impressionar Cláudio com palavras difíceis fala sobre o termino do namoro deles e pede para que fique tudo bem, sem ressentimentos.
Pronto, a carta é entregue a Cláudio por um amigo em comum do ex-casal.
Elise espera o retorno da carta que demora dias, até que a mesma chega e Elise chama todos os amigos para ver a carta que tinha recebido do como ela mesmo dizia: “Semi-analfabeto do seu namorado”, até que quando é aberto o envelope ela tem uma surpresa: A carta que está nele é a mesma que Elise mandou para o namorado e nela agora tem um algumas anotações feitas de caneta vermelha aonde Ricardo sublinha todos os erros gramaticais que Elise cometeu, coloca a correção escrita ao lado e em cima de forma bem grande a nota 4,0 com o seguinte recado: Favor estude mais...
Depois desse dia, Elise nunca mais foi vista falando do ex namorado, e eles até chegaram a se encontrar um dia na turma de mestrado, aonde Ricardo foi o professor de Elise.

Obs: O Título desse texto é uma homenagem a uma música do the cure (tradução: Uma carta pra Elise)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Encontro quase marcado

Rafael Mendes era apenas mais um jovem que como muitos de sua idade estudava, trabalhava, gostava de uma boa diversão, bebedeira com os amigos, mas sem deixar de lado seu amor por Priscila com quem já namorava há 5 anos.
Priscila era moça séria, daquelas que nunca sai de casa sozinha, adora ler livros, estudiosa, trabalha em uma firma de vigilância, gosta de ir a missa todos os domingos, uma moça como dizem é “pra casar”
Rafael reconhecia todos esses atributos em Priscila e sua família que o tratavam muito bem, e até já pressionavam o casamento entre os dois, e era só ter algum encontro de família, que logo vinha a velha e longa pergunta:
- E aí quando sai o casamento?
E Rafael meio sem graça dizia:
- Ainda não marcamos a data, mas vai sair, vai sair...
No fundo Priscila também o pressionava quando dizia que viu um apartamento bonito para comprar ou quando queria escolher o nome dos filhos, e ele sempre se esquivava quando ela era direta:
- Rafa, quando vamos ajeitar nossa vida?
- Calma Priscila, ainda somos muito jovens...
Ela se sentia mal, porém respondia apenas da mesma forma...
- Tudo bem...
E Rafael ia administrando essa vida de curtição/namoro achando que isso eram duas coisas totalmente distintas.
Os amigos até perguntavam porque ele não levava a namorada para sair e ele respondia sempre da maneira mais simples possível e as vezes com uma piada:
- Não tem graça, ela não gosta, é do signo de virgem mas foi registrada como leão... Dá nisso
Logo mudava de assunto.
E assim chegava mais um dia em que Rafael saia com os amigos, bebia, conhecia outras mulheres, às vezes se envolvia às vezes não e fazia isso sempre no mesmo clube aonde já era bem conhecido nos dias de quinta a noite, conhecia todos, do garçom ao dono do clube. E essa rotina já se estendia durante um bom tempo até que um amigo tem a grande idéia
- Aí, essa semana vamos curtir a noite em outro lugar
E Rafael pergunta:
- Aonde brother?
- No clube 12, disseram que lá ta rolando uma parada absurda, maior vibe, puro psy... Vou levar as Laba, vamos????
- To dentro, diz Rafael
E Rafael como todo jovem de sua idade passa a semana ansioso pensando na festa que irá curtir...
Chega o dia da “Tal festa” e Rafael como sempre liga para Priscila e finge está cansado e com sono e precisa desligar, Priscila como a boa moça que é também trabalhou e estudou o dia inteiro além de estar acostumada com uma rotina de dormir cedo e acordar cedo, ela diz mais uma vez que ama Rafael e que o espera em sua casa amanhã para verem televisão juntos na sala.
Pronto, Rafael está aliviado, missão cumprida, nada irá impedir sua noite, ele não tem medo de nada Priscila só têm amigas da igreja que não freqüentam esse ambiente e diz para seu amigo, enquanto param em um posto de conveniência para comprar uma cerveja, um chiclete e um maço de cigarros:
- Essa noite vai ser minha eu estou sentindo.
Eles chegam ao clube e avistam aquela multidão entrando e Rafael ainda fica mais empolgado:
- To sentindo cara, to sentindo...
E entram já curtindo o clima do local
Rafael está muito empolgado, mas empolgado que nunca, dança, brinca, bebe, se diverte tanto que demora a perceber que Priscila, aquela mesmo que ele namora há 5 anos, está dançando, e se divertindo com as amigas, isso, aquelas mesmo que são da igreja do dia de domingo e trocaram o som da oração pela batida do trance, e as roupas tão comportadas por óculos escuros e botas... Rafael não acredita no que vê, fica desesperado, Priscila também o reconhece fica sem graça, mas finge que nem é com ela e essa situação desagradável dura alguns minutos que para Rafael parece uma eternidade.
Até que Priscila vai falar com Rafael e esse quando ia soltar uma justificativa é surpreendido pela moça que diz:
- Olá, prazer meu nome é Priscila e o seu
- Quê, Quê
- Seu nome... O gato comeu sua língua?
Diz Priscila com um sorriso e uma desenvoltura e sexualidade que não fazia parte do seu perfil até então...
Rafael decide entrar na brincadeira e diz:
- Rafael, mas pode me chamar de Rafa
E os dois acabam ficando juntos a noite inteira como se fossem um casal que acabaram de se conhecer e não se desgrudavam, não paravam de beijar como nunca havia acontecido entre os dois.
Chega a hora de ir embora, e Rafael diz que vai levá-la em casa e Priscila diz:
- Não precisa, eu vou com as minhas amigas..
Rafael entra na brincadeira novamente e diz
- Seu telefone, posso pegar??
E Priscila é curta e grossa
- Não, melhor não... Eu tenho namorado...
No dia seguinte ninguém comentou mais nada sobre isso, e dizem até que eles sempre que se encontram ainda ficam... Mas não passa disso porque os dois deixam bem claro que ambos tem namorados.