sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Choros e Sorrisos

A gente nasce
Mesmo sem saber muito bem o que é
Já sentindo amor.
Primeiro a gente ama quem nos deu a vida
Mesmo essa merecendo ou não
Depois a gente continua amando
Quem nos dá amor... Ou não!
Aí começa o eterno carma...
Mas a gente cresce
E surge a busca por pares
Não mais os pares para brincadeiras, jogos e futebol
Mas sim seres semelhantes ou completamente diferentes
Que vão ser cúmplices
Testemunhas de nossas vidas
Todo mundo precisa de alguém para testemunhar os nossos grandes feitos...
E é nessa
Que aparece o primeiro grande amor
“O amor de nossas vidas”
Aquele que a gente não vai viver sem
Vai morrer se for embora
Vai querer pra sempre
E mesmo sem nem conseguir se sustentar
Ainda...
Já pensa nos netos que um dia terão
Algumas pessoas têm sim a sorte de realizar esse sonho
Mas para a grande maioria
Eis que vem a vida
Mostrando que nem tudo é fácil assim.
É nesse momento que aparece o lado ruim do amor
E vemos que entre o amor e a dor
Existem muito mais semelhanças que uma rima
A fossa vem
Para alguns vai embora
Para outros demora
Assim como a sensação que a vida sim continua
Mas o engraçado é que a partir daí
Do primeiro amor vivido
Da primeira sensação de gostar de alguém
Percebemos que ser solteiro
Estar sozinho
Passa a ser tornar uma condição momentânea
Que o certo
É sim
Termos alguém
É sim dividirmos tudo
É de sermos pares
Essa coisa de estar sozinho
Passa a ser apenas passageira
E a gente vai aproveitando pra fazer um monte de coisas
Ir “vivendo a vida”
Mas sempre olhando pro lado
Sempre procurando
Sinais do destino e do acaso
Como um jogo em que vamos rodando
Rodando
Até esbarrar com a aquela pessoa
Que será...
O "grande amor da nossa vida"
As vezes a gente até inventa
Se convencendo que é
Só para não continuar “sozinho”
Afinal pra tudo mundo por aí
Ser sozinho é ser triste
E daí
A gente abre mão de uma porrada de coisas
Por esse medo de não ter amor
Abre mão às vezes de amigos
De ser quem somos
De continuar rodando no jogo da vida
E talvez quem sabe
Até achar algum outro “amor da vida”
Só pelo medo do domingo
Do dia de chuva
Do final de ano
Do dia dos namorados
Ou dos momentos de carência
Aceitando o que vier
Agradecendo o que vem
Dando graças a Deus por termos uma “pessoa boa”
Que covardia essa que fazemos com a “pessoa boa”
De não sermos sinceros pelo medo de...
Ficarmos sozinhos!
Que medo é esse desesperador que sentimos da solidão
Não estar sem algum amor, é realmente estar na solidão?
Vale a pena não sermos realmente completos e felizes
Apenas por mais um período sozinho?
Sim... Um período
Estar sozinho é sim uma situação momentânea
Que vivemos por um tempo
Às vezes por muito tempo
Várias vezes na vida...
Pois, nascemos sim para vivermos em pares
Por mais dependente que isso pareça
É nossa natureza...
Mas a gente cai no erro
De não respeitar a natureza
Inventando coisas que não somos
Naturezas que não temos
Para conquistar um par
Que talvez nem fosse para ser nosso
Pois se tivemos que mudar quem somos por alguém
É que aquele não era o nosso par
Não era compatível
E quando isso fica perceptível
Talvez seja até tarde demais
Por isso
Talvez na vida
Sermos sinceros com o outro
E com a gente
Seja o jeito mais fácil
De convencermos alguém
Que ele é realmente o "grande amor da nossa vida..."

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