Eu não sei vocês
Mas eu preciso confessar que sou nojenta.
Sou nojenta porque beijo com vontade
Do tipo que baba
E tira o fôlego.
Sou nojenta porque não sigo padrões nem regras.
Porque não me prendo a nada
Muito menos a um relacionamento falido por medo de ficar sozinha.
Na verdade tenho nojo de quem acha que pra ser feliz
Tem que ter alguém.
Sou nojenta porque faço coisas
Porque experimento.
Sou nojenta porque não finjo orgasmo
Porque dou de primeira
De segunda ou de terceira
Sem medo do que vão pensar.
Sou nojenta porque não engano
Porque tenho palavra
Falo a verdade
Digo que não estou afim
Mesmo que machuque
Mas não acho justo deixar ninguém a mercê do meu silêncio.
E interpretar ele do jeito que eu quiser.
Sou nojenta porque falo e faço sacanagem
Cuspo
Engulo
Sem padrões.
Às vezes nem to com vontade de nada.
Sou nojenta porque sou independente
Porque vou por lugares sozinhas
Não espero amigos
Nem príncipe encantado para me dar carona.
Sou nojenta porque bebo
Todo porre
Falo palavrão
E me saio muito bem em uma roda só de homens.
Sou nojenta porque divido a conta
Porque não faço tipo.
E se meto a mão na carteira
É porque realmente quero pagar.
Sou nojenta porque não julgo
Não tenho padrões ou tipo definidos.
Saio com quem mexe comigo
Quem acho interessante
Com quem me dá na telha
Nem que seja por uma noite e nunca mais.
Dou bola para aquela cara mais feio do mundo
Só por ter conseguido tirar de mim meu sorriso mais sincero.
Sou nojenta porque falo sobre tudo
Porque não sou escrava da moda.
Porque leio livros
Enquanto você se mata na academia.
Sou nojenta porque prefiro ser do que parecer
Porque meu Instagram não diz nada sobre mim
E pra descobrir quem eu sou
As pessoas têm mesmo é que perguntar.
E no final de tudo
Sou nojenta porque faço
Tudo aquilo que você morre de vontade
de fazer
Mas que infelizmente acha nojento demais
Pra assumir...
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