terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Deixa Ela Ir Embora

E por quantas vezes...
Eu olhava pra você
E sentia mágoa.
A cada foto que eu via
A moldura era uma mágoa.
De cada momento que eu lembrava
O cenário era de mágoa.
Todo poema que eu escrevia
Continha frases em forma de mágoa.
Os rascunhos mal acabados de tantos planos
Tinha o rabisco de mágoa.
Todo lugar que eu passava
O chão era feito de mágoa.
Afinal
Tudo que tinha a ver com você
Só podia ser mágoa...
Eu estava cansado
Farto de tanto peso.
Já não aguentava mais me engasgar com tanta dor.
Envenenar-me com meu próprio veneno.
Me sufocar por um passado
Que teve tudo pra ser futuro
Mas infelizmente não foi.
Ficar preso entre tratos desfeitos
Coisas que não existiram
Acontecimentos que não aconteceram
Felicidades que não tiveram nada de feliz
E tantas outras coisas que poderiam justificar
Uma raiva
Mas que no final das contas
Não justificavam nada.
Porque um dia me olhando no espelho
Eu percebi
Que no fundo mesmo
Todo esse poço de rancor no qual eu me afundava
De nada tinha a ver com você
A mágoa que tinha mesmo era de mim.
E assim
Quando eu fui capaz de me perdoar
Por tudo que fiz e deixei de fazer
Eu fiquei livre
Vivi em paz
E consequentemente
Toda a mágoa que eu achava que tinha
Assim como você
(Sem mais nem menos)
Foi embora também...

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