quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Simplicidade

O genial é o simples que ninguém nunca pensou
Eu sempre quis ser genial
Sempre tentei
Mas nunca pensei simples.
Era sempre coisa com asas
Robôs que matavam
Objetos que só inteligentes podiam ver
Mas que no fundo nem eu via.
Daí resolvi não buscar
Resolvi ser
O mais genial que poderia me tornar
Sendo eu
Mas continuei errado
Forçando um eu descolado que não existia
Buscando ser genial
Buscando ser diferente
Buscando pausa entre os pensamentos que eu não fazia
Buscando trejeitos para serem ditos
Buscando uma calma que não me pertencia
Uma sabedoria que não era minha
Buscando cada palavra que me tornasse diferente
E nessa eterna busca novamente eu me fudi
Nessa eterna sensação frustrada
Que o próximo que virá terá de ser o melhor
Eu me acabei
E mais uma vez desisti.
E dessa vez quase surtei
Dessa vez quase morri
Caí
Tão fundo que ninguém conseguia me levantar
Mas levantei
Ainda meio machucado
E assim, só assim
Tirei o peso das coisas
E de quebra das costas
E meio que sem querer
Fui sendo simples
Pois não tinha mais ser a pretensão de ser
E só sem ser
Passei a aceitar a pensar o que todo mundo já pensou
Mas que às vezes por preguiça ninguém fez
Ou fez... Não importa
Porque aprendi que para a mesma coisa existem vários jeitos
Iguais
Porém não únicos
De se pensar e saber.
E timidamente
Passei
Tentar às vezes
Falhar bastante
Acertar quando menos esperava
Errar mais do que devia
E acertar também sendo simples
E só aí que aprendi
Que isso tudo junto
É finalmente ser genial...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tudo Pode

Um carinho pode virar dor
Bem claro como um dia nublado
Bem sereno como um mar agitado
Tranqüilo como alguém que te fez mal se identifica

Uma amizade pode virar amor
Bem claro como a distancia ao lado
Bem sereno como um nunca dito citado
Tranqüilo como uma colméia de abelha mansa que pica

Um pedaço que sobra também pode compor
Bem claro como um imprevisível premeditado
Bem sereno como um morador de rua mimado
Tranqüilo como quem da própria vida abdica

Uma realidade também derruba um sonhador
Bem claro como quem foi enganado
Bem sereno como um amor que é levado
Tranqüilo com o nada que fica...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jogo

Adoro o silêncio
Esse que vem de dentro
Pronto pra se libertar
Adoro o não dito
Aquele que tá se remoendo
Doido pra me falar
Adoro essa coisa de esconder
Com aquela brecha subentendida
Que um dia vai se soltar
Adoro essa timidez exagerada
Aquela muito bem ensaiada
Louca pra me enganar
Adoro me sentir inseguro
Mesmo que não pareça
Isso me faz bem
Adoro quando você some
E não diz pra onde foi
E nem me pergunta também
Adoro quando se faz de difícil
Falando que vai pensar
Quanto te chamo para o cinema
Adoro quando eu desmarco em cima da hora
E você parece não estar ligando
Nem ao menos diz “que pena”
Adoro as mensagens que você não responde
Nem ao mesmo pra dizer
Que recebeu
Adoro quando a gente se encontra
E isso tudo logo muda
E sem palavras, você implora para eu ser seu
Adoro quando vai embora
Ainda com o sorriso no rosto
Que pede para eu ligar
Adoro quando você tem pressa
E no dia seguinte se eu ligo
Nunca dá pra conversar
Adoro essa rotina doentia
Esse jogo ridículo
No qual deveria cair fora
Mas adoro essa sensação de quero mais
Essa busca pela conquista
Que não me deixa ir embora

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Rita

Sem a Rita a vida é foda
Sem a Rita a tarde demora a passar
Sem a Rita fico mais distraído
Sem a Rita até fome me dá

Sem a Rita quero logo embora
Sem a Rita ficar parado é ruim
Sem a Rita sempre olho pro lado
Sem a Rita parece que todo chamado é pra mim

Sem a Rita as coisas me perturbam
Sem a Rita fico mais irritado
Sem a Rita foi opção minha ficar
Até porque a Rita tava do meu lado

Da Rita eu quero dar um descanso
Na Rita não posso viciar
Dou um tempo com a Rita por um fim de semana
Pra Segunda com a Rita voltar

Se eu pudesse falaria pra Rita
Que dela, não queria precisar
Mas sem a Rita eu me sinto perdido
Só a Rita me faz concentrar...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Duas

Foi num domingo que vi as duas
Cada qual com seu respectivo
Um era um jovem com a roupa suja
O outro, um senhor de idade bem vestido

Uma fingiu que não me viu
A outra eu fingi que não vi
A primeira eu vi no bar
A segunda, do bar esperei sair

Uma se divertia como alguém da sua idade
A outra parecia acompanhar seu companheiro
Para uma aquilo não era novidade
Para a outra todo momento parecia o primeiro

Uma olhou torto para mim
Logo que minha companhia chegou
A outra mesmo se sentindo assim
Preferiu parecer superior

Uma parecia bem sem mim
Mas fundo lembrou muito do que fiz
Já a outra não lembrando tanto assim
Tava na cara que não era feliz

E mesmo assim as duas embora foram
Cada qual do seu jeito, com a sua verdade
Eu fiquei um tempo parado tentando segurar o choro
De nenhuma ter olhado pra trás sentindo saudade...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pretérito Perfeito do Indicativo

Eu já falei de tudo com você
Eu já falei quase tudo pra você
Eu falei pra todo mundo de você
Realmente falei demais...

Eu contei tudo de mim pra você
Eu contei tudo dos outros pra você
Eu contei pra todo mundo de você
Realmente contei demais...

Eu doei o que tinha pra você
Eu doei o que não tinha pra você
Eu doei o que nem era meu pra você
Acho que doei demais

Eu fiz o impossível pra você
Eu fiz o que pude por você
Eu fiz sacrifícios por você
Acho que fiz demais

Eu deixei um mundo por você
Eu deixei de ser quem eu era por você
Eu deixei minhas escolhas por você
Acho que deixei demais

Eu amei tudo que vinha de você
Eu amei cada momento com você
Eu amei o tempo que pertencia a você
Acho que amei demais

E você me falou que não queria mais
E você me contou que estava indo embora
E você me doou um bando de culpas que precisava
E você me fez o que eu nunca esperava
E você me deixou sozinho como eu não merecia
E você nunca me amou como sempre dizia...
É... Acho que você me fodeu demais...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bom Gosto

Eu avisei
Tudo que é feito com pressa
Dá nisso
Eu falei
Você ainda tá nessa?
Desisto...
Aprende
Vai se reciclar
Para de se esconder
Me surpreende
Dessa vez sem reclamar
Só assim tu vai crescer
É sujo
Usar o outro como escada
Pra tentar ser alguém
Um cúmulo
Você que não faz nada
Tratar alguém de Zé ninguém
E acha
Que é o máximo
O dono da verdade
Relaxa
Assim como a flor de plástico
Se enganar faz parte
Deixa
Não sou eu que farei
Nem alguém que vai te falar
Seja
O cara que se acha um rei
Que a vida
Vai se encarregar de te ensinar...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bota na conta do Mapa...

Odeio espaços em excesso
Que não servem pra nada
Só pra espaçar a vida
Pra ocupar tempo e “espaço”
Por que o desnecessário ainda faz parte da gente?
Certo faz o mapa
Que pega quilômetros de coisas
Hectares de espaço
E transforma em uma linha
Em um ponto talvez
Às vezes um desenho
Um só nome
Que defini bem
O espaço que ali tem
E pronto...
A vida também teria que ser assim
Sem ser baseada nos espaços
Sem essa coisa do tempo
E o espaço que ele faz
Tentar resolver
Como um álbum de fotos
Com um espaço em branco
Do que não aconteceu
Do que não foi vivido
Da época em que a vida parou
Pra mim
Pra você
Pra nós
Mas não pro mundo
Que seguiu
Sem tempos
Sem pausas
Sem espaço
Fazendo a gente voltar pro meio
Que o espaço fez desde o começo
E a gente perdeu...
Até porque
Essa coisa de espaço
É simplesmente um erro grotesco da física
É só uma tecla de um computador
É apenas uma invenção da nossa cabeça
Sábios são os mapas
Que não caíram nessa...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CC

Alguns que vêem isso aqui, talvez a grande maioria, me conhecem bem. Pode ser que ninguém leia também, então... Apenas falarei...
Eu sempre tive a fama, talvez injusta, talvez não, de nunca terminar o que começava. Talvez isso tenha vindo de minha herança genética, talvez tenha sido preguiça ou a falta de vontade mesmo, vai saber. Mas era certo eu começar algo, uma idéia absurda qualquer e pegar pesado naquilo, investir e depois de um tempo, por qualquer motivo ou normalmente por qualquer dificuldade que aparecia eu desistia e logo ia atrás de uma nova “moda”. Meio triste? Sei lá... Minha vida... Talvez seja como a fábula do Príncipe que nunca estava satisfeito e queria sempre mais, vai saber...
Isso tá soando como um diário, mas como eu acho que praticamente ninguém lê, e juro que acredito nisso mesmo, sem fazer tipo, por mais que eu divulgue... Enfim, seguindo...
Aí, um dia mais exato um dia qualquer de 2007 nesses de ócio eu estava querendo inventar uma nova “moda”. Resolvi escrever e como sempre me empolguei, aí que meu amigo Diego que agora está lá na terra dos nossos colonizadores fazendo muita falta pra mim, criou o Copo de Cachaça e disse que atualizaríamos sempre. Pobre de mim, em descobrir que o Diego era pior que eu, e já no primeiro texto dele, nunca quis saber mais do blog. Mas ficou aí, o nome junto com a saudade que sinto desse filho da puta que vale ressaltar me ensinou a andar de Skate também.
Seguindo a teoria de todos, o blog nesse início não resistiu a alguns 10 textos ou menos, e estendendo a mais uns 2 1 anos. Finalmente estavam todos certos, eu realmente não terminava nada que começava.
Ele ficou lá, por dois anos parado quase como água que dá dengue, poderia até soar como poético essa pausa, de que uma boa cachaça estaria lá para ficar pura, essas coisas... Mas não. Não era escrito, porque eu tinha muitas coisas na minha cabeça de como deveria ser, muitas regras de quem deveria ler, entre outras coisas.
Até que em 2009 tudo voltou a mudar. E comecei novamente, escrever por escrever sem pensar em um fim e assim foi. Tive períodos afastados até porque para fazer tipinho de artista né, essa coisa de inspiração e tudo mais.
Mas nesse tempo pra cá, eu escrevi um pouco de tudo, fugindo dos padrões ditados por mim que sempre me boicotaram, pois se não conseguia manter aquilo eu parava e deixava sem concluir tudo que poderia ser feito.
E sendo assim, eu aprendi que se algo não dá agora, a gente deixa pra depois e fui escrevendo sobre tudo um pouco. Escrevi o que senti, escrevi sobre o sentimento mais sincero, sobre a mentira mais sincera também, falei de pessoas que não existiram, e outras para as quais eu não existi, escrevi sobre o que sou e sobre o que são, escrevi o que sentiram, escrevi o que nunca senti, escrevi sobre meus medos, sonhos, histórias dos outros, pensamentos, sobre minha visão controversa, piadas, escrevi sobre a vida... E ultimamente do quanto infeliz ela parece ser... Mesmo que na verdade nem seja, faz parte...
E não fiz sozinho, nisso tiveram pessoas importantes que sem elas talvez não conseguisse, como as pessoas que já não estão mais por aqui, e eu nem sei mais por onde estão, pessoas como o Adrian que entraram no meio do caminho e contribuíram com a sua visão e seu comentários ou a Nina, a leitora de todos os textos (forçada por mim) mas que sempre deixou o comentário dizendo sobre o que pensa, ou me incentivando a escrever, pois eu sabia que pelo menos uma pessoa lia ou a Paulinha que já cansou de revisar meus textos cheios de erros (odeio revisar) e indicando a visão jornalística dos fatos.
Enfim, foi com a ajuda de muita gente em muitos sentidos, até os que me deram motivos para escrever sobre, que chego ao post de número 200 com a sensação diferente, com a sensação de que dessa vez, as coisas realmente não precisam ter um fim pré estabelecido para eu me sentir produtivo. E sei que nesses 200 muita merda já foi dita, muita mentira, muita ficção e muita coisa verdadeira também que muitos se identificaram, usaram, refletiram e aprenderam ou odiaram, criticaram e até desaprenderam. Tudo foi válido
E pra encerrar sei também que quem está lendo deve achar isso nada demais, mas pra mim que nunca consegui terminar nada e por um fio não parei no post 10 é sim, coisa pra caralho... Obrigado a todos sem exceção

domingo, 10 de outubro de 2010

Trocando em Miúdos

Sérgio Maciel sempre foi um amante de música. Paixão que herdará de seu pai que foi um músico bem renomado de uma orquestra carioca.
Com a vida bem encaminhada, tinha um emprego instável e um relacionamento com Sabrina Antunes, moça que conheceu em sua adolescência e que morava junto há pouco de 1 mês na casa dela.
Sua vida estava dentro da normalidade, era uma pessoa vista como comum na sociedade, que gostava de coisas como praia, um bom restaurante, um filme de bom gosto e tudo mais. Só que, como muitos outros “normais” por aí, tinha uma obsessão.
Sérgio era muito fã de Chico Buarque e de uma música em especial: Trocando em Miúdos. Desde pequeno com influência do seu pai ouvia essa música e exaltava sua poesia, e até aí tudo bem, a não ser a vontade que tinha dela, por sua poesia, ser a trilha sonora de sua vida.
Feliz em seu relacionamento Sérgio começou a aparecer com pequenas coisas estranhas em casa.
Primeiro chega para a Sabrina com uma fita do senhor do Bonfim e um disco do Pixinguinha e diz:
- Olha o que comprei na feira
- Ué Sérgio, você nunca gostou dessas coisas da Bahia e muito menos de Pixinguinha
-Ah... Era barato e resolvi comprar...
- Estranho... Disse Sabrina sem se importar
A Rotina de uma mudança de comportamento de Sérgio foi se dando, e um ato de consumismo no mínimo no sense foi tomado por ele que até então era visto como pão duro. Ele passou a aparecer com uma quantidade de itens desnecessários como uma caixa para eles irem guardando as lembranças e lençóis novos que segundo ele demonstrariam o amor que sentiam um pelo outro.
E novamente Sabrina questionou:
- E lençol prova amor Sérgio?
- Provar não prova, mas nossas marcas ficarão neles pra sempre... Pra eternidade...
E Sabrina mesmo sem concordar não criou caso, porque no mesmo dia Sérgio chegou com uma aliança linda, totalmente de ouro, que segundo ele iria selar ainda mais o relacionamento.
E para dar totalmente o fim de sua desconfiança sobre Sérgio, o antes pão duro passou a dividir o Aluguel da casa que eles moravam. Além disso, Sérgio que odiava emprestar suas coisas deixou um livro que ele tanto gostava de Pablo Neruda, a convenceu que era bom e a emprestou.
Tudo estava perfeito, as mudança de Sérgio foram maravilhosas para Sabrina, até que um dia, sem mais nem menos... Mesmo a amando muito, Sérgio acabou com tudo. Assim mesmo do nada, sem deixar a chance nem de Sabrina entender o que acontecia, ou argumentar, ele foi pegando o que era dele e deixando o que era dela. E como quem já parecia ter tudo programado, deixou a fita do senhor do Bonfim que não lhe serviu, mas levando o disco do Pixinguinha. Disse que Sabrina poderia fazer o que quisesse com a Aliança da seguinte forma:
-Olha, a Aliança você pode empenhar ou derreter
-Mas Sérgio, eu não quero. Ela argumentava
-Não vou chorar na sua frente ele dizia, e tem mais... Aceite a ajuda do seu novo namorado pro aluguel e devolve meu Neruda já que você nunca leu...
E assim, Sérgio se foi... Levando apenas a identidade no bolso, fechando o portão sem que ninguém percebesse, já sentindo muito saudade, mas achando que já estava indo tarde mas que agora Trocando em Miúdos era enfim a música dele.

Obs: Para facilitar o entendimento da história, ajuda ouvir Trocando em Miúdos do Chico Buarque.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Dia do Fico

Minhas palavras têm andando triste
Mas isso condiz com minha realidade?
Será que eu vivo o que escrevo?
Ou transformo o que conto em verdade?
Ando banalizando o sofrimento
Para os 4 cantos do mundo as tristezas eu conto
Mas qualquer um sabe que dor de verdade
É aquela que se sente sozinha no canto
Que é dita sem palavras
Qualquer um pode ver só de olhar
Aquela que nem se fala ou se insinua
Aquela que de longe se pode exalar
Por isso não quero ser mais um
Que fala que está infeliz só pra comover
Uma tristeza que se preze
Ninguém deve saber
Por isso, sofra sozinho
Como se um mundo fosse acabar
Olha na janela, se ele ainda não acabou
Sozinho,você volta a chorar
Assim um dia a tristeza não vai aparecer mais
Mas que ninguém, dela eu sei...
Pois aprendi que tanto faz se ela se foi
Mas sim perceber que eu fiquei...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Máquina

Tem foto sua na máquina
Da até dó apagar
Se fosse antes, sei lá
Queimava, jogava no fogo
Mas os tempos...
São outros...
Infelizmente, já não tem mais negativo guardado por precaução
Nem tem como apenas esquecer de ir buscar a revelação
Tem foto sua na máquina
Só pra provar que um dia fui feliz
Mas que agora eu vivo na espera
Bem feito, naquela época eu nunca enxergava que era
Que saudade que sinto dos dias em que já tive um colo
Mesmo depois de tanto tempo, de pensar nisso eu ainda choro
Como quando vejo coisas que me lembram você
Cá entre nós... Tanta história é difícil esquecer
Tem foto sua na máquina
Sei lá porque ainda tem
Talvez seja pra me punir, ou alertar...
Talvez seja a esperança de você ainda vir voltar
E fingir que esse tempo não aconteceu
Pegar a sua foto e falar que não esqueceu
Que se um dia foi, por que não pode mais ser?
Eu ainda to aqui... Cadê você?
Tem foto sua na máquina
E assim vou ter que me contentar
Tem foto sua na máquina
Quando você vai vir buscar?
Tem foto sua na máquina
Ela tá comigo, tá guardada
Tem foto sua na máquina
Doida pra ser revelada
Tem foto sua na máquina
Pra colocar no nosso álbum
Tem foto sua na máquina
No pequeno espaço que foi deixado
Tem foto sua na máquina
Apareça quando der
Tem foto sua na máquina
Mas só busque se quiser...
Tem foto sua na máquina
Que me mata de ver
Tem foto sua na máquina
Só me diz o que fazer...
Tem foto sua na máquina
Tem foto sua na máquina
Tem foto sua na máquina...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Arroz que queria ser risoto

Era uma vez um arroz
que tinha o sonho de ser risoto
Podia ter o que for dentro dele
Que nunca agradaria seu gosto
Sendo o que era, ele nunca estaria satisfeito
Pra ele, só um risoto era perfeito
Por isso pediu para que nele colocassem uma cor
Então um corante vermelho lhe deu sabor
Mesmo com salsinha, milho, molho e presunto se achou sem graça
Colocou mais o queijo parmesão, cenoura, cebola e um pouco de passas.
Ficou melhor quando colocaram tempero a vontade
Mas apesar de tudo, não se sentia um risoto de verdade
Faltava algo ele dizia
E para não faltar mais, exigiu proteína
Frango,camarão, peixe e carne ele pediu
Queria ser o melhor e maior risoto que já existiu
Colocaram como pedido e um super risoto ele passou a ser
Enfim hora da verdade, a hora que todos iam comer
No meio de tanta coisa, ele acabou sendo deixado de lado
Todo mundo comeu tudo, menos o “tal risoto” com o cheiro enjoado
E assim acabou-se a toda a ganância do arroz sendo jogada no lixo
E se alguém chegou a provar tudo aquilo, foram só os bichos...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Noite "muda" que muda

Em uma noite “muda”
É que tudo muda
Que diferença fazia você estar?

Só a presença não adiantava
Tinha que aparecer
Isso sempre me fez pensar:

“Mas e quando você realmente se for
Quem vai terminar o que ainda tá por fazer?”

Nunca tive a resposta de ninguém
Os acontecimentos da vida que quiseram dizer

Através das coincidências soltas
Como um encontro infeliz
Ou uma mudança repentina

Aprendi que não se morre por nada
Nem se vive por ninguém
Com aprendizado que se faz a vida

Aprendo e aprendi
Com a noite “muda” que fez
Que para cada “não” que a gente ganha
A vida sempre manda um talvez

Que faz tudo recomeçar
Transformando a existência nesse eterno romance

E acredite que mesmo assim, outro “não” ainda vai aparecer
E daí? A vida sempre dá uma segunda chance...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Primavera que Volta

A primavera chegou
Já atrasada
Com o frio típico de um inverno que não faz mais
Será que é o tempo que muda
Ou minha percepção que fica diferente?
Vai saber...
Músicas antigas tocam mas não me dizem mais do que deveriam
São só músicas
Não me lembram nada demais
E se me lembro de algo
Apenas lembro
Como um filme que passa
E que vi
Sem importar onde e com quem...
A primavera que anteriormente que tirou o meu melhor
Agora me recompensa
Com algo que já não tinha
Traz a esperança
Animada como deve ser
Renovada do jeito que é
Provando que a vida é realmente um ciclo
Que se perde
Mas se ganha
Pois para todo mundo que vai
Outras vem
E até algumas ficam
Que assim seja!
Pois dessa primavera ainda fria em diante
Os que chegarem serão bem vindos
Os que ficarem serão valorizados
E os que se foram...
Obrigado por tudo...
Mas só quero que fique quem quer ficar!