segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

E A Tinta Faz Diferença?

Não sei por que algumas vezes
Em um ato totalmente irracional
Queremos simplesmente “mudar” alguém.
Irracional sim!
Porque nesse exato momento que queremos
Que o outro vire outra pessoa
Estamos caindo em contradição
Por querer "melhorar" algo
Que nos interessou por ser do jeito que era.
Ou será que na hora que olhamos para alguém
Colocamos-nos como Caça Talentos e dizemos:
“Hum, ele (a) tem potencial
Só precisa de uns ajustes”.
Estamos ficando cada dia mais imperfeitos
Nessa busca neurótica pela perfeição
Baseada no mantra de que algo melhor sempre está por vir...
A gente tem a escolha de esperar esse Conto de Fadas
Ou amar alguém imperfeito por um todo.
Será que ninguém nunca vai ser bom o suficiente para nós?
Eu nunca entendi
Como a gente conhece a pessoa de uma maneira
Apaixona-se pelo jeito
E com o tempo quer simplesmente mudar
Esquecendo que
Certas coisas nasceram pra ser do jeito que são.
Talvez nesse momento
A gente não se lembre
Que os defeitos também são apaixonantes.
É como se comprássemos com muito sacrifício
Em um leilão disputado
Um quadro fascinante
E quando chegássemos em casa
Pegássemos um pincel
Pra dar um toque especial
Só pra deixar o quadro do nosso jeito.
Não!
O quadro era disputado
Era especial
Do jeito que era.
Mesmo que faltassem umas tintas em alguns locais
Mas ele era bonito
Exatamente por ser assim
Único...
Raro da sua maneira...
E daí
No fim das contas
Quando a gente muda tudo
E percebe que os quadros também tem seus sentimentos
A gente enfim descobre
Que a graça mesmo
Sempre foi
Aquela tinta que estava faltando...

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