quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sempre Vai

A folha em branco
O querer falar bonito e ao mesmo tempo ser franco
Como Vinícius, Drummond ou Cecília

A Rima que sai quase em canto
Sem essa minha mania de sempre “pegar no tranco”
É a casa que deve se encaixar na mobília

Que mal tem querer ser como quem se idolatra
Expressar-me de uma forma sensata
De escombros fazer um castelo

Mas meu desejo sai pela culatra
Longe de ser Drummond, muito mais pra Mister Catra
Distante de soar belo

Pra mim, é muito difícil de falar bem do que dói
Já que até o que é oco também me destrói
Sou feito de choro sem som

Ah como seria bom ter um pouco de herói
Do tipo: ”Tudo é só passado, nada corrói”
Mas eu não tenho esse dom

E não pense que me falta força de vontade
Nem sou tomado por nenhuma crueldade
Mas é difícil ser generoso com o que me faz sofrer

Talvez meu defeito seja mesmo respeitar a verdade
E pra mim escrever sobre a saudade
Vai ser sempre igual... A falar de você...

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