sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Hoje, no Aqui Agora"

Ontem por um momento pensei (logo existo) ou tentei me lembrar como era o mundo antes dessa revolução tecnológica na informação. Foi algo bem simples que me chamou essa atenção. Estava eu vendo o jogo Juventus x Inter de Milão e saí de casa para minha rotineira caminhada ou corrida (depende do meu joelho) antes do término da partida e quando voltei quis saber quanto tinha terminado o jogo, já que quando saí de casa aos 39 do 2º tempo estava 1x1. Mas ontem não tive dificuldade nenhuma de entrar em qualquer página de esportes e ver quanto foi o jogo, mas ai pensei... Como eu faria antes pra saber?
O antes a que me refiro não são 30 ou 20 anos, mas talvez 10 ,15 anos momento em que a internet e os sites não eram muito populares e talvez não bem atualizados. Mas enfim “antigamente” (não tão antigamente assim) eu teria que dar a sorte de algum conhecido ter visto o jogo, ou esperar algum programa da TV se interessar a passar o resultado e até esperar até o dia seguinte para ler no jornal quanto foi o jogo... Dá pra imaginar como vivíamos assim?
Aí fui mais a fundo, e pensei como vivíamos sem celular? Como marcávamos algo com alguém em algum lugar e ficávamos simplesmente esperando a pessoa aparecer?
Com isso constatei que a culpa de nossa ansiedade, a culpa do nosso consumo exagerado de calmantes também vem daí, da nossa presa de fazer cada vez mais coisas ao mesmo tempo e cada vez mais rápido. Hoje somos incapazes de pegar um dicionário para procurar uma palavras, digitamos no Google, somos incapazes de fazer uma pesquisa em uma biblioteca, o Google também resolve nosso problema, temos que ter informações do que acontece no mundo em tempo real, não podemos esperar ninguém e ficamos o tempo todo ligando para a pessoa perguntando: “Já chegou?”, “Tá onde?”, isso sem contar o maldito Nextel que quando toca todo mundo olha e pergunta: “É o seu???”
Enfim, estamos chegando a um ponto de evolução da rapidez de informação tão grande com celulares smartphones, com netbooks e o novo Ipad da Apple que já já o nosso “Aqui Agora” vai ser o que ainda vai acontecer... Bem diferente do "Aqui Agora" que era gravado de um dia pro outro pelo Gil Gomes no SBT...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Importante

Me pergunto por que o sentindo da vida, é nunca ter sentido
Quanto mais a gente descobre, mais ainda me sinto perdido
Talvez por isso não assumo, e digo que foi sua roupa linda que me causou a dor
Mas no fim das contas, nunca importa se você ta de preto ou veste outra cor
Vivo exaltando seus defeitos, para quem sabe assim tirar você da minha mente
Mas veja como é a vida, nem um monte de merda que você fez parece ser suficiente.
Sem querer acabo sabendo dos problemas de sua vida louca
E só assim ser um ombro amigo, uma mão carinhosa ou simplesmente uma boca
Me engano em meus sonhos mais fantasiosos achando que ainda mexo com você de um jeito incomum
Mas vem a realidade e percebo com sorte que talvez eu tenha sido apenas "mais um"
Comprei um cachorro e coloquei nele o nome que você queria dar
Com o único propósito de assim você ter um motivo para vir me visitar
Passeio com ele, naquele “velho horário da noite” quase sempre que posso
Quando alguém pergunta: Ele é seu?, Preferia dizer: "Não ele é nosso"
Você me liga, e por um momento penso que dirá que você me ama, e não me esqueceu
Até que tudo vai pro nada, quando você pergunta se vi por ai a porra do brinco que você perdeu
Quando nos vemos acho que te balanço, pensando que o sorriso sem graça é pra mim, mas me confundo
Pois olhando bem, você ta rindo de tudo e pra todo mundo
Das coisas que diz que me machucam, talvez até queria que fossem ditas pra me fazer mal
Mas percebo que pra você o "entre nós" já não existe, tem apenas o "normal"
E é aceitável você dizer que nada do que houve pra você foi considerando “brilhante”
Mas o único triste é saber que entre nós dois só pra mim é que foi importante...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Feliz Aniversário

Mais uma vez aqui estou
Ou estamos
Sim
Na vida é tudo uma questão de “ponto de vista”

Os dias passam
E viram anos
Que viram datas
E mais uma vez
Estou aqui
Ou estamos
É...
Na vida é tudo mesmo uma questão de “compromisso”
Talvez o presente não fosse o que esperava
Ou nem foi o que era
Ou como costumava ser
Até porque igual era nada nunca será
Mas foi um começo
Talvez não tão claro
Como os começos por aí
Ou tão certo
Como os que se entendem facilmente
Igual a um filme legendado
Mas pra ficar mais fácil
Encare como um estímulo
Para o que se quer fazer
Mas não faz
Sim, já disse
Você pode tudo
Só depende de você.
Olhe que ironia
Logo eu
Usei as palavras de outro pra estimular
Viu
Ta aí a prova que nunca é tarde pra se mudar
E descobrir que ajuda de vez em quando
Sempre será bem vinda.
Mas enfim
Enrolações a parte
Nesses dias que passaram
E viraram datas
Tem uma que ficou
E marcou
E o sol de hoje consagra
A alegria que ela traz
Não só pra mim
Ou pra você
Mas pro mundo
Que com certeza ficou melhor
Mais feliz
Mais belo
Mais justo...
Mas já digo não
Se um dia você queira agradecer por isso
Que é nada comparado ao que é.
Eu já adianto
E agradeço a você
Por tudo
Que é muito comparado ao que sou
E estou aqui
Ou estamos
(É, na vida é tudo uma questão de sentimento...)
Pra te dizer
Ou te escrever
Como se pudesse gritar
Pra todo mundo ver sem ouvir:
- Felicidades
Tudo de bom
E meu humilde
Singelo
Porém não menos sincero...
Parabéns!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mudo

Eu ia lhe chamar
Mas a voz não saiu
Estranho
Não fez frio
Ou comemorei nada noite passada.
A espera dos fatos
É igual à procura de algo
Quando se deixa de procurar “quase” sempre aparece
Então porque procuramos?
Então porque esperamos?
Acho que o “quase” sempre me deixou inseguro
Só pode...
Não existe uma coisa eterna
A não ser o que queremos levar pra sempre
Não me leve a mal
Mas são tantas coisas que quero levar pra sempre
Que pra mim, só de ser já é eterno.
Por que o perde e ganha é sempre assim?
A sorte de um
Precisa ser necessariamente
O azar de outros?
Enquanto uns chegam
Outros se vão
e vice e versa
Mas não se preocupe
Tem gente que tem vaga cativa
Que fica no lugar que foi deixado
No dia que voltar
Nem precisa interfornar
Tudo continua a mesma coisa
Ainda que as atitudes demonstrem que não
Essa coisa de "não estar nem aí"
É tudo ensaida
Como ja ensaiei
Tantas outras coisas
Tantas outras vezes
E quis dizer
Mas não falei
Aliás
Foi nesse dia
Que quis dizer
Eu ia lhe chamar
Mas minha voz não saiu...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Natal sem fome...

Em um armário vazio
A mágoa transborda
Contradição?
Como daquela que diz ser
Mas não é
O que era
Se foi
E só sobram uma caixa vazia
Cheia de migalhas
A cena se imagina
Uma festa bonita
Com aquilo se lhe era de direito
Amigos a mesa
Rindo
E comendo
Aquilo que lhe faz falta em casa
Do outro lado da moeda
A tristeza de algo que lhe faltava
Mas a esperança
De que um dia
Na próxima semana aquilo tudo voltaria
E voltou
Mas de maneira ruim
Pois quando a magoa
Que era escondida dentro do armário agora vazio
Veio
Em forma de lágrima
Um grito
Ou uma fala
De voz triste
E fraca
Apenas falou
“Sacanagem”
“Pegaram meu Chocotone...”

Obs: Esse poema foi baseado em uma história verídica...

Amassado

Se foi amassado
Apagado
Ou molhado
Não importa
O papel é usado
E pra muitos:
“Usado não serve”
Assim às vezes são as coisas
Como uma goteira que cai lentamente
Imperceptível
Mas que é capaz de transbordar uma bacia
Caindo de pouco em pouco
Que a gente nem vê cair...
Caminhando no escuro
Que percebemos como não prestamos atenção nas coisas que a gente vê todo dia
E bate
E esbarra
E quebra
E grita:
“Cadê a luz?”
Até quando vamos ficar dependentes apenas do que vemos?
E não percebemos
Aí vem uma luz
Um segundo de luz
Um momento de luz
E vemos tudo
Sabemos o caminho
Gravamos na necessidade
Anos inteiros de rotina
Em apenas segundos de visão
Por quê?
Pra quê?
Aquilo nunca importou?
O que realmente importa?
É o que está escrito no papel
Ou se ele está amassado?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mais do Mesmo

Assim como alguns órgãos públicos, empresas e instituições de ensino eu também vivi um recesso do blog e por isso talvez não tenha escrito há algum tempo, porém aqui estou eu de volta.
Esse recesso prova a minha teoria de que consideramos esse fim de ano, realmente um fim e acabamos por relaxar em nossas atividades, nossas dietas, em nossa vida, esperando um “novo começo”.
Tenho que concordar com Mario Quintana quando ele diz que: “Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada Ano Novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..." E ele está errado?
Deixando todo o lado racional “de lado” precisamos mesmo desse belo truque do calendário para renovarmos nossas esperanças, criarmos nossas metas, tentarmos abandonar velhos hábitos, fazermos velhos contatos e começarmos ou simplesmente recomeçarmos algo.
É engraçado que em cada fim de ano nos perguntamos “como será ano que vem?” e por mais que aconteçam várias coisas, parece que no fundo não aconteceu nada... Ou aconteceu tudo... É um mix de percepções em que achamos que o tempo passou rápido demais, que aconteceu tudo, mas não deu tempo pra nada... Vai entender...
Aí o Ano começa, e a gente dá feliz ano novo a quem nem fala direito, desejamos votos de felicidades sinceros a quem às vezes nem agimos com sinceridade e realmente achamos que tudo mudou que tudo está diferente. O gás aumenta, a vontade de fazer as coisas também, começamos a contabilizar coisas ridículas do tipo de “o primeiro banho de 2010” “A primeira vez que fui ao banheiro” “O primeiro arroz com feijão do ano”, tudo é novidade, é tudo novo... Mesmo sendo sempre mais do mesmo.
Mas aí o ano realmente começa, as datas importantes chegam, as velhas coisas acontecem e temos a impressão que nada mudou mesmo quando tudo muda e olhamos com certo saudosismo daquele passado que queríamos que acabasse.
Mas parando pra pensar nesse nosso ritual, o ano realmente não continua e tão pouco recomeça o ano na verdade se repete, pois o ritual sempre criamos é o mesmo de todos os anos e faz com que a vida seja um ciclo com base nos meses que vivemos. As alegrias e as tristezas existem assim como as novelas da Globo, os especiais do Roberto Carlos, os campeonatos de futebol, os carnavais, as tragédias, alegrias, mortes e nascimentos...
Mas repetindo ou não tanto faz, pois felizmente ou (infelizmente em alguns casos) o que importa é que o que aconteceu ficou pra trás e o que virá... Bem, por mais que tudo se repita a gente não tem a menor idéia... Tem coisa melhor?
Bom ano pra mim...