sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Pop não poupa ninguém

Na minha humilde concepção, moda pode ter duas interpretações.
A primeira vem de fazer moda, estilistas, modelos, desfiles, enfim, todo o mundo da moda em si. A segunda, que eu prefiro chamar depressivamente de modinha é a de seguir a moda, que entre outras palavras é todo mundo tentar ser igual a todo mundo.
Certa vez eu ouvi que tendência é a uma desculpa criada para justificar a arte de imitar os outros e a achei muito pertinente. Agora vejo que minha mãe estava certa quando dizia que eu só me espelhava nas coisas “ruins” dos outros, só pegava manias ruins (podemos pensar que mania pode ser considerado uma moda) geralmente a gente nunca pega o melhor de alguém (a moda de ajudar o próximo nunca pegou).
Desculpe a todos os freqüentadores, quem for muito sensível a críticas pode até parar de ler isso agora (eu aprendi muito vendo João Kleber), mas rave é simplesmente uma moda meio escrota. Vou explicar. Posso falar disso tudo com conhecimento de causa e afirmo que talvez apenas 10% das pessoas realmente gostam de música eletrônica. O resto vai porque é moda. A prova disso é a roupa vestida, o cabelo, os óculos escuros e as drogas. Quem gosta, vai por que gosta, vai para sentir a música, a tão falada “vibe” (acho ridículo esse termo), e não para fazerem parte de um grupo. Quem vai, vai para curtir, e para curtir não precisa se vestir igual a todo mundo.
É mais engraçado ainda se pensarmos que o cara da rave de hoje foi o da micareta de ontem. O amor dele por Asa de águia e Chiclete com Banana acabou? E os adesivos com a patinha do Nana colados nos carros? Sumiram? Por quê?
Uma paixão não pode acabar simplesmente porque a festa chegou ao povão e segundo eles passou a ser mal freqüentada e a Rave está indo pelo mesmo caminho... Qual será a próxima? Samba de raiz?
A micareta sim foi deixada de lado pela grande maioria que a curtiu no seu primórdio e foi trocada por Dj´s internacionais que não sabem o nome, mas que todos fingem adorar. A estrutura tem semelhanças e a disputa ainda existe, mas ao invés de ser quem beijou mais boca é a de quem fica até mais tarde, no dia seguinte sempre rola a pergunta: “E aí, ficou até que horas? Só até as 10h? Você é muito fraco”.
Como eu sei disso tudo? Simples eu também era um dos idiotas que seguiam essa moda.
Eu acho que a moda é uma necessidade que temos de fazer parte de um todo, como se toda a necessidade de status que temos (é eu estudei Maslow também) fosse suprida quando nos sentimos parte de algo. A novela nos mostra isso, e hoje em dia, quantas coisas indianas não vemos por aí? É ruim? Não é ruim...Realmente é bom termos contatos com coisas novas, culturas novas, experiências novas, mas temos que fazer isso porque realmente gostamos ou nos identificamos e não para sermos mais um na multidão.
E se um dia a moda de cheirar merda dos outros pegar, vai ter até gente disputando quem tem a merda mais fedida (peguei pesado nessa né)
Acho que o grande legal de ser quem somos é o de sermos únicos, e mesmo assim tem muita gente querendo ser igual a todo mundo... Vai entender...

3 comentários:

Diego disse...

Por isso que não sigo nada! Só a mim mesmo...
Assim não me decepciono com as constantes mudanças do mercado.

Meu Blog Chegou disse...

Como mto bem disse Bob Marley "eu me esforço tanto pra ser eu mesmo, e fica todo mundo querendo q eu seja igual a eles." Sábias palavras.

Rafael disse...

"tendência é a uma desculpa criada para justificar a arte de imitar os outros"

cara tem umas frases brilhantes soltas nesse blog... começa a coleta-las avulsas tbm. no fim de um mes faça um posts com varias delas.


abraços