segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bobo da Corte



Pode não parecer
Mas é estranho
Essa coisa de fazer os outros rirem
Como se não fossem capaz de gostar de mim
Por nenhum outro motivo
Senão por palhaçadas
E ainda assim
Não achar nenhum pouco de graça na minha vida.
Se não fosse tão forte
Eu diria que é quase infeliz
Essa minha rotina de sair todo dia de casa
Espalhando uma alegria que não tenho
Vestir-me como uma espécie de bobo da corte
Mas no final das contas
Chorar sozinho
Por não ter ninguém pra me fazer sorrir.
Talvez esse seja mesmo meu carma
Fazer o outro rir pra acabar com a dor
Mas eu mesmo continuar sentindo.
Fazer graça para o outro esquecer
Mas eu mesmo não parar de lembrar.
Fazer rir para as pessoas se orgulharem de quem são
Mas eu mesmo desejar ser outra pessoa...
Tudo bem
Eu espero
Ainda com esse meu sorriso triste
Eu espero
O dia que vai chegar alguém
Com a alegria de quem conta uma piada
Com a simplicidade de quem sorri
Mas com um um sorriso tão lindo
Que vai até me provar que eu nem preciso ser nenhum palhaço
Pra entender que a vida
Tem sim muita graça...

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