quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sorte Grande


O que nós faz melhor: O que sentimos ou o que somos?
Desde que me entendo por gente quando se fala sucesso, bem sucedido ou qualquer outra variação da mesma, vem a palavra trabalho, batalha, alguma história de superação ou uma jornada de trabalho de 16 horas diárias. Sim, trabalho é bom. Lutar é fundamental, mas e a sorte? Por que ninguém fala simplesmente: “Trabalhei muito, mas tive sorte”.
Pra mim a sorte, acaso, destino, sincronicidade ou qualquer outra vertente disso é fundamental para ser quem somos.
Sempre cresci ouvindo e admirando histórias de pessoas que conseguiram crescer na vida no meio de adversidades. Órfãos que moravam em favelas e que através do estudo viraram Juízes. Ex-presidiários que através de treinos diários acabaram por se tornar grandes atletas. Pessoas criadas no interior sem luz elétrica em casa, que viraram grandes empresários e por aí vai. Eu acredito que todos esses casos tenham vindo devido ao trabalho, a um grande esforço... Mas e se não tivessem sorte?
A sorte ,ou o que cada um quiser chamar, é um conjunto de probabilidades, possibilidades e incertezas que determinam desde o seu nascimento, o que você pode ou não.
O sucesso na vida de alguém, antes do trabalho vem desde o nível social que a família tem, a educação que foi dada em casa, aptidões, lugar onde nasceu, amizades que fez, pessoas que conheceu, oportunidades que tiveram, descobertas, genética, aparência física, conselhos que ouviu, viagens que pode fazer, namoros, e momentos quase imperceptíveis que fazem toda diferença, e a partir daí, quem sabe... Enfim trabalhar.
A concepção de trabalho e esforço é relativo.  O trabalho também depende de vários outros fatores como por exemplo o limite de cada um.
Imagine que a capacidade de cada um de ir mais e mais é como um músculo. Alguns conseguem mais que outros, mas ambos em algum momento chegam ao seu limite mesmo que com tempos diferentes e com resultados diferentes. Logo, até a sua capacidade de trabalhar mais que alguém, também depende da sorte de ter por assim dizer, uma maior elasticidade nos seus músculos, aguentando mais pressão, tendo um cansaço no intelecto menor, melhor capacidade de foco, etc.
E no que depende do físico? O treino, o trabalho duro  e a disciplina são importantes sim para um bom desempenho de um atleta, mas e os fatores genéticos que deixaram aquela pessoa ser ao menos competitiva? Será que qualquer um é capaz de treinar, treinar, treinar e ser o melhor? Obviamente não. Qualquer um pode trabalhar duro e virar uma modelo internacional? E quantas meninas que são lindas, porém nunca deram a sorte de serem descobertas por ninguém? 
Acho que além de tudo, além do trabalho duro ou de qualquer outro tipo de esforço, fatores muito mais enigmáticos são os grandes responsáveis para ser quem somos e talvez por isso eu nunca  irei entender , como uma pessoa pode ainda ter a coragem de se achar melhor que outra, já que tudo que ela tem, de uma maneira ou outra, veio por causa da sorte.

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