quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Até Ela Seria Se Pudesse

A tristeza nunca quis ser triste
Assim do jeito infeliz que é...
Ela nunca quis esses olhos marejados
Sem vida
Incapazes de expressar qualquer reação aos acontecimentos.
Nunca quis esses dias sem cor
Sem prazer
Sem vontade.
Nem muito menos viver assim pelos cantos
Sozinha
Com um medo absurdo do amanhã
Que às vezes
Em silêncio sem contar pra ninguém
Até torce pra não chegar...
A tristeza nunca quis ser tão pra baixo
Pessimista
Nem achar que as coisas não dariam certo
Que nada mudaria
E que como um filme repetido
Todas as vezes teriam o mesmo final
E tudo seria sempre como é...
A tristeza nunca quis ser de chorar a toa
Ter aperto no peito
Nem viver preso a um passado que já deixou de existir a muito tempo.
A tristeza odeia ter que ficar em uma cama
Revirando-se a noite de um lado pro outro
A procura no pensamento
De problemas insolucionáveis
Entre culpas e arrependimentos
De uma vida que não volta mais.
A tristeza nem acha legal insistir naquilo que não tem mais sentido
Correr atrás de tudo que não tem valor
Implorando por migalhas
Por algo que não tem sentido
Jogando o resto de todo amor próprio no lixo.
A tristeza nunca quis tomar remédio
Nem lotar os consultórios de psiquiatria
Se achando a pessoa mais sem sorte do mundo
Por sentimentos
E fracassos que na verdade todo mundo têm...
Porque a tristeza
Nunca escolheu ser assim tão triste
Do jeito que é...
Se perguntassem pra ela desde cedo
Possivelmente escolheria ser feliz...
Mas e você que tem escolha de ser?
Consegue me dizer
Por que mesmo que não é?
 

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