segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores

Era uma vez um ponto fora da curva.
Um milagre
Uma exceção
Um acidente
Que mesmo sem ser convidado pra entrar
Entra
E participa da festa.
Era uma vez um ponto fora da curva.
Um percalço
Um alguém perdido no meio da multidão
Uma cor que não deveria estar ali
Mas estava.
Era uma vez um ponto fora da curva.
Uma decepção no meio da alegria
Um sorriso no meio do caos
Um erro de cálculo
Que pega toda a lógica
E a revira pelo avesso.
Era uma vez um ponto fora da curva.
Um acontecimento em um dia de porre
Uma porta destrancada
Uma palavra fora de contexto
Que sente
O que não deveria jamais ter sentido.
Era uma vez um ponto fora da curva.
Um segredo nunca contado
Uma confusão que não era pra ser confundida
Uma flor que nasce no deserto
Mesmo sem nada que justificasse
Aquela existência.
Era uma vez
Um Eu
Um ponto fora da curva...
Que existiu
E sentiu todo o peso de ser aquilo que não era pra ter sido.
E que sabe que se dependesse de tantas outras coisas
Não teria nem acontecido.
Mas por ser desobediente
Como todo ponto fora da curva
Aconteceu...

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