segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Caixa

Existem coisas que são exatamente do jeito que tem de ser.
Como uma caixa de papel:
Simples
Sem graça
Compacta.
Porém,
Com todos seus lados exatamente encaixados
Fácil de ser carregada.
Mas aí
Não sei se por falta do que fazer
Ou pela mania que temos de achar que o simples não tem graça.
Meio que sem perceber
A gente quer dar “uma melhorada”
Deixar do “nosso jeito
Talvez por achar que uma caixa
Não pode ser só uma caixa
Tem que ser mais!
E assim
Com um ataque de Deus
A gente rasga a pobre em tantos pedaços e lados
Que o que era simples
E compacto
Já não tem forma
Fica impossível de ser carregado.
A caixa que chamou nossa atenção pela simplicidade
Já está irreconhecível.
Tentamos que ela fosse tanta coisa mais
Que ela deixou até de ser o que era
E acabou não sendo nada!

Talvez nesse momento a gente perceba
O tempo que a gente perde na vida
Tentando modificar o que já está pronto.
Certas coisas não precisam ser mudadas ou moldadas
Elas apenas precisam ser aceitas como são.
Porque certas caixas aparecem no nosso caminho
E por mais simples que elas sejam
Elas são do jeito que realmente deveriam ser...

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