segunda-feira, 29 de março de 2010

E foi só...

Só quando recebi um convite de casamento
Que lembrei do nosso
Que não aconteceu
Só quando me peguei pensando nas crianças
Que lembrei das nossas
Que não vieram
Só quando me peguei sabendo da sua alegria
Que lembrei da nossa
Que não existe
Só quando me peguei saindo sozinho
Que lembrei das saídas
Que agora são tristes
Só quando me peguei vendo um filme
Que lembrei dos nossos
Que a gente já não vê mais
Só quando me peguei comendo no canto
Que lembrei dos jantares
Que nem acontecem
Só quando me peguei quieto no canto
Que me lembrei do nosso silêncio
Que até dói de tão solitário
Só quando me peguei ouvindo aquela música
Que lembrei da nossa
Que já nem toca
Só quando olhei os cartões que me mandava
Que lembrei dos nossos
Que a gente não entrega
Só quando me peguei lembrando o seu sorriso
Que lembrei dos nossos
Que estão enferrujados
Só quando me peguei ouvindo o telefone tocar
Que lembrei das ligações
Que já não vêm
Só quando me peguei tentado descobrir as respostas
Que lembrei dos seus olhos
Que já não me dizem nada
Só quando me peguei acordando sozinho
Que lembrei de nossas noites
Que agora são solitárias
E foi só quando me peguei pensando na minha vida
Que me toquei que a nossa
Já não existe...

Um comentário:

Meu Blog Chegou disse...

Nossa. Profundo, esse.

Gosto de poemas que não rimam.