sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Rampa da discórdia

“As curitibanas virão”
Ele disse animado
Preparou-se como sempre
Para perder parte do salário

Entre saídas e almoços
Ele viu tudo, até jogo de basket
Para não ficar por fora da moda
Emprestado queria a internet

Aproveitou o sol como se fosse um príncipe
Mas nunca deixou para trás seu espírito de guia
Sempre arrumava algo pra fazer
Altas horas da noite, ou no raiar do dia

Ele foi pra praia e pro samba
Até o carro no maracanã ele deixou
E quando no domingo caiu a noite
Ele quis curtir a Via Show

No seu trabalho apareceu
De graça quis entrar
Para fazer um agrado com as meninas
Pela rampa ele quis colocar

“Entra por aqui” ele disse
“No nome de quem” perguntaram
“Coloca no do Dudu” ele retrucou
“Aquilo é mesmo um otário”

Entrou pela rampa como se fosse um máximo
Disse pra todo mundo que ali ele que mandava
Esqueceu tudo que já aconteceu com aquela rampa
O amanhã pra ele não importava

Mas o dia seguinte chegou
E o otário da rampa ficou sabendo
Ligou pro financeiro avisando
“Ele agora aqui está devendo”

E assim acabou-se a alegria
Ele apareceu no trabalho pernoitado
No fim das contas as meninas de Curitiba voltaram bem
E meu amigo com salário descontado...

Nenhum comentário: