segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vivendo

E a noite
Lembrando do que já foi vivido
No particípio daquilo que não volta mais.
Chego a conclusão que “Viver” pode até infinitivo
Mas o certo mesmo é aproveitá-lo
Com um eterno gerúndio...

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Que Seja

Que seja doce
Sem ser melado.
Que seja calmo
Sem ser monótono.
Que seja feliz
Sem parecer falso.
Que seja mágico
Sem soar exagerado.
Que seja intenso
Sem sobrar saudades.
Que seja constante
Sem ser sempre o mesmo.
Que seja rigoroso
Sem ser fútil.
Que seja livre
Sem deixar dúvidas.
Que seja de novo
Sem se sentir preso.
Que seja tudo
Sem medo de não ser nada.
Que seja verdadeiro
Sem ser mal educado.
Que seja puro
Sem ser inocente.
Que seja divertido
Sem ser bobo.
Que seja excelente
Sem ser perfeito.
Que seja eterno
Sem medo de falhar.
Que seja bom
Sem ser demais.
Que seja você
Sem eu deixar de ser eu...

Mas que ao menos seja algo novo
Que já não tenha sido da outra vez...

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Um Dia

E talvez haverá um dia em que você nem se lembrará de mim.
Em que eu nem farei falta
Ou diferença.
Um dia em que me olhe na rua e não sinta nada
Não esboce nenhuma emoção
Me ache um estranho.
Seremos apenas indiferentes.
Dois beijos no rostos
Um sorriso de canto de boca
Sem saco pra conversas 
E nada mais...

E talvez haverá um dia em que você me ache um erro
Um deslize
Uma vergonha sequer comentável com qualquer amiga.
Algo para se esquecer
Do tipo:
“Onde eu estava com a cabeça quando eu fiz aquilo”.
E assim
Não fale 
Não responda minhas mensagens
E invente uma desculpa para sumir.
A possível volta de algum ex
Vindo lá do Sul
Ou algo assim...

E talvez haverá um dia em que se lembrar de mim te traga saudades
De uma fase em que você era feliz.
Cheias de boas lembranças
Bons momentos
Viagens
Confidências
Besteiras em um domingo chuvoso.
Sonhos e planos
De uma época que passou
Mas infelizmente
Por mero capricho do destino
Não volta mais...

Talvez haverá um dia em que você me ache um babaca
Um mentiroso
Um falso
Alguém para se esquecer eternamente.
Um manipulador que chegou com um jeito calmo
Tranquilo
Cheio de boas intenções.
Mas te usou
E decepcionou de uma maneira
Que ninguém jamais fez...

Mas talvez também haverá um dia em que eu estarei do seu lado
Em uma tardes dessas saudosas...
Em que juntos
A gente lembre da estranheza do primeiro abraço
Da leveza do primeiro toque
Da magia do primeiro
Da descoberta do desconhecido
Dessa dificuldade que foi te encontrar.
E assim provavelmente
A gente até ache graça desse tal dia
Em que eu fui capaz de fazer as maiores loucuras
(Como escrever esse texto)
Só para conseguir ter
E ser 

Um dia...

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Inteligência Quântica

A grande verdade da vida
É que a maioria de nós não usa toda sua capacidade de inteligência
De maneira correta.
Não estou falando aqui da inteligência clássica
Da mensuração por Q.I
Dos diplomas na parede
No do dom da matemática
Ou qualquer coisa do tipo que defina
Quem é burro ou não.
Mas sim da capacidade de percepção do mundo
De se adaptar as mudanças
De vencer as adversidades
Aceitar o destino
E ter serenidade única de entender
Que certas coisas não são pra ser
E ponto...
O ser humano nasce com uma limitação genética entranhada nele.
Cheio de amarras
Dores
E conceitos estabelecidos.
É obrigado a escolher lados
Fazer parte de tribos.
Vive desde os primeiros passos entre os extremos.
Escolhe uma cor favorita e abandona as outras.
Define um gosto musical
Um partido politico
Um time.
Tem apenas uma aptidão
Um gosto:
É português ou matemática
Preto ou branco
Claro ou escuro.
Como se tudo fosse realmente assim
Uma resposta
Uma solução
Um jeito
E nada mais...
Mas tem uma hora na vida
(Normalmente quando as coisas não estão mais dando certo da maneira que davam antes)
Que pra sairmos do buraco realmente temos que evoluir!!!
Pensar fora da caixa.
Mudar os conceitos.
Os gostos.
A forma de pensar.
Deixar os preconceitos de lado.
Tentar coisas novas.
Ser criativo
Ver o infinito que nos rodeia
Reparar naquilo que nunca se tinha reparado
Fazer diferente
Ampliar os horizontes
E perceber que a maior inteligência que temos
É aquela que percebe que podemos sim ser muita coisa
Dentro desse universo incrivelmente ilimitado que nos rodeia.
E ai sim...
Quando entendemos nossas limitações
E aceitamos o novo.
Vemos além dos nossos horizontes
Nossas crenças
Experimentamos novas sensações
Deixamos de lado todo os preconceitos
Os medos
Receios
Amarras
Preferências vazias
E escolhas que nunca deram certos.
Caímos de cabeça no mundo do desconhecido
Realizamos coisas maravilhosas
Descobrimos uma força
Uma energia
E uma alegria de ser e viver tão grande
Que aí percebemos que a vida
É muito mais
Do que aquela coisa chata
E finita
Que sempre contaram pra gente...

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Meio Termo

E você…
Decide se:
Bebe ou joga fora.
É cheio ou vazio.
Engole ou cospe.
Confia ou tem pé atrás
Prefere chuva ou sol.
Serra ou praia.
Tem problema de autoestima ou se acha.
Me acha legal ou chato.
Chama ou espera.
Está nem aí ou sente saudades.
Fala ou fica em silêncio.
Responde ou ignora.
Sorri ou fecha a cara.
Come ou faz dieta.
Arrisca ou  deixa quieto.
Tem fé ou é descrente.
Acorda cedo ou tem ressaca.
É dia ou noite.
Samba ou Rock.
Me considera verdadeiro ou 171.
Triste ou alegre.
Muda ou continua o mesmo.
Aplaude ou vaia.
É solução ou problema.
Gosta ou odeia.
É ou não é.
Fode ou sai de cima.
Porque a vida é feita de escolhas
Todo “mais ou menos” é um porre
O tempo cobra caro
A indecisão um dia cansa
E o único doce que tem graça na vida
É o de comer
Mesmo assim na mão de criança
E olhe lá...

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Se Fosse Eu

E se fosse eu
Falaria
Esbravejaria
Gritava
Fazia escândalo
E transformaria tudo em cena de filme
Sem estar nem aí pra crítica.
E se fosse eu
Exageraria
Seria intenso
Usaria e abusaria dos hipérboles
E das roupas xadrez.
Iria do “mais feliz” ao “mais triste”
Em piscar de olhos
Sem me importar de ser bipolar.
E se fosse eu
Andaria amarrotado
Com a barba por fazer
O cabelo bagunçado
Sem me importar com a aparência
Ou com o que acha de mim.
E se fosse eu
Acabava com a palhaçada
Com o mimimi
Perguntaria que “porra é essa?”
Não perderia tempo com recados ou indiretas
Seria claro
Direto e reto
Não faria jogo nem rodeios.
Se preciso jogaria álcool com fogo pra ir direto no assunto.
Se fosse eu
Brigaria
Reclamaria
Falaria que não gostei
Perguntaria “ta achando que é quem?”
E mandava para aquele lugar
Pra então mostrar que não é bagunça.
Se fosse eu
Reclamaria do silêncio
Questionaria
Chamaria de novo.
Reclamaria da falta de consideração e respeito
Não engoliria humilhações
Respostas atravessadas
Ou tipinho de última Coca-Cola do deserto.
Não insistiria
Simplesmente
Seria “quer” ou “não quer”
E um belo foda-se no final.
Se fosse eu
Seria mais honesto comigo
Não fugiria de uma briga
Não iria relevar nada pra evitar conflitos
Nem riria quando não tivesse vontade.
Falaria sim que fiquei puto
Que não gostei
Que foi desnecessário
 Ao invés de fingir de descolado
Fazer a linha “to nem aí”
E falar está tudo bem...
Se fosse eu
Faria só o que me desse na telha
Não me arrependeria
Choraria quando sentisse vontade.
Perguntaria se tivesse dúvida
Daria tantas outras chances
E erraria quantas vezes fosse necessário
Só para um dia acertar.
Se fosse eu
Não faria tipo
Nem me faria de difícil
Pediria desculpas se tivesse errado
Contaria se estivesse com saudades
Assumiria se estivesse apaixonado
Morreria de amor
Quantas vezes fossem possíveis nessa vida
E viveria em paz com o passado
Só para dia para não ter que olhar pra trás 
E pensar

Que não fui eu...

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Azul

Hoje o céu estava tão azul
Tão claro e especial
Que chegava dar paz.
Um bem-estar indescritível e incontrolável. 
Eu parecia estar vivendo uma dádiva.
Senti uma vontade absurda de viver
De ser
Fazer
E acreditar no milagre daquele azul.
Que mesmo com a noite que uma hora chegaria
Dentro de mim 
Seria capaz de durar pra sempre.

Hoje o céu estava tão azul
Tão calmo e bonito
Que eu não me senti mais sozinho
Lembrou-me as melhores coisas da vida.
Era um azulado capaz de ser tanta coisa:
Tinha cor de alegria
Forma de abraço
Jeito de família.
Tão lindo que parecia um poema do Leminski
Tão transparente
Que mesmo sem enxergar
E eu era capaz de me ver do outro lado.
  
Hoje o céu estava tão azul
Que eu nem me lembrei dos problemas
Nem limitações de uma vida sem imaginação.
Era como se o azul me dissesse
“Você pode tudo”.
Eu só precisava tocá-lo
Sem me importar com a altura
Ou o medo que eu tinha dela
Eu só queria ir lá
Eu só precisava ir nele.

Hoje o céu estava tão azul
Que eu nem sentir mais vontade de chorar.
Fui capaz de deixar pra trás as mágoas e culpas.
Como se o azul
Aquele azul que me brilhava nos olhos
Também fosse capaz de me perdoar
E de me fazer perdoado.

Hoje o céu estava tão azul
Que parecia uma piscina.
E me deu uma vontade louca de nadar por dentro dele.
Como se eu fosse capaz
De respirar de baixo d’água. 

Hoje o céu estava tão azul
Que parecia uma pintura.
Tão vivo e esperançoso
Como um desenho de uma criança
Feito com lápis de cor.
Puro
Inocente
Sem maldades.
Como se ele me dissesse
Sem uma palavra sequer
“Calma que vai ficar tudo bem”.

Hoje o céu estava tão azul
Que nele parecia que ainda cabia todo mundo.
Nem me recordei dos desencontros
Ou das despedidas.
Estava tão aconchegante que dizia
“Chega mais”.
Perante ele éramos todos iguais.
Parecia que todo mundo ainda era capaz de viver ali
Sobre o mesmo céu.

Hoje o céu estava tão azul
Que não precisei de mais nada.
Ele me fez companhia por todo dia.
Eu me apaixonei
E nem quis saber mais de Arco-íris.
Por um tempo só aquele azul que me importava
Perdi meu poder de escolha.
Fui capaz de esquecer todas as outras cores.
   
Hoje o céu estava tão azul
Que ele por si só já era uma paisagem.
Não tinha nuvem
Só o brilho do sol lhe fazia companhia.
Fui até capaz de duvidar
Se aquele azul sabia o que era tristeza.
Se por aquele céu
Algum dia já foi capaz de passar alguma tempestade.
  
Hoje eu estava tão azul
Que eu cheguei a pensar que sorte que eu tinha
De presenciar esse momento.
Eu só queria sair correndo sem rumo
Sem direção
Sem regras
Sentir o vento no meu rosto
Ver o limite de cada fronteira
Como se entre eu e o céu
Não existisse mais nada
Não houvesse mais depois.
  
Porque hoje o céu particularmente estava tão azul
Que me fez ter a certeza
De que a tudo valia a pena...
Tão azul
Mas tão azul
Que de tão azul
Eu que já fui cinza
Fui capaz de voltar a acreditar na vida...