quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dessa Vez Não

Sempre tive o dom de rir das desgraças
E ria tanto
Que elas realmente passavam a ter graça pra mim.

Nunca fui de deixar o desespero tomar conta
A não ser nas segundas feiras chuvosas
Ou domingos solitários
Em que pra não morrer de tédio
Eu era obrigado a me reinventar.

Não nasci pro mínimo
Pra fazer minha parte
Ou apenas sobreviver.
Enxergo a vida como algo além
Um querer mais
Ser mais
Testar limites
Ultrapassar bordas que eu nem sei mesmo se existem.

E assim eu aprendi a correr...
E já corri demais.
Corri pra ganhar
Pra perder
Porque tinha presa
Pra não ficar parado.

Ta aí algo que eu nunca consegui.
Sou do tipo que faz mil coisas ao mesmo tempo.
Tem mil ideias.
Mil projetos.
E por isso já acabei fazendo de tudo
Não pela pretensão de me achar
Mas sim
Pelo medo absurdo de me perder.

Equilíbrio?
Tive no máximo em bicicletas
Pranchas
Ou nos extremos
Entre o 0,8 e 80000.

Sempre evitei pensar muito na frente
Vivia um dia de cada vez
Mas já voltei muito atrás:
No que disse
Fiz
Pensei
Achei
Ou pra buscar alguém que ficou.

Foi agraciado com o medo de me machucar
Mas descobri que ironicamente quanto mais eu me machucava
E ainda assim eu sobrevivia
O medo ia ficando pra trás.

Nunca gostei de escrever
Mas a vida me obrigou a escrever.
Nunca foi obrigado a cantar
Mas cantei
Só por às vezes não aguentar muito bem as obrigações da vida.

Sempre soube o peso das coisas
E aguentei ser quem eu sou
Mesmo tantas vezes querendo sair de dentro de mim
E pedir pra desistir.

Não fujo dos acontecimentos
Sei que é de grandes momentos
Que vêm as grandes oportunidades.

Porque se eu vivesse 10 vezes essa vida.
Em 9
Tudo até poderia dar errado...
Mas dessa vez
Eu garanto que não...

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