sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Menos Que Palavras

Não sei muito bem "por que"
Temos a necessidade de ouvir certas coisas.
Com tantas atitudes
Dicas
Deixas
Insinuações
Enfim...
Um festival de entrelinhas...
Mesmo assim
Em certos casos a gente exige uma resposta:
“Eu quero ouvir isso da boca dele”
“Quero ver falar isso olhando dos meus olhos”
Como se o fato
De em determinado momento
A fala não ser uma cópia fiel de suas atitudes
Fosse mudar o fato de ela realmente achar ou sentir aquilo.
Como se nesse caso
Contrariando o maior dos clichês
As palavras valessem mais que as atitudes...
Certas coisas não precisam ser ditas
Elas falam por si só...
Tem gente que diz praticamente tudo com o silêncio
E mesmo assim a gente continua nessa sede de ouvir palavras...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Quando Eu Digo Não é Não...

Quando eu digo não é não.
Não ligo
Não procuro
Não dou atenção.
Quando eu digo não é não.
Não fico
Não aturo
Não abro exceção.
Quando eu digo não é não.
Não chamo
Não conto
Não caio em tentação.
Quando eu digo não é não
Não amo
Não do desconto
Não escuto o coração.
Quando eu digo não é não.
Não choro
Não volto
Não mudo a decisão.
Quando eu digo não é não
Não adoro
Não me solto.
Não tenho educação.
Quando eu digo não é não.
Não sinto saudade
Não fico afim
Não pego a sua mão.
Quando eu digo não é não.
E mesmo que eu morra de vontade
Que queira dizer sim
Entenda de uma vez por todas que quando eu digo não... É não!

Tô Fora

Acho engraçado
O tempo que a gente perde
Achando que o que sentimos por outro é recíproco.
Que é só porque nesse exato momento estamos pensando em alguém
Quer dizer que esse alguém também em algum momento pensou em nós.
Que é só porque o coração vai a mil só de ver
Que o da pessoa no mínimo foi a cem...
Não...
Doce ilusão
Achar que os sentimentos têm de ser correspondidos.
Sentimentos não são interesseiros
Eles precisam ser cativados
Mas normalmente não pedem nada em troca.
Talvez por isso a gente se engane
Com essa teoria conspiratória que o lado de lá sente igual.
Nesse desconstrutivismo de atitudes
Se pegando nos detalhes mais aleatórios
Como se esse fosse o nosso pagamento
A nossa justificativa pra continuar a sentir.
Agora pensando no outro lado da coisa.
Imagina que cruel
Seria eu ter a obrigação de sentir algo por todo mundo que também sente por mim
E assim
Viver meio que nessa obrigação
De ter de sentir algo de volta
Por todo ser carente
Que um dia
Seja lá por que motivo foi
Se encantou com meu sorriso.
E ter que viver em um mundo digno de Disney
Feito de pares certos e escolhas eternas
"Até que a morte nos separe..."
Tudo bem que só assim
Eu nunca mais iria sentir o vazio que é o de amar sozinho.
Mas eu ter que por isso
Perder o gostinho de um dia olhar pra alguém
E falar: "To com outra pessoa..."
Ah não, não vale...
Se for assim
Prefiro por hora
Continuar me magoando...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um Dia

Então
Ta tudo aí
Roupas
Sapatos
Retratos
O disco do Legião
Pode conferir.
Olha tudo agora
Aproveita
Demora
Que to com tempo.
Não quero ter que voltar
Na porra desse apartamento.
O cachorro
Meu amigo
Fica comigo
Nem tenta
Negociar.
Nunca vi você fazer um carinho
Nem mesmo
Levar pra passear.
Esse relógio eu levo
Com tudo que é meu.
A geladeira fica pra você
Afinal foi o seu pai que deu.
Agora não sei porque
Ta insistindo tanto
Em ficar com esse fogão.
Vai me deixar sem comida?
Não bastar eu ter que dormir no chão?
Você come aqueles congelados
Que sua mãe sempre mandou
O fogão sempre eu que usava
Você nunca cozinhou
Enfim...
Nossas pendências
Nem precisa do advogado.
Depois de tanta convivência
Podemos pelo menos ser educados.
Dividindo
Nessas caixas velhas
A nossa história.
Cadê a galera da mudança
Já ta passando da hora.
Também queria que te pedir
Antes de aparecer com alguém
Vê se me preserva um pouco
Deixa eu ficar bem.
Apesar de não ter dado certo
O que a gente passou
Foi muito bonito.
Até porque pra ser marcante
Não precisava ser infinito.
Mas sei lá
Não dá mais....
O chato nisso tudo
É eu ter que colocar umas caixas
Na casa dos pais.
O ap novo que eu arrumei
É Muito pequeno
Ta foda de grana
To precisando de um aumento
O dinheiro mal da pra semana.
Mas sei que é uma fase
E isso vai passar.
Você me conhece
Eu to caído
Mas eu vou levantar.
E um dia venho aqui
Colocar a conversa em dia
E fazer a velha e boa massa.
Sei que vamos rir de tudo
Mas ainda não acho graça.
Quem sabe só aí
Depois de um tempo longe
Você perceba meu valor
E com o jeito meigo
Se insunue pra voltar
E eu enfim
Fale que passou...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ah Tá

Esse peito não é seu
Você comprou!
Essa barriga não é sua
Você pagou!
Esses cílios não são seus
Você encomendou!
Esse cabelo não é seu
Você alisou!
Tudo que tem na vida
Teve que fabricar!
O que te faltou
Teve que comprar!
Será que consegue olhar no espelho
E ainda se enxergar?
Ainda tem a cara de pau de me chamar de falso?
...
...
Ah tá...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Disfarço Bem

Eu quero que siga sua vida
Pra eu não te enxergar quando olhar pra trás.
Quero que acabe com as minhas recaídas
Gritando na minha cara que não quer mais.
Eu quero que seja fria
E assuma que nunca houve amor entre a gente.
Eu quero tirar essa roupa de nostalgia
E passar a me vestir de presente.
Eu quero que tenha uma paz fenomenal
E o que sobrar, por favor passe pra mim.
Eu quero que organize nosso funeral
E que enfim Deus decrete que foi o fim.
Eu quero que se complete toda
Que um dia realmente encontre alguém.
(Mas cá entre nós, eu quero mesmo é que você se foda)
Mas eu finjo pros outros que quero seu bem...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Bem Que Você Podia

Bem que você podia me fazer uma surpresa
E acabar com essa tristeza
Que pelo visto é só minha.
Bem que você podia me dar a certeza
De que no fundo ainda é minha princesa
E que sumiu de “brincadeirinha”.
Bem que você podia dizer que ainda pensa
Que sente uma saudade imensa
Mas que em breve ta de volta.
Bem que você podia causar uma desavença
E sem ao menos pedir licença
Simplesmente aparecer em minha porta.
Bem que você podia fazer uma declaração
Tanto faz se for no jornal, na televisão
Ou em uma barraca de feira.
Bem que você podia me mandar um cartão
De preferência escrito a mão
Pra coisa parecer mais verdadeira.
Bem que você podia ao menos pegar o telefone
Dizer que sempre fui o seu homem
E terminar com um “me espera”
Bem que você podia me gritar pelo nome
E me implorar: “Porra não some”
Ou ao menos voltar a ser o que era...