sexta-feira, 16 de julho de 2010

Poema de Dois Dias

Estranho
Estar aqui novamente
Com a mesma folha branca
Falando sobre o mesmo assunto
Sentindo as mesmas coisas
Mas com tudo diferente
Como em um ano
Tanta coisa muda
E ao mesmo tempo nada?
Sim
Pensando bem
As coisas não mudaram tanto
Elas apenas aconteceram
Ou deixaram de acontecer
Tudo depende do modo que se vê
Não acha?
Mas não tem problema
Porque se a terra é redonda
Se a vida é um ciclo
E o mundo é um moinho
Tudo voltará a ser como era
Ou sempre vai ter essa sensação de que faltou falar algo?
A sensação de lembrar quando passa
Como um eterno poema de dois dias
Daquele que a gente sempre tem algo pra complementar depois
Uma nova observação
Uma nova visão
Uma reclamação qualquer...
Mas veja só
Mesmo com todo o problema que pode ter
Mesmo com todo o romantismo
Dessa história inacabada
Só as histórias inacabadas podem ser românticas
E nisso a gente combina
Pois
Um ódio de um dia
É um amor do outro
Sim
Amor!
Não se assuste...
Só pode ser amor
Daquele de amigo
Quem sabe de irmão
Que esquece toda a chateação que se cria
E toda a vontade de matar
E transforma-se em uma admiração depois de um sorriso
Depois de uma conversa sobre o nada
Que novamente caba
De maneira repentina
Criando aquele ódio de “mentirinha”
A chateação que não sabemos de onde vem
Mas vem
Junto com o: “Decidido com ele eu não falo”
Mas fala
Às vezes no dia seguinte
E volta tudo de novo
Sim!
Achamos!
Aí está o ciclo que procurávamos
O ciclo que criamos
O nosso ciclo e de mais ninguém
E com ele eu
Percebi
Com muito custo
Que não preciso ter meu nome em algum Hall da Fama
Em páginas de livros
Em sites de buscas
Para ser importante.
O pouco que fiz já foi muito
O pouco que fez já foi demais
E isso
O nosso moinho
Ninguém apaga
Por isso
Eu não preciso ser nada
Pelo menos nada demais pra você
Pra te desejar
Do fundo do meu coração
A mais sincera e pura
Felicidade do mundo
Sem pressa
Sem pretensão
Sem inveja
Sem nada
Apenas isso
É o que deseja
O seu
O nosso
E de mais ninguém
O eterno
Quase desconhecido
“Zé Ninguém...”

Um comentário:

Unknown disse...

legal dudu realmente as lembranças e os sentimentos são sempre as mesmas a forma de vermos e sentirmos o outro e que mudou.