quinta-feira, 28 de junho de 2007

O Frio

Antonio Marcos Gusmão era uma pessoa muito brincalhona que adorava encarnar em seus colegas, mas como todo grande zoador, tinha seu ponto fraco, não gostava que falassem do tamanho de seu pênis.
Toninho, como era chamado por amigos e familiares desde os tempos de moleque convivia com isso, em todos os momentos que tinha que tirar a roupa perto de alguém, seja na educação física, na natação, no clube, seja aonde fosse, vinham os amigos com o coro: “ÊÊÊÊ, Toninho é PP”
A adolescência veio chegando e com ele a descoberta da sexualidade e o interesse por mulheres. Toninho sempre foi um bom conquistador, pois seu jeito divertido era um ponto muito forte e cativante perante as meninas de seu bairro, vire e mexe Toninho era visto em rodas de mulheres aonde todas riam e suspiravam com os contos e as piadas que ele contava, mas até os 16 anos nada tinha passado de apenas alguns beijos e amassos mais quentes, nada, além disso.
Até que o grande dia chega para Toninho e foi inevitável que nesse momento o nervoso foi ainda maior que o normal, devido ao seu “problema”. E as coisas começaram e Toninho para tentar diminuir o impacto apaga a luz e deixa que a natureza compense a falta de experiência...
Tudo acaba Toninho se sente bem, cumpriu seu papel de homem, viu que aquilo era coisa da sua cabeça e que agora nada nem ninguém o segurava. Sentiu-se poderoso, viril, viu que aquilo não incomodaria ninguém e se sente muito bem até que liga novamente para marcar outro encontro com a menina que diz que não dá, pois tem que estudar, e Toninho passa os dias insistindo até que perceba que ela não quer mais.
Toninho fica encucado, mas não dá muita atenção a isso, até que esse caso passa a se repetir inúmeras vezes em sua vida e já não agüentando mais viver com isso em sua cabeça desabafa com seu melhor amigo Gustavo, que lhe diz:
-Contrate uma profissional
- O quê?? Indaga Toninho
- É eu, uma profissional, a faz dizer que você é o melhor, que o seu é o maior, que você vai se sentir bem, vai por mim.
E Toninho meio sem graça diz
- Você é louco cara, nunca vou fazer isso.
O tempo vai passando e Toninho cada vez mais incomodado com o assunto, até que em um dia de total desespero, em uma daquelas atividades sem pensar para em uma dessas “profissionais” que existem na beira da praia de Copacabana para o carro e diz meio sem jeito:
- Ta a fim de dar uma volta??
E a mulher identificada como Cristine que mascava um chiclete enquanto respondia diz:
- Claro Nem! E entra no carro
Toninho não quer perder tempo e diz que vai levá-la diretamente ao motel e no caminho meio que sem jeito tenta puxar algum tipo de assunto para amenizar o clima que fica dentro do carro.
Eles chegam no Motel e Toninho não quer perder tempo, tira a sua roupa e a roupa de Cristine e logo começa os trabalhos ainda um pouco sem jeito, logo no começo Toninho já pede que a moça diga como é grande e como ele é bom, e a mesma diz com a cara de quem sente todo o prazer do mundo, e vai dizendo, dizendo até que acaba e pronto, Toninho está novamente nas nuvens, recupera sua auto estima e é um novo homem novamente.
Para relaxar vai ao banheiro tomar uma chuveirada enquanto a moça vai assistir TV, e após a chuveirada fica se olhando no espelho, fazendo poses e diz em voz baixa:
- Até que você é grande né garotão...
Na mesma hora em que diz isso, solta uma gargalhada fenomenal, devido ao que acaba de ver e pronto, Toninho fica desesperado, não sabe o que fazer sai do banheiro gritando, e expulsa a moça de dentro do quarto, não a deixando nem pegar sua bolsa e se tranca...
Horas se passam e depois de muito baterem no quarto, ligarem e Toninho não atender, eles são obrigados a arrombar a porta.
Ao arrombarem a porta, eles percebem que a sala está muito gelada, o ar condicionado está ligado ao máximo e ainda presenciam uma cena horrível. Toninho está nu enforcado com o próprio cinto e em frente a ele um espelho grande em que está escrito de batom vermelho a seguinte frase:
MEU PIRU NÃO É PEQUENO É QUE ESTÁ MUITO FRIO.