terça-feira, 26 de março de 2013

R.I.P

A vida é feita de papéis
Que nem sempre a gente escolhe
Meros hotéis na beira de estrada
Que a gente aceita e se recolhe.

A gente nasce com papel de filho
Às vezes também com o de irmão
E já sente na pele o desafio
Que é viver com essa missão.

O tempo passa e viramos pai
Mais pra frente também avô
Sem perceber um dia qualquer se distrai
Contando pros netinhos tudo que já se passou.

A gente também se torna amigo
Até mesmo desafeto
Vai de um dia pro outro do lindo: “conta comigo”
Até o explosivo: “não te quero por perto”.

Trabalha e vira empregado
Depois de um tempo quem sabe patrão
Em um momento mero adversário
No outro um belo campeão.

Às vezes somos companheiros
Tem gente que nos vê como mestre
Em um dia somos passageiros
No outro sofremos como pedestres.

Às vezes somos caminho
Em outra direção
Em um momento estamos sozinhos
No outro parte de uma bela multidão.

Mas se houvesse prêmio de escolha de cenário
Esse sem sombras de dúvidas seria seu
Porque o ridículo papel que eu fiz de otário
Foi você que me deu!

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