Esse fenômeno, ou na verdade essas pessoas, no qual certa
vez me deram a nomenclatura de “Parasitas Emocionais” (e eu achei fantástico), estão
cada vez mais comuns entre as relações interpessoais da modernidade.
Os Parasitas Sociais são aquelas pessoas carentes, ou estão
em um momento de profunda carência, que encontram outros para suprir essa
necessidade afetiva, mas ao mesmo tempo não estão prontas para se entregar,
doar, dar, ouvir e conviver com toda a troca básica que existe em qualquer tipo de relacionamento. O parasita emocional, como o próprio nome já
diz, apenas que sugar o melhor da pessoa, a melhor parte, seja ela um: sorriso,
atenção, preocupação, afeto e até em determinados momentos o amor, sem ter que
dar nada em troca.
Talvez o Parasita Emocional seja um produto de uma nova
realidade social. Uma pessoa com todas as angústias e necessidades de um ser
humano normal, mas que ao mesmo tempo vive encantado com esse mundo de
possibilidades e de relações superficiais no qual se pode ter várias coisas ao
mesmo tempo, sem ter compromisso efetivamente com nada. Tirando o melhor de
tudo, de cada casa sensação, de cada pessoa. Como se pudesse através de toda qualidade
de alguém, montar um relacionamento
ideal.
O que o Parasita Emocional não se dá conta é que as pessoas,
ainda que na vida deles vivam em um coletivo, nas suas próprias vidas são
únicos. E assim não percebe que nessa atitude de ser o centro dos problemas e de
falar apenas quando deseja, do outro lado também existe uma pessoa com
sentimentos que se envolve, que se apega a cada chamado carinhoso, que cria
esperanças, fantasias. Que acha que conquistará, que pensa que tudo é uma mera
questão de tempo, que em breve será percebida como única. Que aquele que chama não achará ninguém especial
tão facilmente, e assim... Se prende nesse ciclo. Arruma justificativas para
não ir embora.
Mas é o Parasita Social quem da às ordens na casa e faz o
outro lado de submisso. Dita as regras, fala quando precisa, vê quando é
cômodo. É capaz de criar uma rotina durante a semana com alguém recheado
de: “bom dias, ”boa noite”, horas falando sobre tudo, sumir no final de
semana por completo fazendo coisas do seu interesse e na segunda voltar a
aparecer como nada tivesse acontecido, como se ainda estivesse tudo bem.
Com isso, o Parasita Social vive em uma situação contraditória,
pois ao mesmo tempo em que espera um acontecimento grandioso, um sinal, fogos
de artifícios, um encontro de novela para enfim tomar um partido por alguém.
Prende o outro lado na esperança ilusória de aquela pessoa que no momento é só
um passatempo para ajudar aguentar o tranco da vida, possa em algum momento com
um passe de magia, sem esforço algum, sem realmente tentar ter algo mais, ser
capaz de preencher por completo o vazio que ainda o faz andar por aí.
Infelizmente o que o Parasita Emocional não sabe, é que o
segredo da vida talvez seja dar valor a todo mundo que nos dar valor de volta.
Seja ver que por trás daquela rotina, pode existir uma história de
companheirismo muito maior do que a dos filmes. Seja enxergar que aquele
carinho e dedicação tão pacificadores podem também ser transformados em um amor
muito mais forte e consistente do que uma paixão que se viveu no passado. E
principalmente, o que o Parasita Emocional não sabe, é que tudo isso depende
exclusivamente dele tentar ver que muito mais prazeroso que apenas sugar alguém,
é dar da uma chance verdadeira a si mesmo, de procurar ser feliz também doando...
Um comentário:
O problema é ainda nao ter profilaxia para esse tipo de parasita.... e enquanto ele nao descobre que tudo pode se transformar , o outro se transforma em nao querer mais....
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