quarta-feira, 28 de março de 2012

E A Mídia Me Deixou Burro Ou Eu Nasci Assim?

Acho que já escrevi sobre esse tema, ou algo relacionado a isso tempos atrás(estou ficando atrás), mas como provavelmente ninguém deve lembrar, nem mesmo eu, aqui vou novamente...
A questão em si envolve gostos bons e ruins e nossa capacidade de julgá-los ou não. Sim, eu sei que não está nem um pouco claro, mas tentarei melhorar.
Tudo começou (há um tempo atrás, na ilha do sol...Foi mal, não resisti!) ou na verdade, recomeçou pra mim, quando vi alguém colocando um post de uma música que eu gosto bastante em que a pessoa reconhecia que conheceu a música através de uma rádio, que já não existe mais. Naquele momento, uma série de pensamentos catastroficamente perturbadores vieram a minha cabeça, entre eles, uma eterna discussão sobre: A sociedade recebe o que realmente quer ou aceita o que lhe dão?
Pegando o exemplo dessa pessoa que gostou da música que era considerada alternativa para os padrões nacionais. Será que se não existisse essa rádio que na época tocaria essa música ela nunca a conheceria? Tudo bem que hoje em dia existe a internet com rádios segmentadas e tudo mais. Mas será mesmo que as pessoas sempre vão buscar algo que elas ainda não conhecem?
Aí enfim entra a questão de que: Se a Globo, por exemplo, é líder de audiência por dar ao público exatamente aquilo que ele quer ou já que ela é líder ela poderia aumentar o nível cultural da população com programas mais educativos. Os meios de comunicação de grande porte deveriam ser unir para ajudar a população e mostrar novas coisas ou devem mesmo deixar que o público se auto segmente e partir daí busque o que mais lhe agrada?
O que eu não entendo, é essa preferência pela simplicidade, pelo trivial, vejo isso como uma forma de diminuir a população, os dando o simples, uma espécie de alimento mastigado, até que eles se esqueçam até como se mastiga (pensa).
O popular sempre será criticado por uma parcela mais “intelectual” da sociedade, isso é fato. A Jovem Guarda, do hoje tão aclamado Roberto Carlos, já foi rotulada como alienadora. E eu não quero fazer comparações de época que são injustas, mas será que a alienação de Roberto Carlos, com todas as questões políticas da época e tudo mais, podem mesmo se comparar ao “Aí Se Eu Te Pego” do Michel Teló?
Não falo sobre a extinção do popular, do simples. O brega tem que existir. A piada a simplicidade, também tem que fazer parte do dia a dia e na verdade ele sempre existiu, só que tenho a impressão que tudo era mais bem dividido, como se existisse um acordo imaginário sobre a parcela que cada coisa ocuparia na mídia.
O curioso é que a nossa sociedade está cada vez mais moralista, cada vez aparentemente mais esclarecida com o assuntos referentes a direitos das minorias ou classificação etária dos programas televisos. Mas já para outros aspectos culturais, parece regredir cada vez mais. A literatura, por exemplo, já não tem quase espaço na mídia, apenas em programas muito bem segmentados.
E volta a pergunta: Será que a massa realmente prefere coisas com conteúdos mais simples ou ela é apenas uma receptora passiva que aceita tudo que lhe é dada?
No campo da música, em minha opinião as coisas também estão ficando críticas. Será que uma o Cazuza ou Legião Urbana fariam sucessos se começassem hoje? Em que rádio tocariam? Teria espaço no dial nacional uma música que começaria com: “Parece cocaína, mas é só tristeza”? Acho que não. Provavelmente algum produtor os convenceria, de que o Rock acabou e ser Sertanejo é muito mais vantajoso...
Depois do fim da rádio Cidade surgiu alguma banda de Rock Adulto na mídia? As bandas continuaram a surgir, o gosto pelo Rock continuou a existir... O que mudou? Espaço!
Essa questão vai longe, e provavelmente nunca chegaria a uma certeza. Mas a tendência é desastrosa já que cada vez as coisas estão mais simples e objetivas. Talvez para facilitar o entendimento, talvez realmente para alienar. E do jeito que as coisas estão indo, com essa redução de qualidade, eu não me assustarei se em alguns anos o maior sucesso na parada for uma música que contiver apenas algumas vogais do alfabeto... Algumas, pois todas já seria coisa demais...

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