terça-feira, 25 de setembro de 2012

Gato e Rato

Eu sempre tenho a impressão
De que alguns  relacionamentos amorosos
Principalmente no ínicio.
São como uma espécie de jogo.
Tipo gato e Rato
Ou algo assim.
Eu tenho essa impressão
Porque normalmente
Pelo menos no ínicio
Dificilmente existe a mesma sintonia.
Desde o primeiro momento
(Salvo algumas raras exceções)
Os papeis são bem definidos.
Enquanto tem um lado que está mais empolgado
Corre atrás
Está mais disposto
Liga
Manda  mensagem
Chama
Convida
Investe
E realmente espera algo da outra parte.
O outro lado não.
Ou não está tão animado
Ou não liga
Tem cautela
Tem orgulho
Só espera que o outro faça
Não está nem aí
Ou simplesmente
Para manter o equilíbrio da relação
Joga…
E esse jogo
Entre ataque e defesa
Defesa e ataca
Dura bastante
E tem capítulos emocionantes:
Regados de promessas não cumpridas
Bolos e furos
Índicios de mudanças
Dias maravilhosos
Explosões de “nunca mais”
Índicios de bipolaridade
Questões como: Chamo ou não chamo?
E desabafos universais com amigos de que: “Não dá pra entender fulano (a)”.
Sim…
É rídiculo
Porém de uma maneira inexplicável
É emocionante pra quem vive...
Mas como nada na vida dura pra sempre
Nem mesmo os jogos
Em um determinado momento
Bem próximo da vinda do amor próprio
E da vontade de ter alguém
Tudo muda.
O ataque cansa de ser bobo
E a defesa cansa de ser insegura.
Claro que em alguns casos
Ambos se encontram ali no meio do caminho
Entre o ir e o ceder
E enfim entram em comum acordo
Para acabar com essa coisa de gato e rato
E serem simplesmente homem e mulher.
Já em outros casos não.
Em alguns casos
O jogo deixa sequelas irreparáveis
E mesmo quando os lados invertem os papéis
E deixam de ser quem são
Às vezes é tarde demais.
Isso porque ninguém se fala
Ninguém joga limpo.
Dizer o que sente e quer
É proibido.
Ninguém tem mais peito pra falar nada
Pra ser sincero.
Quem diz demais é considerado bobo
Carente.
Não pode deixar o outro lado confiante
Nem inseguro
A moda agora é não falar
É deixar indiretas
É deixar entender.
E assim:
Ninguém se acerta
Ninguém se entende.
Porque  sem dizer nada
Quem era procurado
Com medo de perder quem não merece ser perdido
Enfim vai atrás…
E quem ia atrás
Talvez cansado de ter perdido tempo a toa
Agora fica de longe
E  usa a desculpas pra si mesmo de que faz fez muito
Talvez pra justificar
O fato de que já não quer mais…

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