segunda-feira, 6 de maio de 2013

Por Enquanto?

Apesar de profanar tantas vezes o “nunca mais”
E de ter uma tatuagem grande
Eu sempre morri de medo do definitivo.
Não sei bem o motivo
Mas me soava como estranho
A ideia de qualquer coisa que fosse de um jeito
Tomasse uma forma
Um caminho
Um destino
E dali em diante
Não pudesse mais mudar.
Tolice a minha
É claro
Mas por muito tempo
Fui vivendo assim
Sem me comprometer com o definitivo
Deixando possibilidades de retorno abertas
Com um medo absurdo do pra sempre
Ou de qualquer outra palavra
Atitude
Fundamento
Acordo
Ou acontecimento
Que me não me desse mais a oportunidade
De simplesmente voltar atrás...
Hoje me pergunto:
Quanto tempo eu perdi
Sem saber
Que viver é definitivo?
E que cada dia que acordamos é único
Cada olhar pelas ruas é único
Cada abraço
Cada beijo
Cada palavra
Cada magoa
Cada música
Cada momento
Enfim
Cada fração de segundo que se mexa na vida
Por mais que se repita de novo e de novo
Será definitivo
Pelo simples fato
De que por mais que se tente
Aquilo nunca mais conseguirá ser repetido de novo...
E daí
Ainda que eu continue assustado com essa ideia
De "única chance" que a vida me dá a cada dia
Hoje eu entendo
Que nas minhas crises de tantos nunca mais
Lá no fundo
Eu sempre estive um pouco certo...
Porque a cada adeus que eu disse
Ainda que o tempo me provou que não era verdadeiro
Mesmo que tenha voltado atrás
Aquele momento único
Junto com a vontade sincera de nunca mais te ver
De uma maneira ou de outra
Fez ele ser definitivo
E sentido pra sempre
Mesmo que aparentemente
Não pareça...

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