quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Último Poema Sobre Nós

Triste...
É ver a gente assim.
Com essa vela já apagada
Mas como uma chama
Que já não queima
Mas brilha...
Triste...
É ver a gente assim.
Com outras histórias já em pauta
Com todos os porta- retratos já preenchidos
Ainda espiando na gaveta
Com saudade do nosso sorriso naquela foto...
Triste...
É ver a gente assim.
Descobrindo que o tempo também pune.
Tão magoados com a vida que passou
E levou toda aquela paixão
Sem ao menos perguntar se a gente tinha acabado.
Triste...
É ver a gente assim.
Dando as costas mas virando o pescoço
Seguindo em frente
Deixando o lugar vazio no banco
Mas ainda sim incomodados com quem sentará em nosso lugar na mesa.
Triste
É ver a gente assim.
Indo embora
Cada um em seu caminhão de mudança
Seguindo para casas novas
Mas um dando a chave para o outro
Só pra evitar o Adeus.
Triste...
É ver a gente assim.
Sabendo enfim que as coisas não tem jeito
Que isso será melhor para nós dois
Mas mesmo assim
Chegar a noite e deixar toda a racionalidade de lado
E ainda se perguntar:
“Por quê?”.
Triste...
É ver a gente assim,
Se machucando desse jeito
Com esse eterna mania de falar diversas vezes
Chegar sempre a mesma conclusão
De modos diferentes
Mas ainda sim sofridos.
Triste...
É ver a gente assim.
Morrendo de saudades
Respirando essa história mesmo sem ar
De ficar se equilibrando
Entre
O sentir pouco a ponto de  não conseguir mais sermos nada
Mas ainda sim
Forte o suficiente para de jeito nenhum
Conseguirmos deixar o outro realmente ir embora...
Triste meu Deus
É ver a gente assim...

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