quinta-feira, 22 de maio de 2014

5 vezes ao ano

E eu me apaixono 5 vezes ao ano...

Na primeira vez eu sou intensa.
Me derramo.
Me entrego.
Pulo de cabeça.
Faço planos.
Quero casar em uma semana.
Planejo lua de mel.
Escolho o colégio dos filhos
O nome do cachorro.
Acho que estava escrito
Que é um amor de outras vidas.
Até que quebro a cara
E aprendo que não posso me entregar demais assim.

Na segunda vez sou mais contida.
Espero um pouco para ver se realmente quero casar
Passar uma vida.
Mas ainda assim
Mesmo que timidamente faço alguns planos.
Não tiro o olho do celular
Espero mensagens.
Coloco no simples fato de falar com a pessoa ou não
A alegria do meu dia.
Até que um belo dia sem motivos
Ou por culpa minha
Acaba!
E mesmo doendo menos
Aprendo que não dá pra ser assim.

Na terceira estou mais madura
Mas ainda tenho esperanças de que agora vai.
Sou mais contida.
Vou fazer minhas coisas.
Me afasto do celular.
Tento não pensar tanto
Não ter tanta atitude
Não colocar a minha vida nas mãos de alguém.
Me permito viver outras coisas.
Até que o que era bom vai ficando morno
Acaba friamente como o pote de sorvete
Que eu afogo as minhas mágoas
E apendo que essas coisas não funcionam comigo.

Na quarta sou racional
Entro descrente
Procuro outros pontos de vista para me apegar.
Foco nas qualidades
Me aproveito das circunstâncias
Envolvo-me não por sentimentos
Mas talvez por uma necessidade quase social
De ter alguém.
Fico junta quase que por uma falta do que fazer.
Até que não consigo sustentar
E aprendo que a paixão 
Pelo menos pra mim
Precisa de emoção.

Já na quinta não faço nada...
Não corro atrás
Sou dura.
Difícil.
Recuso convites.
Não sou carinhosa
Não faço planos.
Não espero nada.
Sou desinteressada.
Apenas cumpro tabela...
E assim
Quando acaba
Antes mesmo de começar
Que eu vejo que morro de saudades de ser quem eu era.
E que apesar de tudo que passou
Mal posso esperar pelo ano que vem
E a incrível chance que ele vai me dar de viver tudo de novo outra vez.
Com a inocência única de quem se apaixona
E acredita
Apesar de todas as desilusões
Que aquela é enfim
A primeira vez...

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