sexta-feira, 24 de julho de 2009

Baader Meinhof Blues

Confesso estar muito ansioso para assistir um filme alemão chamado “O Grupo Baader Meinhof". Na verdade não sei se esse filme vai chegar a passar nos grandes cinemas ou se vou ter que procurar um dos alternativos para ver, enfim...
Para quem não conhece o grupo Baader Meinhof foi como ficou conhecido a Facção do Exército Vermelho Alemão; uma organização guerrilheira e terrorista alemã de extrema-esquerda da década de 70 na antiga Alemanha Ocidental.
Então, esse filme deve ser bem interessante, pois na minha visão esse grupo é um exemplo de como violência realmente gera violência.
Iniciado no movimento estudantil, ao perceber que o único jeito de conseguir acabar com a violência no mundo era aderindo à mesma, é dado assim início a uma onda de violência e terror. Vale a pena conferir.
Mas o que quero dizer é que a violência sempre existiu na humanidade e desde os seus primórdios existem vários tipos e categorias de violência. Guerras gigantescas foram travadas, pessoas foram queimadas injustiçadas, até Cristo foi cruficicado, pessoas foram mortas e torturadas por terem um ideal, enfim, não é de hoje que a violência sempre existiu.
Mas se analisarmos a evolução da humanidade e o aumento da violência, elas deveriam ser inversamente proporcionais, pois nos primórdios da humanidade os homens faziam guerras para resolver questões políticas. Hoje nós temos líderes para resolver essas questões. Se antes existiam pessoas queimadas em praças públicas, hoje nós temos cadeias e tribunais para decidir isso e se antes pessoas eram mortas sem motivo qualquer, hoje temos conscientização de que uma vida sempre será uma vida.
Mas porque a violência continua grande? Será culpa de quem? Da má distribuição de renda? Da índole de cada um? Da sociedade? Da natureza autodestrutiva humana? Vai saber...
Eu acho muito triste vivermos totalmente expostos a “sorte” de sermos ou não assaltados, de sermos ou não vítimas de sequestros relâmpagos, vítimas de brigas em estádios de futebol, de agressões verbais sem qualquer motivo aparente (sim, isso também é um tipo de violência). Temos que nos policiar com quem vamos debater ou discutir, pois essa pessoa pode sem mais nem menos agir com uma violência pra cima de nós. Alguém percebe o quanto isso tudo é surreal?
Quem realmente tem culpa nisso tudo, eu me pergunto. Acabar com o tráfico de drogas seria possível se eles quiserem? E isso acabaria com a violência? Fazer um desarmamento da população acabaria com a violência? E seria isso suficiente?
Pra mim, essas questões têm que vir da base, o mundo em si tem que ensinar as pessoas a terem valores morais. Na educação temos que mostrar que a violência em qualquer de suas formas não leva ninguém a lugar nenhum. E só a teoria não adianta. Do que adianta consciência que não devemos causar violência, se a nossa vida nos mandar agir como tal? Temos que dar emprego, estrutura, alimentação, enfim dar escolhas para as pessoas não terem que entrar no mundo do crime e ser mais uma nessa triste estatística.
E a lição não se resume somente a sociedade.É fundamental que os pais ensinem seus filhos valores para serem pessoas de bem.
Outro ponto importante é que poderia ser feito também uma maior rigidez na lei em cima de qualquer tipo de violência. Por que alguém que não paga pensão é preso e alguém que agride alguém não é? Por que alguém que tomou um chopp e dirigiu é tratado como um marginal ou como um criminoso, mas alguém que briga em uma boate não é?
Enfim, de nada adianta participar de passeatas pela morte injusta de alguém e chegar em casa e gritar com um empregado... Faça sua parte!

Um comentário:

Meu Blog Chegou disse...

É isso aí, tudo isso, passeatas e tal podem ser alguma coisa, mas precisa partir de dentro de casa, nas relações com os parentes, com a empregada doméstica, com o porteiro. Uma pessoa que trata bem o próximo, certamente não sai pelas boates batendo nos outros.

Índole realmente começa em casa e é muita falta de porradas e limites dos pais nessas 'crianças' de hoje em dia. Mas enfim... Cada um faz sua parte, como vc bem disse. Eu faço a minha.