...E você eu guardei com todo carinho...
E até achei mesmo que você fosse voltar
Como quem voltasse
de uma viagem longa.
Falando-me
um monte de coisas que qualquer um que gosta
Sonha em
ouvir.
Como que
sentiu saudade
Que se
arrependeu de tudo que fez e disse.
Que não se imagina
sem estar comigo.
E que eu
era sim o homem da sua vida.
Ou talvez
nem tivesse coragem de me falar tudo isso.
Apenas apareceria
do nada
Com alguma
desculpa trivial:
Que sonhou
comigo
Que se
lembrou de mim porque comeu pipoca com amendoim
Ou ouviu
Legião Urbana.
E daí eu ia
ficar um tempo te olhando
Ou quem
sabe para sua mensagem.
Apenas olhando
Sem dizer
nada...
Até ter
coragem de te contar tudo que estava engasgado dentro de mim:
Que você me
doía demais.
Que eu não não estava conseguindo seguir de boa.
Que você é
a primeira coisa que me vinha a cabeça quando abria os olhos.
Que eu
pensei em você todos os dias.
Que eu me
lembrava de você em tudo que ouvia.
Que tinha
um pavor de passar na frente da sua casa
E que em meu
silêncio existia muito mais medo
Do que
descaso...
Por algum
tempo eu até achei que te encontraria.
Na rua
Na academia
Em algum supermercado comprando tapioca.
No meio de alguma
festa
Em uma esquina
Ou no meu clichê favorito do banco de praça.
Precisava te ver
Só pra te dizer aquele monte de coisas
Pra te
dar um abraço igual ao do primeiro dia
Te olhar
nos olhos como no primeiro dia
E rezar profundamente
Só para ver se o
tempo voltava
Nem que por alguns minutos
Para aquele primeiro dia.
Mas aí o
tempo foi passando
Entristecendo.
As coisas continuaram a acontecer mesmo sem você.
As pessoas foram chegando sem você conhecer.
Minha rotina já não tinha você no final.
Passei a
contar os dias que você foi pela cartela de antidepressivos.
E a data dá
sua ida foi ficando cada vez mais longa
Que foi até
fazendo aniversário
Mas sem
direito a sorriso
Bolo
Ou parabéns.
Nossas
fotos foram se perdendo
Ficando
cada vez mais distantes no álbum do celular.
Assim como
nossa rotina
Os acontecimentos
de cada vida.
E nós...
E assim
Quando a
ficha então caiu
E de tudo
em tudo que eu já
quis viver
Dizer
Ou ouvir
Agora era
apenas a verdade.
Enfim a
verdade que eu
queria
E enfim
precisava para fechar o ciclo.
Precisava
dessa conversa.
Precisava entender o que aconteceu
O que eu vivi
O que vivemos.
O que tivemos.
Precisava saber do que te chamaria
O que eu sentia
Como te guardaria
Para conseguir ir
E te deixar ir em paz...
Mas aí mais uma vez o tempo
Esfregando esse silêncio na minha cara
Como quem dissesse "acorda!".
Só
confirmaram que eu não precisava de um fechamento
Não precisava
escrever sobre você pra fechar o ciclo.
Porque o
ciclo sempre esteve fechado.
Fechou no
dia que nos dissemos quase tudo.
Fechou no
dia em que te encontrei como quem ia para um abatedouro.
Fechou no
dia que coloquei a roupa que você mais gostava
Só pra te
ouvir dizendo que não gostava mais de mim.
Fechou no dia em que enfim percebi que:
Eu não era pra você
Você não era pra mim.
E apesar das lágrimas
Esse tal ciclo que eu queria tanto fechar
Já estava mais que fechado
Enterrado
E esquecido.
Provavelmente nem existiu
Como qualquer lembrança sua na minha casa.
E assim:
Da fantasia eterna da parceria do "nós"
Eu vivi mesmo
Foi tudo sozinho.
Foi covardia despertar tanta coisa
Se você não pretendia ficar.
Ninguém é obrigado a gostar de ninguém
Mas a verdade que eu tanto te pedi
Nunca custou nada.
Eu apenas precisava de um fim para o meu recomeço...
Foi covardia despertar tanta coisa
Se você não pretendia ficar.
Ninguém é obrigado a gostar de ninguém
Mas a verdade que eu tanto te pedi
Nunca custou nada.
Eu apenas precisava de um fim para o meu recomeço...
Obs: Juro que tentei te guardar com todo carinho
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