sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Racionalização da Saudade

“A saudade é um instrumento de afirmação”
Diria Freud
Se sentisse o que eu sinto.
De uma maneira mais clara
A saudade é a única forma de termos certeza
De que aquela lembrança foi verdadeira
E vivemos sim
Aquilo tudo que a gente lembra de ter vivido.
A saudade é como uma forma vazia
Que apenas espera algo ou alguém para se moldar
E só assim provar através de um mix de sentimentos
Que tudo foi real.
Depois de tanto tempo de vida
De tanta gente que entra e sai
É mais que normal
Que as lembranças se misturem.
Como ir a tantos restaurantes
Assistir tantos filmes
E se lembrar exatamente com quem se assistiu cada.
Aí entra a saudade
E aquele apego por cada detalhe
Para separar o que realmente foi bom e importante
E não fazer com que tudo
Se perca na irrelevância de um cotidiano sem grandes emoções.
Sem esse sentimento
Ou sem essa “ajuda”
Seria muito fácil de questionar:
E se não foi assim como imagino?
E se nada disso foi do jeito que acho?
E se tudo não passou de um sonho?
A saudade é a necessidade que temos
De sentir algo até quando tudo mais acaba.
Por várias vezes se vai o amor
Mas fica a falta do costume.
Se vai o costume
Mas fica a lembrança das coisas boas.
Se vão as coisas boas
Mas fica a saudade...
Se tangibilizando na simplicidade do que ficou pra trás
E reafirmando o orgulho de bater no peito e dizer
Sem uma palavra sequer:
“Sim, eu vivi...".
Eu sei que eu não conseguiria viver uma vida sem sentir saudade
Mas acho que a sua já deu...
Foi bom de verdade
E como toda falta que se preze
Ainda dói...
Mas já passou na hora de seguir em frente e criar novas lembranças
Até porque aqui entre nós
Sem querer te menosprezar
A gente já cansou de saber
Que essa falta
Que essa saudade
No fundo tem muito mais a ver comigo
Do que propriamente com você...

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