segunda-feira, 17 de junho de 2013

Legitimidade

Talvez pela primeira vez em muito tempo, ou talvez realmente pela primeira vez desde sempre, mesmo com uma competição de nível internacional acontecendo aqui, na nossa casa, o assunto mais comentado das redes sociais e imprensa são as manifestações por todo o Brasil.

Óbvio que isso tem o lado positivo, o de perceber o quão forte está o poder das redes sociais por aqui. Nada mais consegue ser calado, a massa ganhou força, agora tem voz. A grande mídia está deixando cada vez mais de ser formadora de opinião. Mas muita coisa tem de mudar...
Eu não me considero nem um pouco gabaritado para discutir sobre política, e muito menos ser suficientemente conhecedor para ser  comentarista sobre o assunto, porém como repetimos tantos aos quatros ventos que tem de se haver liberdade de expressão. Aqui vai meu breve parecer sobre o assunto.

Agora eu concordo que a manifestação deixou de ser além dos 20 centavos, concordo que sim, já passou a hora da sociedade lutar pelos seus direitos, mas discordo que o Brasil tenha efetivamente acordado como andam dizendo por aí.  
Tenho visto sim pessoas politizadas, que sempre buscaram e lutaram por seus direitos, pelo o que é certo e tudo mais. Mas dessa vez, confesso que me deixou assustado a quantidade de fantoches que compraram a causa. Fantoches sim! Pessoas que vão pela festa, para colocar no Facebook, nas redes sociais, que acham que é um carnaval, que vão pela violência, pela cerveja, para pegar mulher, pelo espírito anarquista da coisa, mas não sabem muito bem sobre estão lutando contra.

Não me agrada também o tom extremista que envolve todos os que participam disso. Em épocas de liberdade de expressão, não acho justo o tom quase como alguns religiosos de hoje em dia usam de chamar todo aquele que tem opinião contrária de “alienado”. A causa é justa, é correta, mas é preciso entender quem nem todos precisam pensar da mesma forma. Para um determinado assunto existem diversas maneiras de se enxergar e se agir. No fim das contas essa é a graça da vida.
Outra coisa que me preocupa é: Onde isso vai chegar? Primeiro ponto são alguns atos de violência e depredação que estão acontecendo. Isso perde o respeito da parte pacifica. Agir com violência é perder a razão, é ir contra toda a opressão que se luta contra. Outro ponto é o interesse legitimo de quem organiza esse tipo de manifestação.  O governo de hoje é formado por pessoas que lutaram conta a ditadura, por alguns Caras Pintadas de 92 e pelo o “povo” representado através do nosso grande partido o PT. E o que pode-se ver é ano após anos, manifestação após manifestação, uma troca de valores em que as pessoas que tanto lutaram por algo, tornaram-se pior do que aqueles com os quais lutaram contra. E o mais triste é que nada foi feito sozinho. Cada luta, cada batalha, cada ascensão foi feita com a ajuda povo, legítimo, feito de fantoche na busca por dias melhores, mas que esbarra pela gana de interesses pessoais.

Canso de citar o livro de George Orwell chamado de A Revolta dos Bichos que trata bem isso, a luta de alguns animais pelo o poder da fazenda, e quando os mesmos chegam, travam uma luta entre si para ter o poder sobre os outros.
A sociedade precisa de organização,  e dentro dessa organização sempre vai existir uma “organização” que lutará apenas pelos seus interesses, nunca pelo interesse da maioria. A prova viva disso é o próprio PT, antes idolatrado, agora farinha do mesmo saco. E entre quem entrar, aja o que houver, o povo apenas luta para colocar essas pessoas no poder e ponto.

Parece clichê, mas em tempos de uma sociedade que estudou, que tem internet em qualquer hora e lugar, que está dentro da faculdade,  que tem acesso a informação rapidamente, a maior arma que o povo tem é o voto. Porque apesar de todos os pesares, de tudo que é visto, lido e vivido, diferente de outrora, só está no comando do país, das cidades, estados e municípios, quem foi escolhido na urna. Se é certo ou não, não cabe ser discutido. Por mais que doa, eles foram os escolhidos e pronto.  E é no momento dessa escolha que deve haver a verdadeira luta.
O que acontece é que na hora da votação todo esse espírito e essa força de mudança é deixada de lado, e o que vemos são blocos lutando por ideais próprios. Formadores de opinião apoiam candidatos para benefícios próprios, pessoas votam em legendas, em afinidades, em rostos bonitos e não existe uma manifestação como essa, para por exemplo proporcionar nas próximas eleições a maior quantidade de votos nulos já vista no mundo. São infinitos os modos de se protestar.

Deixo claro que não sou contra a luta por mudanças e melhorias, mas apenas penso como elas devem ser feitas.  Ótimo o “povo”se mobilizar, mas acho que essa consciência politica tem que ser como um todo. E não em uma segunda feira bombas serem jogadas na cidade transformando o Rio em uma verdadeira praça de guerra e em um domingo irem ao estádio que custou o preço de vários hospitais e gritarem sorridentes e alcoolizados: “O Maraca é nosso, Aha- Uhu”. Existem problemas e mais problemas para serem tratados como a saúde, a falta de hospitais, a carga tributária abusiva, a violência e muito mais.

Volto a repetir: A maior arma que temos é o voto. Então vamos fazer isso nas próximas eleições e mudar o futuro do país. Porque tentar tirar do poder alguém que foi escolhido pela maioria, ainda que o mesmo seja certo ou errado, bom ou ruim... Está longe de ser democracia.

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