sexta-feira, 12 de julho de 2013

Que Graça Tem?

Imagina se a gente morasse a milhares de quilômetros de distância
Aquela coisa de cantos distintos do mundo.
Um aqui
Outro lá onde o Judas perdeu as botas.
Um vivendo o dia
Enquanto o outro vive a noite.
Um trabalhando
Enquanto para o outro ainda é madrugada.
E assim...
Naquele meio termo
Entre um desencontro e outro
Um sono e bom dia
Um eu te amo cheio de gás em plena 3:47 da manhã
A gente ia continuar tentando.

Imagina se as nossas famílias se odiassem...
A “tradição”
Ódio que passa de geração pra geração.
Aquela coisa de aprender a odiar o outro
Antes de mesmo de amar um semelhante.
Como os Capuletos e Montecchios
Os Berdinazzis e os Menzengas.
Aposto que ainda assim
Escondidos entre os tantos becos da vida
Contrariando toda e qualquer lógica
Fugiríamos
E acharíamos um lugar pra ser feliz.

Imagina se eu fosse um soldado mandado pra guerra...
Uma guerra bem sangrenta
Triste
E sem razão
Como toda a guerra que se preze.
E você passaria dias sem notícias
Me esperando voltar
Passar pela porta
E te beijar.
Mandando cartas sem saber se haveria resposta
Vivendo o fantasma da minha ausência durante meses.
Aposto que com todo sacrifício
Ainda assim
A gente ia continuar acreditando
E esperando o dia de nós encontrarmos.

Agora imagina a gente...
Pensa em nós dois
Assim
Do jeito que somos.
Sem distância
Ódio
Ausência
E me responde:
Que graça tem essa brincadeira
De tornarmos complicado
O que tinha tudo pra simples?

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