terça-feira, 22 de novembro de 2011

Gianecchini X Cazuza

Não, o título não faz nenhuma alusão aos boatos da opção sexual do Gianecchini, nem muito menos traça uma linha conspiratória insinuando que sua doença seja o HIV e não o Câncer. Esse texto também, antes de tudo, não tem nem um pouco de humor ou sarcasmo com um assunto tão delicado e triste como esse, mas sim mostra a minha torcida pela melhora de nosso ator nessa batalha e principalmente minha preocupação sobre esse assunto.
Não sei se mais alguém percebeu, mas essa luta do Gianecchini contra o câncer está muito além de ser só dele e passou a ser de uma sociedade inteira que através disso está colocando toda a sua esperança de cura, seja de alguém bem próximo, seja de um parente, seja dela mesmo no ator.
Quando uma pessoa jovem, bonita, com dinheiro, enfim, uma referência aos padrões de saúde e bem estar tem uma doença tão grave como essa, é normal que a sociedade se abale, e veja que o problema está mais próximo do que se imagina. Pior ainda é quando essa “batalha” é travada perante todos, de uma maneira exposta, em que se pode acompanhar cada passo do tratamento, cada dia de quimioterapia, cada dor, cada esperança, como um reality show detalhado dos acontecimentos.
Tracei um paralelo com o Cazuza, porque meu medo caso o Giannechini não vença essa batalha é que o efeito seja parecido com que o HIV teve com o mesmo na década de 90. Ele era jovem, tinha recursos, era famoso, era adorado, travou sua batalha publicamente, expos sua aparência fragilizada (que é lembrada até hoje como a fase final da doença) e infelizmente veio a falecer naquelas condições, dando a senso comum na época, que a doença não tinha cura. Tudo bem que de certa forma a exposição do Cazuza teve um aspecto positivo no que diz respeito à prevenção da doença, pois o medo talvez tenha feito as pessoas ficarem mais conscientes, porém, depois daquela luta pela sobrevivência tão exposta, tão midiática, quantas pessoas infectadas durante os anos que seguiram, não viveram com a sensação que estavam fadados a morte? E o câncer tem um agravante, pois diferentemente do HIV, ainda não existe um meio de ele ser evitado.
Tudo bem que muitos publicamente já venceram o câncer, assim como muitos publicamente vivem há mais de 20 anos com o HIV, porém, infelizmente uma derrota assim tão acompanhada de perto pode ser um divisor de águas e ter conseqüências desastrosas no que diz respeito ao fator mais importante de todos: A Fé.
Não estou criticando a mídia nem ao Giannechini por essa exposição, acredito sim que uma dor dividida normalmente dói menos, que ouvir palavras de apoio e conforto tem uma parcela grande na recuperação e talvez por isso eu esteja desejando ao Giannechini uma boa recuperação com toda força do mundo, porque pra mim, desde que ele divulgou o acontecido, ele deixou de lutar só por ele...

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