É esse tom de usado
Esse aspecto de gasto
Esse ar de comum
Que o tempo
A rotina
E o dia a dia
Dão as coisas depois de um “tempo”...
Chega até ser meio estranho
Quase contraditório
Algo que se quis tanto
Que se demorou tanto pra conquistar
Que é tão valioso
Ali
Perdido
No costume de mais um dia
Na rotina das novidades
Parte de uma mobília
Simples figurante
De tudo que vai e vem
E que nem mais se percebe.
O pior talvez seja
Gostar tanto
Mas ao mesmo tempo achar tudo já tão normal
Que não se perde
Nem um minuto de cada dia
Agradecendo por ter
Ou dizendo pra alguém
O quanto é especial...
E aí talvez
Quando tudo se for
A rotina
O comum
Aquilo mesmo
Que se passava todo dia
E não mais se reparava
Contraditoriamente
É o que mais vai fazer falta...
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