quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Maldade

Lazaro era um cidadão comum morador de uma periferia do Rio de Janeiro e como tantos, drobava um “bocado” para sobreviver.
Lazinho como era conhecido, muito divertido, cheio de amigos, sempre bricalhão, porém... Sem muita sorte.
Depois de ser demitido do seu último emprego como carregador, Lazinho que morava com sua mãe, padrasto, avó e dois irmãos mais novos, era quem ajudava em grande parte na conta de casa.
A situação ficou ainda mais triste para Lazinho em um dia que cortaram sua luz por falta de pagamento, ela não achava sua carteira de trabalho, a água da sua casa tinha acabado e uma briga o fez brigar com sua namorada. De saco cheio daquela situação, resolveu procurar uma ajuda do “Além”
Lazinho, na busca por respostas rápidas e certas foi procurar Mãe Calu, como era conhecida a Dona Maria do Carmo, uma mãe de Santo que tinha um terreiro em sua rua. Chegando lá ela disse:
- Lazinho, quanto tempo
- É né mãe... Tudo bem com a senhora?
- Sim meu filho, Oxalá me abençoa sempre, e você? Como está?
- Ah, mãe... Ta tudo dando tão errado, to sem sorte... Uma merda...
- Ih, meu filho... Vamos perguntar isso aos Búzios, eles não mentem
Nesse momento Mãe Kalu jogou os Búzios e disse:
- Olha meu filho... Os Búzios estão meio furiosos com você e estão dizendo que você tem que fazer um sacrifício...
-Sacrifício? Que tipo?
-Ah... Eles não dizem, mas faz uma maldadizinha boba... Que acho que vai melhorar
-Maldade Mãe?
-É... Mas nada muito grande não
Lazinho saiu do centro mais atordoado do que quando e resolveu dar uma volta para espairecer a cabeça. Decidiu ir ao centro, mas dessa vez ao centro da cidade e como não tinha dinheiro de passagem resolveu dar o velho e bom “calote” no ônibus.
Como já esperado, a maré não estava mesmo boa para Lazinho, já que o cobrador era um grande desafeto seu e ele teve que descer no ponto final bem longe de ondele esperava ir, pois só lá alguém abriu a porta traseira do ônibus. Aquele estava realmente sendo um dia bem difícil.
Enquanto andava na passarela para pegar um ônibus de volta, Lazinho pensa no que a Mãe Kalu te disse, avista um vendedor de Chumbinho que vendia seu produto na Praça da Matriz (uma praça que fica em baixo do viaduto sobre o qual ele passava) e resolve tentar, pois no momento opção melhor não tinha. Na hora em que decide tentar, Lazinho pega uma pedra que encontra no chão e taca em direção ao vendedor de Chumbinho. Ele nem espera para ver onde pega a pedra, só percebe que surge um tumulto e sai correndo em direção ao ponto.
Ainda um pouco afoito pela corrida, Lazinho percebe que sua sorte começa a mudar quando vê que agora o cobrador do ônibus que chega é seu amigo e o deixa passar. No caminho para casa, vai pensando no que fez... Mas como ele mesmo disse em voz alta:
- Já fiz ta feito. E tenta cochilar...
Ele chega em casa e percebe que sim, a sua sorte mudou... A luz assim como o problema de falta d’água tinham sido resolvidos, a sua carteira de trabalho tinha sido achada e sua namorada o estava esperando na sala para fazer as pazes. Sim, tinha tudo dado certo.
Ele quer sair para comemorar dessa vez, e pede para sua namorada aguardar um pouco enquanto ele aproveita a volta de luz e água para tomar um banho.
Enquanto está cantando e contente no chuveiro ele escuta a voz do seu amigo Thómas gritando no portão de maneira repetitiva e rápida
-Lazinho, Lazinho, Lazinho.
-Lazinho, Lazinho, Lazinho
O mesmo, preocupado sai de toalha ao encontro do amigo e diz;
- Que foi Mané?
Thomás suado e meio que gaguejando diz
-Lazinho, tacaram uma pedra na sua mãe lá na Praça da Matriz. Vem comigo, coloca uma roupa que o cara do Chumbinho viu quem foi e a gente vai pegar ele na porrada.

4 comentários:

Meu Blog Chegou disse...

Meu deus...

Cibele disse...

Vc acada dia se supera! Incrível a sua capacidade de imaginação! E ter nada no que fazer, para ter tempo de pensar em tanta coisa! rsrsrs
Mais muito, rir horrores.

Lívia disse...

O que é a sua mente???? Rs.
Adorei!

Anônimo disse...

KKKKKKKKKKKKKK

muito bom a descrição, mas isso ai pode ser plágio hem, cuiddo com os direitos autorais..hauahuaha

São duas mães de santo na "estoria", calu e kalu?! rs

Rafael Mendes