domingo, 14 de junho de 2009

Não é o que não pode ser que não é...

Um feixe de luz entrando pela brecha de uma janela de um quarto totalmente escuro pode ser interpretado como o quê? Eu interpretarei como algo, você como outra coisa e mais alguém talvez como nada...
Existem respostas exatas para certas interpretações? O que leva interpretarmos de maneiras diferentes a mesma coisa? Vivências? Conhecimento? Sensibilidade?
Acho que a resposta para isso é muito complexa e na verdade não me interessa saber. O problema é o que realmente definimos como culto ou não?
Certos artistas renomados falaram coisas de difícil entendimento e todos acharam o máximo (inclusive eu), mas se outra pessoa não tão renomada dissesse as mesmas coisas?
Se um poema de Drummond fosse escrito por um mendigo, seria considerado belo? Se as letras do Chico Buarque fossem escritas por um MC, seriam tão bonitas? E um quadro de da Vinci seria tão arte se fosse pintando com o pé de um deficiente físico no centro da cidade?
O que é considerado cultura? Será que a cultura seria realmente cultura se uma grande parcela da população tivesse acesso?
A cultura como nós conhecemos (não a cultura de um povo), mas a cultura intelectualmente falando é considerado cultura porque é restrito, e por ser restrito, o seu valor de retorno é alto (pense no absurdo de ingressos de teatro). Não existe um interesse para o que é considerável cultural chegue ao conhecimento popular, porque desde o momento que ela chega aos grandes meios de massa ela passa a não ser mais um produto cultural.
Será que se tudo isso chegasse à massa, não faria sucesso?
Voltando ao assunto música, a letra “Fico Assim Sem Você” da dupla de Funk Claudinho e Bochecha era apenas mais uma de Funk, mas quando a Adriana Calcanhoto grava e muda a melodia passam a achar a música poética, ela toca em rádios de “elite”, e tudo mais... Será que só a melodia fez a diferença nesse caso? Ou será que criamos estereotipo em artistas que só fazem um tipo de música popular e tudo que eles irão fazer daqui para frente será sempre popular e sem valor cultural?
Entre outras palavras o que pode se constatar é que o valor da obra não está na obra em si, mas sim em quem a faz, para quem é feito e lamentavelmente porque razão se fez...

2 comentários:

Paulinha disse...

O exemplo da letra de funk transformada em MPB seria um exemplo da cultura às avessas. Fiquei pensando que se na rede aberta fosse transmitido os programas da TV Futura quem sabe não teríamos mais espaço para os anônimos propagaraem a sua arte? A única coisa que a mídia brasileira faz é pegar os anônimos (ou nem tão anônimos assim) e colocar num reallity show enlatado dos USA, como canatava o grande renato Russo...Aí perde-se o sentido e ferra a bicilceta!

Meu Blog Chegou disse...

É foda. Nego endeusa o Paulo Coelho e fodidos como nós às mínguas. Ai ai.