sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vem

Procuro-te
Mas não acho
Estranho?
Nem tanto...
Até porque você também não me procura mais
Por quê?
No fundo a gente sempre sabe o motivo
Apenas finge que não
Dizem que o cinismo é mais interessante
Será?
Tantos planos
E tantas promessas
Ficaram pra trás?
Não sei porque eu sempre mudo o que começo...
Cadê nossa música
Nossos filhos
e seus futuros nomes exóticos?
Cadê
Os apelidos carinhosos
E as brigas pelo jeito "irritante" de cada um?
Até os dias sem fazer nada
Realmente são nada sem você...
As datas se repetem
Mas não são iguais
Falta algo
Falta um telefonema de boa noite
Falta aquele beijo de amigo
Falta aquele "conta comigo sempre"
Falta um detalhe
Falta você...
Por que não deixamos essa história de mudança de lado
E nos aceitamos do jeito que somos
O tempo ta passando
Tudo da passando
Só o que interessa que não.
Nada mais é completo
Os momentos sempre podem ser melhores
Pode um multidão me chamar
Que continuo apenas pensando em seu nome
Vem
Volta
Vamos deixar essa tal de mágoa pra trás
To sozinho
Ando triste
Não faz mais isso comigo
Porque do nosso plano
De ficamos velhos juntos
Parece que só eu
É que estou envelhecendo...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Andando na chuva

Não sou de açúcar
E assumo isso com orgulho
O molhado nem me incomoda
Pior mesmo é o barulho
E os olhares...
Dos que me olham
Com a soberba de estarem melhores
Em seus transportes
Como se eu merecesse piedade
Mas não sinta
E não me olhe como se eu fosse uma miragem
Se eu to na chuva, sem guarda chuva é porque quero
Preferi deixar meu carro na garagem...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Jornal do vizinho

Esse tal de se é mesmo complicado
Se chego tarde
Ou saio cedo
Está lá
Querendo atenção
E como já gastei tudo
Ou ainda não tenho dinheiro
Nunca resisto
Ao “se” jogado no chão
Enrolado no tapete
Desenrolo o enfeite
Eu o coloco na mão
E é assim
De fininho
Sozinho
Que eu leio o jornal (que não é pequenino)
Do vizinho...

Billy The Kid...

Há exatamente 3 anos atrás um crime, talvez um dos mais bárbaros da história do país foi cometido. Há exatamente 3 anos atrás um jovem, aliás, uma criança com apenas 6 anos de idade foi arrastada por quilômetros por um carro preso em um cinto de segurança. A criança era João Hélio e 3 anos depois o que mudou?
Dos 5 acusados pelo crime, 4 foram julgados em 2008 e 3 pegaram pena de 39 a 45 anos, porém a pena máxima no Brasil é de 30 anos, ainda podendo os mesmos sairem da cadeia cumprindo 1/6 da pena por bom comportamento.
Já acho absurdo, casos desses não terem prisão perpétua ou até a tão aclamada pena de morte, porém não quero entrar aqui em méritos que não me interessam entrar, mas por que dar 45 anos para quem só pode ficar 30?
Mas a questão abordada não é essa e sim a pena dada ao outro meliante que por ser menor de idade na época (16 anos) cumpriu apenas 3 anos em uma prisão sócio educativa e pronto, hoje com 19 anos já está livre e não é só, ele ainda foi inscrito no programa de proteção a menores ameaçados de morte e ganhará uma nova identidade e pode morar até fora do Brasil... Piada? Não... È Brasil mesmo.
A pergunta é: Até quando nossas leis serão tão amarradas e não flexíveis e não teremos um bom senso qualquer de distinguir entre um menino que rouba uma laranja em um supermercado e um marginal que faz uma atrocidade dessa? Será que aos 16 anos, ele é tão inocente assim? Será que nessa idade ele ainda não sabe distinguir o que é certo ou errado? Será que ele dessa idade é surdo e foi incapaz de ouvir os gritos da criança e das pessoas na rua avisando que o garoto estava preso no cinto?
E a dor da família? Será que a dor da família é tão condizente com esses 3 anos de reclusão que esse jovem sofreu? Como será que familiares se sentem sabendo que alguém que causou tamanha dor está livre e solto por aí, e ainda tendo oportunidades de sumir no mundo e deixar todo esse passado para trás.
Eu não estou aqui defendendo que as pessoas não merecem uma segunda chance não, sim... Elas merecem, todo mundo merece, porém tem algo errado aí, pois a dor que foi causada a uma família, e a uma nação, não pode simplesmente ganhar uma nova identidade, novas oportunidades até mesmo maiores do que aqueles que batalham honestamente a vida inteira, só porque na época do crime ele era “jovem demais”...
Tinhamos que mostrar que lei é para ser cumprida e que esse negócio de ser "di menor" já tá velho demais...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Aos poucos

Vivo um conflito de feras
Uma me solta
Outra me prende
Quando penso que fui
É que não vou
E quando acho que não vou
É que estou indo
Clichê?
Só vivendo pra saber...
Sinto-me um dia de sol bonito
Daqueles quentes e essenciais
Indo embora pra lua cheia
Ninguém sente falta
Ninguém reclama
Nem agradece
Ou me diz:
“Que bom”
Só sabem falar:
“Estava muito quente, que linda é essa lua”
"Amanhã tem mais"
Sim
Eu sou humano
Quero ser agradecido
Não precisa bater palma
Eu não gosto mais de confete
Apenas mostre algo
Mostra que se importa
Mostra que ainda tem paciência...
As feras se mordem
Acabam-se entre si
e quem sofre?
Só não se xingam porque não se falam
Golpeiam - se
e quem sofre?
Mas ninguém ganha
Ninguém nunca entende o que é ser assim
É que odeio ser comparado
Odeio me comparar
Odeio ser esquecido
E odeio me esquecer
Mas não tem problema não
Pode ficar por aí
No seu mundo de Alice sem o país das maravilhas
Comemorando cada desaniversário seu
Porque enquanto você ta aí
As feras brigam dentro de mim
E são dias assim
Que eu mesmo sem querer
Morro por dentro
(e aos poucos...)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A mala

Essa mala jogada no chão não quer dizer nada
Até porque nela nem caberia tudo que sinto
Não pense que com isso foi enganada
Pra você tenha certeza que não minto

Os olhos continuam aqui
Acompanhando tudo que se sente
Com eles tenho vagado perdido por ai
Mas não estou dizendo sou inocente

Tanta coisa acontecendo
Mas no fim das contas não acontece nada
Será que as pessoas que andam correndo
Ou a minha vida ta parada?

Os clichês estavam errados
À distância e o tempo nada cura
O que eles fazem é pegar os fracassos do passado
E as transformar em uma história linda e pura

Em histórias boas de lembrar
Que trazem sorrisos bonitos de verdade
Se ainda tem algo nisso que me faz chorar
É lembrar de você e sentir saudade

Não me interprete mal
Se nessa mala embrulhada não estou levando você
Continuarei ser o mesmo cara legal
Não será com uma viagem que vou te esquecer

Mas nem quero drama, nem ao menos chamar sua atenção
Não tem problema se de “príncipe” já não me chamo
Pois você acreditando ou não...
Viajo porque preciso, mas volto porque te amo...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Roubar? Sim... Xixi? Não...

É isso aí minha gente ou gente minha (se eu fosse político seria meu povo, gosto desse termo) o verão ta aí bombando como sempre, porém ta quente como nunca, os blocos de rua funcionando, praia lotada o clima de festa tomou conta da cidade e como sempre em toda época assim uma nova meta é inventada por aqueles que detêm o poder da cidade: O combate ao xixi (o grande vilão da vez).
O governo ou a prefeitura decidiu agora de uma vez só combater algo que já dura anos que já vem desde a infância quando as mães e pais mandavam os filhos mijarem na rua rapidinho porque se é criança não tem problema. Sim, aí vai a criança cresce e vira homem (alguns pelo menos é o que consta no cartório) e continuam fazendo. Estão eles errado, ou alias estaria eu errado?
Sim eu sei que é nojento mesmo aquele cheiro de urina misturado com cerveja que dá a todo lugar uma sensação daqueles bares da Lapa (um beijo para todos meus amigos que gostam de uma sujeira), porém será que é assim que se acaba com tudo?
O governo acha que colocando meia dúzia de banheiro na praia causando filas imensas para quem bebeu litros de cerveja acaba com o problema? Chega ser uma piada isso, assim como a pena de reclusão para aquele que vai se aliviar na rua.
Eu não defendo aquele que faz xixi na rua não, apesar de já ter feito em várias ocasiões (não me orgulho) mas sabemos que quando se bebe esperar o mínimo que for é um tormento.
Mas pera, a questão aqui não é essa. Tem que existir sim uma educação de todos, assim como ocorreu há algum tempo atrás com jogar lixo na rua, em que tudo foi solucionado sem penas grandiosas e sim com uma conscientização popular lenta e gradativa que pega desde a base da sociedade (crianças) e ai leva pra cima e não ao contrário como querem fazer com lei seca e cotas para universidade. Já cansei de falar, começar com as coisas de cima é apenas um paliativo, mas não resolve o problema em si.
Sem contar que é bem contraditório o esforço que fazem para pegar criminosos que fazem xixi, que beberam duas latinhas e depois dirigem que pararam em uma calçada mas deixam traficantes e assaltantes soltos por aí.
E o mais engraçado nisso tudo é que uma pessoa que faz xixi na rua porque está bêbada em um bloco de carnaval vai presa, paga multa e é praticamente humilhada... E o Arruda? Ah, o Arruda tem cagado na cabeça de todo mundo e vai muito bem obrigado...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Por você

Hoje é um dia bem legal pra mim e pra minha família. Em 05 de fevereiro de 1977 meus pais estavam se casando, e hoje faz 33 anos desse dia tão especial. Eles me contam da dificuldade que foi na época casar ou quem sabe da simplicidade que era, pois antes as pessoas se casavam e construíam uma vida juntas, faziam uma da outras como cúmplices e testemunhas de seus atos, porém hoje em dia, por que cada vez mais esperamos certo sucesso profissional ou uma maturidade para casar e ter filhos? E é fato que mesmo com essa espera não se fazem mais casamentos como antigamente (pareço aqueles senhores sentados no banco de uma praça jogando dama com outros senhores da mesma faixa etária falando)
Não colocarei a culpa só na evolução e no número de ofertas e procuras, mas sim na nossa percepção de vida e de prioridades... Estamos cada vez mais exigentes, antes acho que as pessoas se envolviam muito mais por ser quem elas eram simplesmente e não pelo que tem ou o que poderão ter. Bons partidos eram pessoas de boas famílias que eram educadas para serem pessoas de bem e criar seus filhos como gente de bem, e hoje? O que é um bom partido? È ter um carro? É ser fisicamente atrativo? Os conceitos variam...
Por que hoje somos tão exigentes? Foi à educação que nos fez assim? Acho que sim. São poucas as pessoas que abrem mão do conforto do lar, da segurança dos pais para descobrir algo novo, viver algo novo com alguém.
E não é só, também tem o ponto de não agüentarmos mais tantas coisas, de não sabermos ceder, é muito mais fácil abandonarmos tudo e todos do que tentar conviver com esse defeito: “Quero ele (a) longe de mim”... “Não depende dele (a) pra nada”, até porque o isolamento aberto é cada vez maior. Sim, nos isolamos das pessoas, de conhecermos e conversamos sobre problemas, temos cada vez mais amigos superficiais e colocamos fotos superficiais para pessoas superficiais lerem.
Não estou pregando aqui o que é melhor ou pior, se ontem a mulher submissa era melhor do que a mulher independente de hoje, se antes agir por impulso é melhor do que planejar uma boa carreira antes (mesmo que o tempo passe), mas algo temos que concordar que quando o Padre falava o: “Até que a morte os separe” de antes era bem mais o sincero do que o de hoje em dia...
Um dia ainda “quero ouvir uma canção de amor, que fale da minha situação de quem deixou a segurança do seu mundo, por amor... Por amor”... Né?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Só pra ver se eu cozinho mais depressa...

Tenho recebido muitos pedidos em forma de cartas e telefonemas para escrever um texto em solidariedade ao povo do Haiti (mentira, ninguém pediu), porém não escreverei, talvez até porque na verdade eu nem sei sobre o que escrever, mas quero escrever sobre algo, isso é fato...
Aí, hoje o Brasil perde um dos grandes nomes da nossa TV contemporânea: O E.T, que junto com seu companheiro Rodolfo cantavam músicas e acordavam pessoas no programa Domingo Legal... (aqui entraria a música da banheira: “Eo, Eo, Eo, uparahuma uma aê, uparahuma uma aê” saudades da Luiza Ambiel)
Brincadeiras a parte a morte de alguém é sempre triste e confesso que quando tinha meus 13 anos eu achava graça neles dois e já cantarolei muito as suas músicas de duplo sentido em minhas festas de escola, mas o ponto aqui talvez seja o discutido na morte do Michael Jackson sobre nossa parcela de culpa ou talvez o que aceitamos passivamente na morte de alguns famosos.
Li que o E.T tinha ficado triste com seu afastamento da TV e consequentemente do sucesso que ela trazia e com isso tinha desenvolvido um caso grave de depressão que agravou assim a sua possível doença o levando a morte.
Aí eu pergunto quem tem parcela de culpa nisso? A pessoa apenas por não saber lidar com as barreiras que a vida causa? Nós consumidores de conteúdos que consumimos tudo que mandam pra gente sem ao menos questionar? Ou a mídia e os grandes veículos que colocam qualquer pessoa e as usam, exploram, dão aquele gostinho na boca e depois a cospem de uma hora pra outra? Nunca entenderei porque namorado de celebridade vira celebridade sem ter feito nada, todos querem a carona... Famílias que não se falam há anos, basta ter um sucesso que o amor volta, o perdão vem... O nome disso é carona no sucesso mesmo não amor...
Mas voltando, acho que no fundo, é um somatório de coisas, pois quantos exemplos como esses não vemos por aí? Quantos atores mirins quando crescem caem no muito das drogas por não saberem lidarem com sucessos? Quantas pessoas nós endeusamos sem merecimento (olha o Big Brother aí) e quantos “Zinas” ou outros seres do tipo o Pânico não lança? (Ronaldo, brilha muito no corinthias)
O que me deixa muito triste é o nosso papel nisso tudo. Em pleno séc 21 ainda aceitamos tudo que nós mandam passivamente, mesmo com internet e com todas as outras fontes de pesquisa continuamos consumindo todo ser digno de pena que a TV explora. sim... Pois pra mim programas como Gugu, Ratinho e Pânico exploram deficiências físicas e mentais de pessoas que precisam de ajuda e não de fama e nós... Bem pra nós, só nos sobra ficar órfãos de pessoas que não escolhemos,talvez só aceitamos... Lamentável

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Amor sem palavras, cinema mudo...

Como alguns sabem, eu discordo de tudo né, ou de quase tudo... Até mesmo quando não tenho sobre o que discordar, eu procuro assuntos para discordar...
E em uma dessas buscas por discordâncias eu vi que Avatar é o novo recorde de bilheterias, ultrapassando o tão merda Titanic.
Primeiramente quero deixar claro que não vi Avatar, porém eu o encaro como um filme “necessário” do ponto de vista tecnológico apenas isso. Nada mais
Seu antecessor do recorde, Titanic, não fugia muito da linha “filme chato” o que me fez chegar a seguinte conclusão: O filme para ser bastante visto não precisa ser bom, tem apenas que ter uma grande cobertura da mídia sobre ele, pois ambos antes mesmo de sua estréia foram feitos matérias falando sobre o orçamento milionário, da revolução e tudo mais.
Titanic pra mim é uma vergonha, pois como um filme com o roteiro pobre, erros de continuação e péssimas interpretações de seus atores principais (que são excelentes atores na realidade) conseguiu vencer 11 estatuetas do Oscar, dá pra entender? Na verdade sim, pois assim como Avatar teve uma cobertura absurda dos meios de comunicação massificando a mensagem de que o filme é imperdível, que é muito bom e ainda ganha forças por pessoas que são convencidas disso e ainda passam a notícia pra frente, criando uma verdadeira rede de mal gosto. Conheço tanta gente assim... Você não?
Eu como um grande amante do cinema, valorizo demais um roteiro bem escrito e interpretações bem trabalhadas, coisas cada vez menos comum nos filmes que fazem “sucesso”(existem algumas exceções como todas as boas regras). Não dá pra entender, como ao mesmo tempo em que evoluímos tecnologicamente, os filmes passam a ser cada vez mais pobres, quanto mais cores temos, menos dar para ver a feição dos atores, quando mais trilha sonoras gravadas em sons de altíssima geração, menos ainda temos falas decentes para apreciarmos.
O cinema é uma das poucas coisas que não está seguindo a evolução, pois com o andar da carruagem de colocar praticamente um jogo de Atari (péssima qualidade) para rodar em um Play 3 (excelente qualidade), estamos sim criando um novo movimento, o de trazer o cinema mudo de volta.