segunda-feira, 7 de abril de 2014

Serendipidade

E eu com esse meu descaso
E jeito distraído
Já fui de perder muita coisa...
Já perdi objetos
Já perdi roupas
Já perdi momentos
Já perdi oportunidades
E já perdi pessoas
Que me fizeram morrer de saudades tantas vezes
Que eu sempre pergunto pra mim mesmo:
Como eu ainda estou vivo?
Mas sorte que a vida é uma troca
E pra cada coisa que a gente perde
Quase sempre
A gente acha uma melhor...
E foi assim
Que olhando pra trás
Eu vejo que já encontrei o que eu procurava de forma fervorosa 
Época que eu não percebia que as coisas tinham seu tempo.
Já encontrei o que eu tinha perdido há tempos
E nem lembrava que tinha perdido
Tipo uma nota de 5 perdida na bermuda.
Já encontrei o que outros tinham perdido
Fui obrigado a devolver
E me senti tão bem por ver o sorriso de quem assim como eu
Encontrava aquilo que estava procurando.
Já pensei que encontrei aquilo que eu precisava muito achar
E acabei me convencendo que achei
Só pra não dar o braço a torcer
Que eu estava procurando algo errado.
Mas entre os tantos achados
O que sempre mais me marcou
Foi quando eu encontrei
Aquilo que eu não estava procurando.
Sabe aquela conspiração do destino
Aquele empurrão do acaso
Que faz você de deparar com aquilo que você nem imaginava que existia?
Esses foram os meus achados mais interessantes...
Uma paisagem que encontrei sem querer durante um caminho.
Uma palavra que ouvi no meio de um discurso.
Uma boa ação que apareceu no meio do caos.
Um alguém especial que eu encontrei
Quando não imaginava encontrar mais ninguém especial no meu caminho...
Porque a vida é assim:
Um perde e ganha
Um toma e leva
Um tira e devolve.
Uma série de infinitas possibilidades
Uma oferta de todo dia começar tudo de novo
Praticamente uma chance de receber um presente diário
Praquele que assim como eu
Tem um olhar distraído
Distante
Que olha pros detalhes
E que no fundo
Tem a péssima mania de sempre encontrar o melhor de tudo.
Mesmo sem procurar...

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