sexta-feira, 19 de abril de 2013

Amálgama

Pena que certas partes de nós
Como o coração
Não são peças
Nem pedaços de plástico
Que quando quebra
Se coloca uma fita adesiva
Cola com Super Bonder
Conserta-se
E fica tudo certo.
Não...
O coração quando se parte
Estraga-se brutalmente
É quase perda total.
E quando tem jeito
Nunca mais se recupera 100%
Ainda que volte a amar novamente
Sempre será possível ver o rasgo
A cicatriz
Que mostra
Como uma placa
Que ali
Apesar do sorriso no rosto
Tem alguém que já sofreu demais.
Quanta vezes eu pensei
Que poderíamos também ser peças de encaixe
Pedaços de Lego
Em que trocaríamos de histórias
Mudaríamos de romance
Amaríamos e deixaríamos de amar sem culpa
Tristeza
Sofrimentos
Nem despedidas
Apenas com simplicidade de quem encaixa um brinquedo
Que sabe que foi feito pra isso
E só.
Sem essa essa coisa
De viver assim
Nessa loucura
De um dia ser uma amálgama
E no outro
Uma palavra solta
Perdida
Procurando um complemento
E nada mais...
Porque a vida que eu queria
Bem que poderia mesmo ser assim:
Colorida
Indolor
Tranquila
Calma
Como uma brincadeira
Uma fantasia
Ou qualquer outra coisa
Que não fosse tão cinza como é
Não doesse como dói
Nem machucasse tanto como machuca.

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