quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Direito Seu

Estranha essa sensação de amar sozinho
De confessar todas as noites que morro de saudades
E não ouvir nada de volta
Muito menos o tão esperado "Eu também”.
Às vezes parece que fui esquecido
E por mais que eu grite
O máximo de resposta que tenho
É o eco da minha voz.
Sinto-me como:
Um porta retrato velho
Algo dentro de um caixa fechada
Alguém deixado para trás em uma ilha
Que parou no tempo
Não acompanhou a mudança das coisas
A velocidade dos acontecimentos
E ficou pra trás
Quando o resto todo simplesmente seguiu em frente.
Mas tudo bem
Fingir que não me escuta
Não se manifestar
É um direito seu...
Afinal
Você deve ter seus motivos...
Mas não sei
Não se esqueça que a vida da voltas
E talvez
No mesmo tempo
Que alguém enfim me responda o tão esperado “eu também”
Você verá como é angustiante
Falar um “Eu te amo”
E dormir com o som do silêncio
Sem saber o que realmente se passa...
Afinal
Assim como você
Ele também tem o direito de não te responder
Provavelmente ...
De uma maneira ou outra
Ele terá seus motivos...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

...E Do Meu Jeito Eu Fui...

Eu fui triste quando achava que seria feliz.
Eu fui feliz quando achei que seria triste.
Eu fui errado quando achei que estava certo.
Eu fui certo, quando fiz tudo pra ser errado.
Eu fui lá e tentei, quando não era pra ter tentado.
Eu fui lá e nem tentei, quando eu era obrigado a tentar.
Eu fui falante quando deveria ter ficado quieto.
Eu fui quieto, quando eu tinha que ter falado.
Eu fui corajoso quando tive medo.
Eu fui covarde, quando eu tinha que ter sido corajoso.
Eu fui errado com quem eu tinha que ter sido certo.
Eu fui certo, com quem merecia que eu fosse errado
Eu fui de opinião forte quando deveria ter ouvido os outros.
Eu fui cabeça fraca, quando deveria ter tipo opinião.
Eu fui orgulhoso quando deveria ter esquecido
Eu fui esquecido, quando deveria ter sido orgulhoso
Eu fui tudo pra provar que não era um nada
Eu fui um nada, para quem eu nem precisava ter sido tudo.
Eu fui o tempo todo contraditório
Eu fui muitas vezes, o que eu não deveria ter sido...
Mas eu fui eu mesmo...
E isso ninguém vai poder tirar de mim...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Racionalização da Saudade

“A saudade é um instrumento de afirmação”
Diria Freud
Se sentisse o que eu sinto.
De uma maneira mais clara
A saudade é a única forma de termos certeza
De que aquela lembrança foi verdadeira
E vivemos sim
Aquilo tudo que a gente lembra de ter vivido.
A saudade é como uma forma vazia
Que apenas espera algo ou alguém para se moldar
E só assim provar através de um mix de sentimentos
Que tudo foi real.
Depois de tanto tempo de vida
De tanta gente que entra e sai
É mais que normal
Que as lembranças se misturem.
Como ir a tantos restaurantes
Assistir tantos filmes
E se lembrar exatamente com quem se assistiu cada.
Aí entra a saudade
E aquele apego por cada detalhe
Para separar o que realmente foi bom e importante
E não fazer com que tudo
Se perca na irrelevância de um cotidiano sem grandes emoções.
Sem esse sentimento
Ou sem essa “ajuda”
Seria muito fácil de questionar:
E se não foi assim como imagino?
E se nada disso foi do jeito que acho?
E se tudo não passou de um sonho?
A saudade é a necessidade que temos
De sentir algo até quando tudo mais acaba.
Por várias vezes se vai o amor
Mas fica a falta do costume.
Se vai o costume
Mas fica a lembrança das coisas boas.
Se vão as coisas boas
Mas fica a saudade...
Se tangibilizando na simplicidade do que ficou pra trás
E reafirmando o orgulho de bater no peito e dizer
Sem uma palavra sequer:
“Sim, eu vivi...".
Eu sei que eu não conseguiria viver uma vida sem sentir saudade
Mas acho que a sua já deu...
Foi bom de verdade
E como toda falta que se preze
Ainda dói...
Mas já passou na hora de seguir em frente e criar novas lembranças
Até porque aqui entre nós
Sem querer te menosprezar
A gente já cansou de saber
Que essa falta
Que essa saudade
No fundo tem muito mais a ver comigo
Do que propriamente com você...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Os Uns e Outros do Pós Carnaval

O carnaval acaba...
E uns voltam de onde vieram
Outros com quem deixaram.
O carnaval acaba...
E uns vão atrás de quem ficou pra trás
Já outros do que ainda virá pela frente.
O carnaval acaba...
E uns se arrependem de não terem tentado
Outros por não terem feito há mais tempo.
O carnaval acaba...
E uns acham que não foi nada demais
Outros que foi a melhor coisa da vida.
O carnaval acaba...
E uns agradecem por terem visto
Outros por não terem encontrado.
O carnaval acaba...
E uns procuram por quem conheceram
Outros por quem ainda conhecerão
O carnaval acaba...
E uns sentem falta de quem não está mais
Outros alívio por não estarem.
O carnaval acaba...
E uns ficam de ressaca pelo o que beberam
Já outros pelo o que falaram.
O carnaval acaba...
E uns gritam pela alegria da vitória
Outros pela insatisfação da derrota.
O carnaval acaba...
E uns tiram a mascara pra voltar a ser quem são
Outros colocam, para só assim voltar a serem.
O carnaval acaba...
E uns amigos se vão por uma briga
Outros colegas voltam pela alegria.
E o carnaval acaba...
E uns esperam ter descanso nos próximos dias
Já outros... Só esperam pelo cansaço do ano que vem...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Soldadinho de Chumbo 5

Não...
Eu não acho que a gente seja assim
Tão descartável
Para não termos tido nem uma despedida digna.
Depois de tudo que passou
O mínimo que a gente poderia ter feito
Era ter deixado aquela brecha confortante aberta
Do: “Quem sabe um dia”
Mas não deu...
Tudo bem
As histórias ou Estórias
Não precisam ter finais dignos e felizes.
O próprio Soldadinho de Chumbo está ai para lembrar isso
Que as mais belas Estórias de amor
Tem seus finais trágicos...
A verdade é que por mais apavorante que isso seja
O tempo passa.
Outros contos virão em nossas vidas.
Outros soldados aparecerão na sua vida
(Talvez com tênis melhores)
E bailarinas
(Talvez mais calmas)
Aparecerão na minha.
E sem querer
Como um instrumento do destino
Eles vão construir novas histórias
Em cima do nosso conto
Triste
E magoado.
Mas existe um porém.
A decepção me ensinou
Que a lógica nunca funcionou muito bem com a gente.
Por isso
Se tudo não sair como o programado
Não tem problema
Fica tranquila.
Eu sou capaz de sentir uma vida inteiro
E mesmo assim continuar em silêncio
Do qual eu só saí
Pra te contar que hoje eu lembrei
Como obviamente lembro todos os dias.
Mas ainda assim
Isso continua não mudando nada entre nós...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quem Sabe Amanhã

Mais uma carta eu escrevo
E não mostro.
Como se ninguém ficar sabendo
Fosse o mesmo de não sentir.
Mais uma carta eu escrevo
E não choro.
Como se a simples necessidade de escrever
Já fosse desespero suficiente pra mim.
Mais uma carta eu escrevo
E não mando.
Como se você nunca receber essa carta
Fosse um jeito de nunca perceber como realmente me sinto.
Mais uma carta eu escrevo
E apago.
Como se quando eu voltasse atrás no que eu disse
Fosse apagar o jeito que as coisas são.
Mais uma carta eu escrevo
E depois rasgo.
Como se aquele ato voraz de tirar de você os meus sentimentos
Já bastasse pra mim.
E mais uma carta eu escrevo
E apenas guardo...
Como se eu não me conhecesse e não soubesse que em um dia desses
Você irá ler...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Retrato Fiel

Cada escolha feita na vida
Sempre será irreparável
Pelo simples fato de nunca sabermos bem como teria sido o nosso destino
Se tivéssemos escolhido o outro caminho.
E talvez esse seja sim o grande barato da vida.
Saber que tudo acontece é aqui e agora.
Por mais simples que seja o objeto a ser decidido
Automaticamente a ser feita a escolha
Estamos renunciando tantas outras
Que não teremos nem a chance de conhecer.
E assim
A gente vai vivendo.
Apenas seguindo o instinto e bom senso.
Como naqueles programas de TV
Em que colocam alguém em uma cabine fechada
Sem ouvir nada
Em que só se pode dizer sim ou não
E perguntam se trocam um carro 0Km
Por uma melancia
E a pessoa tem que escolher
Sem saber o que foi perguntado.
E na vida
Ao contrário da ficção...
Mesmo quando a gente escolhe a melancia
A gente é obrigado a continuar seguindo
Obrigado a fazer mais escolhas atrás de escolhas
Sem nunca conseguir saber
Se aquele prazer que teremos durante alguns segundos
Pode amargurar o restante das nossas vidas.
Ou se realmente os segundos valerão pela eternidade...
Mas veja o lado bom da coisa
Imagina que chato
E tedioso
Seria uma vida em que cada decisão que fizéssemos
Teríamos a condição de voltar atrás
Ou descobrir antes como seria lá na frente.
Quando agiríamos por impulso?
Quando arriscaríamos de verdade?
Quando viveríamos?
Felizes somos nós
Que somos donos dos nossos próprios caminhos
E devemos nos orgulhar disso
De termos construído uma vida
Através de escolhas cegas
Sem chance de voltar atrás.
A nossa vida nada mais é
Do que um reflexo fiel dos nossos atos.
Porque a grande verdade
É que a vida em si
Não é responsável por nada...
E por mais que a gente queira
Por mais que a gente tente em diversos momentos
Chegar pra vida e falar
“Porra, por que você fez isso comigo?”
Não vai adiantar...
Porque a gente sabe que
Sozinha...
Ela não faz nada...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Que Seja Ausente, Mas Que Seja Doce

E a grande verdade da vida
É que a gente se acostuma com tudo
Até mesmo com a ausência...
Se eu fui obrigado
A me acostumar
Com o amargo do adoçante
Depois de mais de 20 anos usando o açúcar...
Não vai ser
O amargo de qualquer ausência
Que vai me deixar desacreditado
Na vida
No amor
Nas pessoas
Ou na vinda...
De qualquer outra coisa
Que ainda seja doce...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ahh Meu Megafone...

Eu vou comprar um Megafone
E dizer o meu segredo
Que eu to morrendo de medo
De você nunca mais voltar...

Eu vou comprar um Megafone
Pra te pedir perdão
Falar que você tem toda a razão
Se quiser me odiar...

Eu vou comprar um Megafone
E gritar para os quatro cantos
Que eu to sentindo tanto
Que tá foda de agüentar...

Eu vou comprar um Megafone
E vou espalhar pro mundo
Que eu tenho um desejo profundo
De você me perdoar...

Eu vou comprar um Megafone
E vou sair pela rua
Vou falar que a culpa é sua
Por eu ter ido tão além...

Eu vou comprar um Megafone
E vou abrir meu coração
Que eu não agüento mais essa solidão
De viver sem ter meu “Bem”...

Eu vou comprar um Megafone
E vou sair sozinho
Te buscar pro todos os caminhos
E te fazer refém...

(E quando eu te encontrar)

E eu vou usar meu Megafone
E nele vou gritar seu nome
E Como quem aperta um interfone
Só vou dizer: “Vem comigo, vem"...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

... Eu Preferi Não Pensar Demais Dessa Vez...

Dessa vez eu vou sem medo
Vou sem traumas...
E se não der certo
Eu tento de novo...

Dessa vez não tem segredo
Vou sem calma...
E se teu caminho for incerto
Deixa que eu me resolvo...

Dessa vez eu digo tudo
Nem que "o tudo" doa...
E se você não aceitar
Eu Tento outra vez...

Dessa vez eu não me iludo
Tudo será na boa...
E se você me questionar
Eu digo que é timidez...

Dessa vez eu quero o que é real
Cansei de personagens tão sós...
E se a realidade tiver defeitos
Eu mostro os meus também...

Dessa vez eu penso no plural
Eu falo pelo nós...
E se tudo não for perfeito
Pra mim ta tudo bem...

Dessa vez eu vou Amar
Antes que o mundo me esqueça...
Preciso me redimir
Por ter sido tanto tempo vazio...

E dessa vez eu vou me jogar
Vou pular de cabeça...
E se o Para Quedas não abrir
Por estar vivendo... Eu sorrio...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amiga da Onça

Oi amiga
Quanto tempo...
Nossa fiquei sabendo da sua vida
Quanto sofrimento...
É ué...
Fiquei sabendo do seu ex
Aquele que você pegou no flagra
Você ta doente?
To te achando tão magra...
Também sei que agora melhorou
Com o novo namorado
Que você acha que nem é Brasileiro
E fala meio enrolado...
Sei que ele diz que é Russo
Tem o sobrenome Oviski
Ou outra coisa estranha
Mas o que importa é que você ta feliz
E ao contrário do antigo
Dele não apanha...
Mas eu vou te falar que me contaram
Que ele nem é estrangeiro
É 171 dos brabos
Do tipo brasileiro...
É procurado em outros estados
Porque matou mais de 100
Mas o que que tem né amiga
Defeito todo mundo tem...
E de resto como estão as coisas
Quero que me conte mais...
Ah fiquei sabendo também
Do problema com seu pai...
Ué você não sabia?
Que chegou pra sua mãe
E disse que era gay
Gente, que boca a minha...
Não fui eu que te contei...
Você sabe que eu odeio fofoca
Mas tem coisas que você precisa saber
Ah eu fui a um Pai de Santo
E perguntei de você...
Falou que seu caminho era árduo
Que em breve tirararia uma licença
Ele não sabia muito bem porque era
Mas parecia que ser por causa de doença...
Ele me disse tanta coisa
Que você vai cair pra trás
Amiga...
Amiga...
Não corre amiga...
Deixa eu terminar...
Pra onde você vai?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fé Sem Atitude Não Dá

Em certos momentos
Você ficou tão descrente da vida
Que a única coisa que soube fazer foi esperar...
Nada de tentativas
Nada de mudanças
Nada de correr atrás...
Tudo era tão ruim
Que só te restou esperar as coisas mudarem
Se acertarem com o tempo
E novas oportunidades acontecerem.
Talvez nesse momento você deixou de aprender
Que nada
Nem mesmo a sorte
Sem esforço vale a pena.
Por isso
Da próxima vez entenda que:
Se acabou
Tente mais.
Se apagou
Tente reacender.
Se estragou
Tente consertar.
Se ficou velho
Tente usar de outra maneira.
Se não te serve
Passe pra frente.
Se não veio
Tente ir.
Se errou
Tente outra vez.
Se esfriou
Tente esquentar.
Se perdeu
Procure.
Se fechou
Tente abrir.
Se complicou
Tente simplificar.
Se sujou
Limpe.
Se caiu
Levante.
Se doeu
Chore.
Se ta ruim
Tente melhorar.
E só assim
Quando te esgotar todas as possibilidades
Enfim
Você pode parar
Pensar positivo
E começar acreditar que tudo vai ficar bem...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mais Forte

“Esse foi o bom de ter sido depressivo durante tanto tempo”
Pensava eu
Enquanto tinha outra decepção.
Tanta coisa já me aconteceu
Tantos tombos já vieram
Tantas vezes eu caí
Que hoje em dia
Não é qualquer coisa que me derruba.
Acho que de muito conviver com o desespero
Assim tão de perto
Eu acabei sabendo a diferença
Do que realmente merece importância
E do que é só “frescura” da minha cabeça.
É como se depois de tantas
Tristezas
Decepções
Problemas
E afins
Em toda vez que eu ameaçasse em ficar triste
Uma voz suavemente rude
Chegasse no meu ouvido e gritasse
“Tá de sacanagem que vai se incomodar”.
“É sério que você vai se importar com isso?”

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Agora Eu Quero Mais é Ser

E eu quero ser...
Feliz como todo inconsequente
Forte como toda fé
Sincero como toda dor
Esperançoso como todo iluminado

E eu quero ser...
Feliz como todo presente
Forte como cheiro de café
Sincero como um bom favor
Esperançoso como todo renovado.

E eu quero ser...
Feliz como quem olha pra frente
Forte como toda maré
Sincero como o cheiro de flor
Esperançoso como o recém casado.

E eu quero ser...
Feliz como todo sorridente
Forte como quem se mantém de pé
Sincero como todo amor
Esperançoso como todo apaixonado.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vem Fevereiro

Fevereiro que chega com gosto de novo
Com a cara do povo
E o calor do sol.
Fevereiro que chega por inteiro
Deixando pra trás o que não foi verdadeiro
Como quem troca um lençol.
Fevereiro que chega com sabor
Tem o bronze como cor
Para limpar os sentidos.
Fevereiro que chega com novidade
Deixando pra trás toda falsidade
De um janeiro fudido.
Fevereiro que vem ao som de bloco
Que deixa o mundo sem foco
Mas nesse mês tudo é normal.
Fevereiro que vem de graça
E se a gente não aproveitar ele passa
Embalado pelo carnaval.
Fevereiro chega em forma de sorriso
Que faz até o indeciso
Ter certeza de que é são.
Fevereiro do saquinho de Pipoca
Que não pede nada em troca
A não ser a diversão.
Fevereiro que vem com cara de mudança
Enchendo-nos de esperança
De que tudo será lindo.
Fevereiro e seu 29 solitário
Que nesse ano aparece no calendário.
Fique a vontade e seja bem vindo...