quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Copa do Mundo é... De Todo Mundo, Menos Nossa.

O Rio de Janeiro (e de lambuja o Brasil) está na moda.
Depois da eleição do Cristo como uma das 7 maravilhas, um principio de consolidação econômica no meio da crise, e investimentos em diversos setores da sociedade, o Rio (e de lambuja o Brasil) vive um período parecido com o que a Regina Duarte viveu na década de 60, 70, (ela é tão velha assim?) o de "queridinho do mundo".
Não coincidentemente, é nesse período que após algumas tentativas humilhantes contra “adversários” mais tradicionais e melhores preparados, que o Brasil ganha o direito de sediar a tão sonhada Olimpíadas e sai vencedor da disputa solitária de sediar uma Copa do Mundo. Isso aí, depois da festa, da comemoração, do bater no peito e ter uma crise de Assaladores e falar: Sou Foda! É que vem a dura realidade. E a realidade meus caros é que: Ta tudo uma zona!
Falando particularmente em Copa do Mundo, depois da euforia de sermos o país cede, de termos a chance de ganhar o Hexa em casa e de tentado vingar a geração de 50, vem a parte ruim. Posso começar?
Primeiramente, temos cidades inteiras sem a menor estrutura. Estádios tradicionais sendo reconstruídos desnecessariamente prejudicando assim campeonatos e times, como os do Rio e de Minas Gerais que ficaram praticamente sem ter onde jogar. Um alto investimento totalmente questionável na preparação desse evento. Tudo bem que o retorno a longo prazo de algo desse tipo não dá pra ser mensurável, mas que é questionável, isso é... Falo com propriedade, pois ouvi um papo bem parecido com esse em relação ao Pan de 2007. E 4 anos depois o que eu vejo de melhoria significativa? Nada! No máximo um estádio horrível, um parque aquático que não serve pra nada, e um lugar grande espaçoso que serve para...Fazer show internacional!
Outro ponto, talvez o mais importante a ser questionado, é a postura da FIFA perante tudo isso. Acho ridícula essa busca de cidades cedes, colocando umas, excluindo outras, ameaçando-as caso as obras não andem como o ocorrido, e gerando uma disputa interna entre os Estados como crianças dentro de um orfanato, querendo uma chamar mais atenção da outra, doidas para serem adotadas. Sem contar a tentativa de intervenção da FIFA na legislação nacional, querendo, ou alias, obrigando o país a acabar com a meia entrada, algo que é garantido por constituição e derrubar a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios. A FIFA pode se colocar assim? Maior que um país? A FIFA pode colocar um terror psicológico, estilo FBI? Fazendo estimativas absurdas de quanto o evento deixará de faturar, e obrigando de certa forma o Brasil de arcar com esse “pseudo prejuízo”. Primeiro, eu não acho justo o dinheiro do contribuinte ser usado para isso, segundo, a finalidade do evento é qual? A divulgação do esporte, a união das nações, melhorar o desenvolvimento de cidades ou ganhar dinheiro?
Eu também não entendo como a situação foi chegar a esse ponto, pois nesse caso, tanto o Brasil quanto a FIFA estão totalmente errados. Seguindo aquele ditado bem vulgar, porém verdadeiro, de quem não tem c, não faz trato com p... O Brasil sabendo das exigências da FIFA e das suas limitações não deveria ter proposto o evento aqui, e a FIFA em saber das limitações do Brasil e da sua legislação, também não deveria ter aceitado fazer o evento.
A verdade foi que os dois empurraram com a barriga, como pessoas que assinam um contrato sem ao menos ler o que está assinando, até porque no fim das contas, tudo vai ficar bem. O Brasil vai ceder tudo, porque a galera lá de cim vai superfaturar em cima de obras, de segurança e turismo, e a FIFA vai acabar cedendo um pouco também, porque no fim das contas, de uma maneira ou de outra, vai encher o bolso de dinheiro, e o povo, como nação, vai mais uma vez perder a sua dignidade em troca de no máximo um caneco e uma meia dúzias de jogos que já nem são tão bons assim... Acho melhor a gente repensar isso... Será que vale a pena?

Nenhum comentário: