terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desistir sim, falhar nunca...

Pensando na vida e sonhos de um futuro, sempre esbarramos em alguns caminhos ou atos clássicos: Conseguir ou não. Tentar ou desistir e normalmente esses dois extremos são considerados como vitórias ou fracassos sem nenhuma negociação ou abertura para mudar esse quadro. Mas pensando friamente em uma vida cheia de escolhas e necessidades, desistir sempre pode ser considerado um ato de falhar?
Eu não acho desistir na maioria das vezes um ato de falhar ou uma atitude covarde como muitos consideram por aí. Talvez desde os tempos medievais e de guerras, o desistir de algo é ser fraco, é jogar uma vida fora, jogar um trabalho fora, desistir de um ideal, de uma ideologia, mas nos tempos de hoje, a coisa já pode ser vista de maneira diferente.
Parafraseando o conceito de um belo poema, pra mim, em diversas passagens da vida, desistir é sim um ato de coragem, pois ela mostra além de uma noção de bom senso, uma atitude corajosa de entender que aquilo que queremos ou queríamos não é mais possível.
Desistir de um sonho qualquer é ruim, ainda mais o que vem da infância que todos participam como o de ser jogador de futebol, um cantor famoso, mas mostra uma noção muito importante de perceber que a vida continua e passa sem se importar que o sonho dele fica pra trás.
Não estou pregando aqui que não se deve correr atrás de um sonho, mas sim que devemos perceber até onde existe esse meio termo entre a busca do sonho e não enxergar a realidade.
Por exemplo, desistir de um grande amor, além de um ato de bom senso, também é um ato de amor próprio, porque por mais que você queira aquilo, você sonhe com aquilo, desistir daquilo requer de uma coragem muito grande, tanto para se distanciar desse amor, quanto para seguir em frente e tentar não olhar pra trás.
É isso, o ponto principal que eu vejo em ter a coragem de desistir de algo é que logo você terá que ter a força de começar ou recomeçar algo novo, sem mais aquele velho sonho, projeto ou meta ocupando seu pensamento, e isso que é o difícil, pois muitas vezes a pessoa fica acomodada em diversos sonhos, como se eles fossem um ponto de partida para sim se começar a viver, é como aquele que estuda a vida inteira tentando passar em algum concurso, mas se vê escondido atrás disso, se escondendo da vida, tentando ficar ao máximo nessa zona de conforto, achando que a vida é aquilo ou não é... Não... Desistir disso, dos sonhos é sim um ato corajoso, em que cada um tem que assumir pro mundo e pra si mesmo que erra, que foi incapaz, que não deu certo, que vai tentar outras coisas, que talvez não estivesse certo, que outros foram melhores , ou que no fundo... Nem era tão bom assim. Se existe algo mais corajoso que assumir isso pra todo mundo, eu desconheço...
Por isso, acho que não devemos ficar com medo ou vergonha de desistir, porque desistir em várias situações é muito mais agradável do que viver a vida dando murro em ponta de faca.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quem Vê Até Pensa...

Gostei te ver assim do nada
Mesmo com a blusa que eu não gostava
E sua mãe me olhando desconfiada
Como quem se perguntava quem era eu

Gostei de te ver tão animada
Mesmo com o sol que fazia na praia
E eu sempre olhando para sua cara
Até sua mãe percebeu

O tempo poderia ter sido mais caridoso
Quem sabe se eu tivesse demorado mais no almoço
Teria ficado bem menos nervoso
Por ver você chegando e eu indo

Mas acho que no fundo o destino foi bondoso
Por eu ganhar um beijo tão cheiroso
E só de virar as costas e você virar o pescoço
Já fez valer um domingo

Coisas Velhas...

Cinema Mudo
Televisão Preto e Branco
Forno a Lenha
Rádio de Pilha
Relógio de Bolso
Telefone de Disco
Saudade que sinto...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Esperando

To te esperando
Meu cabelo tá até ficando branco
Você disse que não demoraria tanto.
Mas nada de chegar

To te esperando
Já to ficando meio tonto
Com meu estômago que ta rocando
E nada de você ligar

To te esperando
Pra você falar o ponto de encontro
O nosso sol já ta se pondo
E nem o que fazer eu sei

To te esperando
Com a saudade que não tem tamanho
Com sua promessa que já tava voltando
E eu acreditei...

To te esperando
Com um monte de segredo deste ano
Já nem me lembro desde quando
Esperando ouvir os seus também

To te esperando
Mas confesso que por mais que ando
Que de ti pra todo mundo eu conto
No fundo eu sei que você não vem...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cidade Desespero

O bicho ta pegando... Mais uma vez.
Nem sei se já falei sobre isso, ou se já usei esse título. Se não usei é sinal que sou criativo, se já usei é sinal que situação ta mesmo braba... Logo, me saio bem de qualquer maneira.
Então... Nessas últimas 48 horas o terror tomou conta do Rio de uma forma ainda mais intensa. Bandidos fazem pressão, mas não se sabe exatamente porque, a polícia não consegue controlar, não se sabe exatamente porque... E a população, sem saber o que fazer, nem porque...
Vários são os pontos para ser abordados aqui que talvez bateriam meu recorde de palavras em um só post, mas será que adiantaria?
Indo pra ficção, a situação do Rio lembrou-me do último filme do Batman em que o Coringa espalha o terror de diversas formas para conseguir o que quer... É... Lá é ficção e aqui não temos Batman.
Mas começando pelo começo (óbvio), novamente eu volto a citar e gritar para todos que o grande culpado disso, ou quem tem a maior parcela de culpa é o “usuário de vez em quando”. Sim, é o cara que gosta de fumar, cheirar, comprar coisas roubadas, participar de coisas ilícitas e acaba contribuindo no final para o tráfico ter dinheiro e investir pesado em materiais de guerra ou até mesmo seduzindo jovens e cada vez mais pessoas a participar do mesmo.
Quando eu digo usuário de vez em quando, eu não falo do viciado, porque esse, infelizmente já não tem mais controle pelas suas escolhas, mas sim eu falo da galera que gosta de fumar um pra se divertir, que gosta de cheirar, principalmente os que têm um nível sócio econômico considerável e são os primeiros a reclamarem por aí da violência, do absurdo e do Governo. Minha gente, mesmo não querendo... Vocês são os grandes culpados e se reclamarem comigo, lembrarei isso.
Não querendo jogar só para um lado, a grande parte da sociedade também tem culpa quando compra coisas ilegais, coisas roubadas ou dá aquela propina, aquele suborno tentando assim dobrar o sistema... Diz-me, quem não se enquadra no quadro citado a cima?
Mas... Tudo isso não justifica, o Governo também tem sua parte de culpa.
Achei essa coisa da UPP uma ação totalmente despreparada e bem maliciosa logo no ano de Eleições, já que como alguém tira o bandido da favela e acha que ele sumiria no espaço? Não... Ele vai ficar por aí, tentando modos de sobreviver através de arrastão, assaltos, seqüestros etc... Até onde uma coisa compensa a outra?
Sinceramente, eu acho que o Governo e a Polícia deveriam ser mais duros no que diz respeito a esses “elementos”, acho sim que em alguns casos, prender não adiantaria e matar talvez fosse sim a solução... E os direitos humanos? Sim... Eu queria ver essa galera defensora dos direitos humanos perderem um filho, uma mãe, ou um ente querido para essa marginalidade se eles continuariam achando a mesma coisa.
Pode não parecer, mas se analisarmos friamente que cada vítima que vemos, que cada pessoa que sofre com a violência, leva mais tantas com elas. Mesmo não sendo conhecidas, são pessoas que podem ter filhos, pais, mães, parentes e tudo mais. Isso não é filme e cada pessoa que morre ou sofre com essa violência não é figurante. Pode não parecer mais são pessoas.
Mas pouco importa, porque pro Governo ou para pessoas do alto escalão, isso não afeta muito. Por isso o discurso de que “façam tudo normalmente”, e a população fica preocupado sem saber como agir, se deve ou não ir, já que a imprensa ainda mais sensacionalista ajuda a divulgar o pânico. Será que um patrão entenderia se o funcionário não fosse trabalhar com medo?
Não entendo porque o Governo ou o País não faz nada para conter isso. O que falta? Dinheiro? E a quantidade de dinheiro que entra no Estado através de inúmeras fontes como arrecadação de impostos e de multas. Não é suficiente? Então onde ele entra que ninguém vê?
Mas eu acho que no fundo já sei... Enquanto os bandidos estão tocando o terror em nossa cidade, o Governo está sem contingente Policial para combater a criminalidade porque MEGA operações da Lei Seca estão sendo feitas por aí... Afinal, dirigir e beber deve realmente ser muito pior que matar...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mas quem sabe...

Outros deviam ser melhor que eu
Quem sabe uns 10
Quem sabe mais
Só fiquei sabendo disso
Nem quis saber de mais
Ou não
Que injusto eu...
Mas quem sabe você se enganou
Confundiu meu nome
Minha idade
Meu email
E eu to te culpando
Erros acontecem
Mas quem sabe você não me afasta de tentar de novo
Não vou ter vergonha na cara
Amor próprio
Ou um bando de coisas que os perdedores falam
Pra justificar
O obvio...
Outros eram melhores...
Ou novamente não
Mas quem sabe talvez você não tenha entendido o que eu quis dizer
Talvez eu não tenha lido o seu manual
A sua cartilha direito
E nem você a minha
E ficamos por aí...
Por aqui
Eu meses
Ou menos
Esperando você pra me escolher
E no fundo você
Sem ao menos saber
Que eu existia
Mas quem sabe...

Muitos por aí...

Eu assumo a culpa que me colocaram
Assumo o papel que recebi
E como um ator
Eu encarnei

Eu disse o que me contaram
Passei o que ouvi
E como um bom atravessador
Eu repassei

No fundo foi armado
Acharam que eu não agüentaria
Se bobear foi apostado
Devo ser previsível

E eu agi como programado
Confirmando minha biografia
Fiz o que era esperado
Sou incorrigível

E dessa vez sem arrependimentos
Falei porque quis
Contei porque achei devia
E no fundo fiquei bem

Nem me importei com os sentimentos
Por isso fiz o que fiz
Expus o que sentia
Será que não fariam isso também?

E tanto faz esse “fazer”
Pra sinceridade não dá pra voltar
Se algum colega por isso eu perdi
Certamente não seria o primeiro

Então, dane-se o que vão dizer
Foda-se o que vão falar
Não ligo de assumir
“Eu sou fofoqueiro”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mais que dois

E vira cada um
O que um dia já foi dois
O cúmulo da injustiça
Assim como aquele que pra justificar os erros que faz
Simplesmente decidir rever os conceitos
De uma vida...
Será que vale?
O cada um que sobra
Agora delimita o seu território
Que um dia foi de dois
Locais
Horários
O tempo
E o incrível acontece
O indivisível
Agora tem uma divisão tão racional
Quanto um choro de madrugada
Que não funciona
Às vezes os limites ficam a mercê dos imprevistos
E o cada um
Vira dois
Pelo menos quanto se conta
Que por dentro
Talvez sejam até meio
A metade de um
Ficou com o outro
Pena que é segredo
E não confirmado...
E o um vira
E se vira
Para não ver
Enquanto o outro finge que não viu
Tentando concertar o erro do indivisível
De um jeito previsível
E ensaiado
Como tem gente inocente...
Cada um não percebe
Mas todo mundo percebe
Que já não são
Mas todo mundo só não sente
O que cada um sente
“Será que alguém ainda sente?”
“Será que um gosta mais?”
“Será que foi de comum acordo?”
“Por que acabou?”
Até que um
De dois se vão
E volta a ser um
Ou até meio
Sofrendo com a saudade de ser dois
Ou não...
Podendo até estar feliz
com a nova chance que a vida lhe deu
De ser dois novamente
E quem sabe até...
Chegar a ser mais
O quanto quiser...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nina

Justamente
É justo
Contando como tudo que conta
A realidade é só uma questão de percepção
Infelizmente
Isso tem um custo
E a vida desconta
“Fazer o que quer” é um artigo em extinção
Preguiça
Dever
Prioridades que não queremos
"Os sonhos sempre ficam pra depois"
Submissa
Fazer
“Para o que não nascemos”
Erro de um, frustração de dois
Imprevisto
Mudanças
Culpa da vida
"Todo erro tem um motivo"
Persisto
Com andanças
E Aborrecida
Desabafo: “Ninguém tem nada a ver com isso”
Termino
Recomeço
Mas volto
No meio do tumulto
"Ainda tento me encontrar"
Destino
Não esqueço
Me revolto
Mas luto
"Daqui ninguém me tira. Aqui é meu lugar"

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sonho Tardio

Foi meio confuso
Como tudo interessante
Tinha momentos reais
Que só durava um instante
Lá estava você... Ou ela
Do mesmo jeito que eu deixei
Ainda pareceria se importar
De um jeito que jamais achei
Falou metáforas confusas
Que nem eu entendi
Falou para tentar
Antes de você... Ou ela desistir
Mostrou-me uma laranja
Da qual tirava o caldo
“Isto é o nosso amor
Ele está ficando acabado
Como uma laranja sem caldo
Nada que sobra presta
Como o nosso amor
A solidão é o que resta”
Você... Ou ela me alertava
De um jeito que não dava pra negar
Queria me ter por ali
Pedia-me pra ficar
E eu ficava
Cumpria a promessa de a gente envelhecer
Esse sempre foi meu sonho
Formar uma família e vê-la crescer
E no sonho vi tudo
De um jeito bem bonito
Uma pena que o sonho era meu
Tão irreal e finito
Acordei apavorado
Sabendo exatamente o que a gente perdeu
Valeu a tentativa meu sonho
Mas foi a primeira vez que você tentou me avisar do que já aconteceu

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Será?

Te troquei por uma ilusão
Acho justo você falar não
Ou preparar um sermão
Caso te peça perdão

Foi bom você trocar o nome
Por um novo que não some
E seu coração talvez tome
A terceira pessoa do pronome

Convenhamos que foi maldade o que fez
Partir de verdade dessa vez
Deixando apenas um título de “ex”
Sem nem dar um talvez

Com uma pequena esperança
Que se acontecesse a”tal” mudança
Eu ainda teria a segurança
De ter a fantasiosa última dança

Mas esquece tudo que pra ti lembro
Desde o mês de Dezembro
A camisa do Flamengo
Ou algum outro mulherengo

Tentado entender o porquê
Da gente não se vê
E muito menos saber cadê
O amor entre eu e você

Ou nem lembre o passado
Considere que na verdade nada deu errado
Apenas cada um foi pro seu lado...
E eu que sou o exagerado...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Por isso eu corro demais

Comecei a vida correndo pra ganhar
E fui ganhando
Com o passar do tempo descobri que correr, era um ótimo jeito de perder
E to perdendo
Sem querer, percebi que correr, também é bom pra esquecer
Mas ainda não esqueci
Comecei correndo dos outros
De todo mundo que vinha atrás de mim
E eu não sabia me defender
Me peguei correndo atrás dos outros
Para as outras
E pra mim
Pra jogar fora tudo aquilo que me deram
Mas eu não queria
E me vi tantas vezes correndo pra achar
Um monte de coisa que eu nunca quis
Tem dias que corria olhando pro chão
Oras procurando uma moeda
Outras escondendo meu rosto da vida
E de mim
Já outros de cabeça em pé
Orgulhoso do que fazia
Tentando reencontrar alguém que nunca vi
Ou procurando alguém que nunca achei
Mas corri
Como corri,
Corri tanto
Que às vezes até me esquecia porque corria
Daquele jeito desesperado
Correndo até chegar a um algum lugar
Em que eu não me arrependeria das escolhas que fiz
Mas que nunca cheguei
Nem sei se isso existe mesmo
Sempre me cansei primeiro
Como de tudo que vinha
E me questionava o porquê das coisas
Nessa altura eu já nem lembrava o motivo do lamento
Mas continuei tirando forças
Sei lá da onde
Que eu nem sabia que existia
E como não tinha outro jeito
Eu continuei correndo
Pra ganhar
e perder
Se possível esquecer
De preferência mais rápido que meus passos
Já desgastados
E desgostosos
Mas que no fundo
Ainda carregam no peso que a vida faz
Sobre mim
E em mim
A esperança de que tudo
Uma hora ou outra tem que mudar...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eu quero

Eu quero tudo
Um sorriso
Um amor
E a liberdade

Quero o mundo
Tudo isso
O que for
E a outra parte

Quero a vida
Sem razão
Porque a correria
Tem ousadia

Quero ferida
Da depressão
E da alegria
No mesmo dia

Quero ser eu
Melhorado
Sorrir
E vencer

Quero o que é meu
Mesmo usado
Conseguir
Não interessa o quê

Quero chances
Novidades
Pessoas
E sucesso

Quero romances
Serenidade
Numa boa
Sem excesso

Quero o ser insano
Que Mente
Mas compensa
E aparece

Só quero ser um humano
Que sente
Pensa
Mas depois esquece

Quero o que eu sempre quis
Uma pessoa boa lado
E o destino me dizer
Que tudo passa

Quero ser feliz
Esquecer o passado
Pensar em você
Só pra lembrar o que é raiva

Comercial da Nextel

Adoro dar a última palavra e ir embora
Como uma cena de novela
Fiz tanto isso
Virei tanto às costas
Dando a última palavra
Que ninguém mais ficou pra ouvir
Cheguei ao cúmulo de
Senti pena de mim
Só faltava eu “te ver” na garupa de uma moto velha
Com algum outro tatuado
Que aí sim eu veria
O fundo do fundo que tanto digo que fui
Nunca gostei de histórias de superação
Até porque elas
Pra mim
São passageiras
Supero-me em um dia
No outro me supero novamente ao voltar pra onde eu saí
Um eterno programa de reabilitação
Onde é preciso viver um dia de cada vez
Mas que chatice hein!
O vazio dentro é um tormento
Que a gente confunde por um vazio deixado por alguém
Que talvez nunca tenha entrado
Talvez só tenha guardado lugar
Pra alguém
Talvez...
Que palavra malandra
Que nunca diz nada
Mas ao mesmo tempo acha que diz tudo
Vive em cima do muro
Sempre acertando em qualquer opção que seja
Só porque disse “talvez”
Na vida a gente tem que arriscar
E levar mesmo o de dentro fora
Quem tá pra fora pra dentro
E não ficar nesse talvez
Acho que o vazio que sinto
É culpa do talvez
Por não ter decidido
É por ser vazio
Por procurar tanto pessoas legais
Quando nem eu mesmo sou legal
Mas pasmem
Mesmo assim elas aparecem
E eu
Querendo a perfeição
É sempre algo que não encaixa
Um motivo qualquer que me irrita
Uma palavra fora do meu dicionário
Tão complexo
E desleal
Ou pior
Alguém que não me quer
Sim...
Mesmo não assumindo
Com a desculpa de ”desafios”
No fundo
Eu gosto de ser maltratado
Só pode...
Acho que nem tudo precisa ser dito
Mas isso eu tive que dizer
Sei lá porque
Pra ficar desprotegido
Deve ser boa essa sensação
Deve ser bom sentir outras sensações
A não ser as de “sempre” que sinto.
Queria poder fazer amizades de Lego
Onde eu encaixo
E desencaixo tudo que é e não é
Colocando perucas
Ou tirando cabelos
Eu decido!
Não agüento mais sentir culpa
Do que eu sei que fiz
E ainda faço
A sensação mentirosa de poder voltar atrás
Aposto que eu se eu pudesse
Eu faria tudo de novo
Só gosto do que não tenho
Só aprecio o que não posso ter
E se passo a ter
Acho que no fundo penso
“Que estranho eu ter isso...”
E novamente
Por não ser legal
Acho que é meio fácil demais
Alguém gostar de mim
Como se falasse
“Algo aí tem”
Volto!
Como quem anda em círculos
E me arrependo
De atitudes que fiz
Peço outra chance
Pra Deus
Pro destino
Ou pra quem existir
Outra vez
Outro momento
Só queria ter novidades para contar.
Passo a viver de lembranças
Emocionando-me com cada música
E cada filme que vi
Com alguém
Que agora passou a ser Tudo
Enquanto eu mesmo me transformei no Nada
Parece que minha última chance de ser feliz se foi
Com outra pessoa
Na garupa de uma moto que graças a Deus não vi
E sobrou a solidão
Que eu mesmo me coloco
Na eterna dúvida
Se o pior é sofrer por alguém
Ou o medo de nunca mais ter alguém pra sofrer?
Porque
Fingindo pra mim
E pra quem tá perto
Que meu passado era perfeito
Eu continuo não sendo
E empurro com o pé
Como quem empurra o móvel perto de si
Todo mundo que chega perto
Achando que o melhor ainda virá
Que eu não consigo
“Eu não consigo”
“Eu não consigo”
Esbravejo!
E quase surto, como em tudo
Como uma criança mimada
Que nunca decide o que ganhar de natal
Porque acha que algo melhor vai ser inventado
Até que novamente
Depois que vai
Eu fico
E fico
Nesse eterno ciclo vicioso
De dar a última palavra
Virar as costas
Ir embora
E ficar sozinho
Com pena de mim
De novo...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desculpa

Desculpa
Nunca mais ter te ligado
Ou por não aparecer na sua casa do nada
Desculpa
Por não ter te contado de mim
Ou te apresentado meus novos amigos
Desculpa
Por não mais aparecer
Nem pedir pra te encontrar
Desculpa
Por nunca te dizer que to sofrendo
E te pedir pra voltar
Desculpa
Nunca mais te cantar a nossa música
Ou gritar seu apelido
Desculpa
Não ter ligado bêbado
Ou apenas discado pra ouvir sua voz
Desculpa
Por não mandar mais mensagens
Com a desculpa do seu número ter mudado
Desculpa
Não perguntar sobre seu novo “eu”
Só pra ter mais um pra odiar
Desculpa
Ainda não ter arrumado uma namorada
Só pra você morrer de ciúme
Desculpa
Por te deixar dormir de madrugada
Sem uma ligação te incomodando
Desculpa
Por não ter gritado pra você
Que eu to morrendo por dentro
Desculpa
Ter sido tudo do jeito que foi
E que eu falei que seria
Mas desculpe
Eu juro que no fundo eu quis te dizer tudo
Só não tive coragem
Desculpa...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Deixa que calem...

Acho que já levantei essa questão anteriormente. Acho não, tenho certeza. Não sei por que as pessoas usam acho para afirmar algo que sabem que é, deve ser mania, eu acho...
Enfim, o tema foi essa coisa do preconceito existente em algumas camadas da sociedade e que veio a tona novamente depois que uma menina lá falou dos Nordestinos, que deveriam ser afogados em São Paulo, etc...
A princípio achei que a repercussão do caso mais uma vez por se tratar de minorias (quando digo minorias não são em valores quantitativos, mas sim o que a sociedade impõe como minoria) foi exagerada, já que vi o comentário como uma piada de humor negro, por assim dizer, até porque eles teriam que ser afogados no Tietê já que São Paulo não tem praia (há há há, não podia perder a piada).
Mas falando sério dessa vez, essa história novamente me levou a pensar que a proteção nesses casos é a maior forma de preconceito e discriminação. Tudo bem que nesse caso tem uma ameaça de morte, ou uma “pseudo ameaça” que continuo vendo como uma brincadeira, mas sim... Teve. Porém, mesmo se ela não tivesse falado de morte no fim, ou algo assim, o comentário continuaria dando o que falar.
A sociedade brasileira e não sei se isso é uma tendência mundial, tem uma mania de proteger essas minorias, as colocando em determinadas situações de intocáveis que por si só mostram para a população uma fraqueza que ali tem.
Será que se a menina tivesse falado do Rio de Janeiro, que também elegeu a Dilma, a repercussão seria a mesma? No mínimo ela trocaria meia dúzia de palavrões com algum carioca e pronto, acabaria ali, por que com o resto é diferente?
Acho que o preconceito está na forma em que a pessoa se sente com aquilo que escuta. Eu como carioca em vários locais do Brasil já fui taxado de favelado, já fui chamado de branquelo, Magrelo (bons tempos), como Flamenguista já fui chamado de ladrão, assaltante e nada me feriu ou sequer feriu alguém do governo, OAB , e esses órgãos por aí, ou acha que alguém processa alguém por esses motivos?
Agora, imagina você chamar algum Nordestino de Cabeção, ou algum Homossexual de Bichona, alguma gordinha de Baleia, um Negro de Crioulo e por aí vai, a coisa é bem diferente né?
O que eu acho é que certas datas comemorativas que inventam como o Orgulho Gay, Consciência Negra e dia da Mulher são datas preconceituosas por si só, ou leis que inventam de inserção dessas pessoas na comunidade, porque ou elas são preconceituosas por demonstrarem que essas camadas da sociedade são sim mais frágeis ou por esquecerem de seus opostos, que acaba sendo a grande maioria, dando prioridade apenas para uns. Sim, eu poderia me sentir prejudicado, poderia me sentir injustiçado, não poderia??
Outra coisa que me chamou a atenção nesse caso “Nordestino “ foi ler algumas coisas, algumas respostas, principalmente um blog em que se defendia atacando. Exaltava toda a maravilha do Nordeste Brasileiro e falava mal de todo o resto do Brasil, fazendo uma balança totalmente desleal do pior com o melhor, comparando o Nordestino Caetano Velloso com Latino e Kelly Key... Um Fanfarrão como diria o carioca Capitão Nascimento interpretado pelo Nordestino Wagner Moura.
Mas é assim que uma camada que tanto reclama do preconceito deveria se comportar? Isso é culpa da segmentação criada pelo governo em inventar datas, semanas, entre outras coisas e tratar certas regiões e suas conquistas como de uma criança com deficiência mental, em que cada pequeno passo é uma grande vitória, como se todos não fossemos iguais
O que tem que ser revisto é que na busca por igualdade acabamos por nos dividir ainda mais. E somos obrigados a conviver com além das barreiras geográficas e faixas etárias, subdivisões de gostos, preferências, etnias, etc. colocando essas classes como “inferiores” simplesmente por essa super-proteção exagerada, como uma criança que sempre será defendida pelos seus pais e crescerá sem conseguir buscar o respeito das pessoas por si só e quando crescer se sentirá ainda mais frágil e vulnerável, porque nunca passou pelas barreiras preconceituosas da vida sozinha.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Time

O desperdício de tempo
É o tempo que a gente perde no ”errado”
Os chatos que ”vivem a vida” questionaríam
“Mas tempo dá pra ser desperdiçado?”

E sonhar com a pessoa errada?
Não é desperdício de tempo?
Ou pegar o que nasceu pra ser rápido
E transformar-lo para ficar mais lento

Como uma paixão de um dia
Daquelas que todo mundo quer
Que a gente conhece num só dia
E no outro nem sabe quem é

Ou aquele momento curtição
Que deveria ser só um
Para que continuar com aquilo
Se não dará em lugar nenhum

Mesmo assim a coisa se alonga
Gastando tempo dizendo o desnecessário
Contabilizando no fim das suas vidas
O desperdício de ter feito alguém de otário

Ou achando que sente o que não é
Mas que depois volta a sentir
Ou você acha que o tempo para
Pra esperar você se decidir?

É como o cumulo do desperdício de tempo
Que todo mundo já viveu um dia
Em que comemos demais, confundindo sede com fome
Quando na verdade, um só copo d’água resolvia

Prisão

Mentiras!
Que a gente finge não acreditar
Como aquela velha calça que não mais cabe
Mas que ninguém assume que simplesmente...
Engordou
Mentiras!
Que as pessoas pedem para a gente contar
Como aquela saudade que não existe
Como aquela insistência totalmente forçada
Que só pede por palavras, não por sentimento
Mas que ninguém assume simplesmente
Que “não tá nem aí”
Mentiras!
Como aquelas que a gente gosta de ouvir
Aquela saudade que a gente diz primeiro
Aquele eu te amo pra ouvir um também
Mas que ninguém assume simplesmente
Que vale ser enganado pela carência
E Mentiras!
Que tem seu fundo de verdade
Como o telefonema que recebe
De alguém que se arrepia
Lembra, e te liga
Mas que não assume simplesmente
Que foi só culpa da prisão de ventre...