quinta-feira, 11 de junho de 2015

Se Fosse Eu

E se fosse eu
Falaria
Esbravejaria
Gritava
Fazia escândalo
E transformaria tudo em cena de filme
Sem estar nem aí pra crítica.
E se fosse eu
Exageraria
Seria intenso
Usaria e abusaria dos hipérboles
E das roupas xadrez.
Iria do “mais feliz” ao “mais triste”
Em piscar de olhos
Sem me importar de ser bipolar.
E se fosse eu
Andaria amarrotado
Com a barba por fazer
O cabelo bagunçado
Sem me importar com a aparência
Ou com o que acha de mim.
E se fosse eu
Acabava com a palhaçada
Com o mimimi
Perguntaria que “porra é essa?”
Não perderia tempo com recados ou indiretas
Seria claro
Direto e reto
Não faria jogo nem rodeios.
Se preciso jogaria álcool com fogo pra ir direto no assunto.
Se fosse eu
Brigaria
Reclamaria
Falaria que não gostei
Perguntaria “ta achando que é quem?”
E mandava para aquele lugar
Pra então mostrar que não é bagunça.
Se fosse eu
Reclamaria do silêncio
Questionaria
Chamaria de novo.
Reclamaria da falta de consideração e respeito
Não engoliria humilhações
Respostas atravessadas
Ou tipinho de última Coca-Cola do deserto.
Não insistiria
Simplesmente
Seria “quer” ou “não quer”
E um belo foda-se no final.
Se fosse eu
Seria mais honesto comigo
Não fugiria de uma briga
Não iria relevar nada pra evitar conflitos
Nem riria quando não tivesse vontade.
Falaria sim que fiquei puto
Que não gostei
Que foi desnecessário
 Ao invés de fingir de descolado
Fazer a linha “to nem aí”
E falar está tudo bem...
Se fosse eu
Faria só o que me desse na telha
Não me arrependeria
Choraria quando sentisse vontade.
Perguntaria se tivesse dúvida
Daria tantas outras chances
E erraria quantas vezes fosse necessário
Só para um dia acertar.
Se fosse eu
Não faria tipo
Nem me faria de difícil
Pediria desculpas se tivesse errado
Contaria se estivesse com saudades
Assumiria se estivesse apaixonado
Morreria de amor
Quantas vezes fossem possíveis nessa vida
E viveria em paz com o passado
Só para dia para não ter que olhar pra trás 
E pensar

Que não fui eu...

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