quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

45 Dias Sem Sol

A grande verdade 
É que mesmo com todo espírito aventureiro
No fundo mesmo gostamos de uma certa segurança.

Gostamos de programações
De ter planos
Metas
Objetivos
Enxergar estradas
Pistas
Pegadas
E tudo mais que nos dê uma noção
(Ainda que inverossímil)
De que estamos seguindo algum caminho.

Mas aí que o destino
O acaso
A sorte
O azar
A sincronicidade
Ou qualquer outra nomenclatura que usamos pra justificar o injustificável
Nos mostra quem realmente manda
E todo aquele caminho traçado
De um momento pro outro some.

É nesse momento que as portas se fecham
As cores se vão.
As nuvens aparecem
O sol some
As perguntas floreiam
As respostas somem
E viver...
Ah viver se torna complicado.

Estranhamos a sensação antagônica de tudo e nada.

Não temos nada
Poder ser tudo novamente assusta.

Não vemos caminhos
Não enxergamos metas
Não temos mais planos.

E a liberdade tão almejada nas palavras
É tão livre que até assusta.

Não sabemos aproveitar o agora
Não nascemos para viver a deriva.

Precisamos desde sempre enxergar a evolução.
Um caminho
O pular das séries
Os aniversários
Os períodos da faculdade
Um mapa da carreira.

Até que o tempo
Que até aqui pareceu vilão
Começa a se redimir.

Saímos da nossa visão
Mudamos de perspectivas
Enxergamos o ciclos das coisas
E percebemos que o clichê sempre esteve certo
Todo fim
É uma excelente oportunidade para um novo recomeço.

E aí partir daí
Quando conseguimos realmente perceber que nada é garantia.
Que o amanhã pode não chegar
E a única coisa que temos de concreto é o agora.

Portas se abrem
Aprendemos a ver a beleza das nuvens
Descobrimos novas cores que nem sabíamos ser possível
O sol se torna ainda mais forte que antes
E enxergamos tudo que sempre esteve ali todo momento
Mas que nosso desespero não nos deixava ver.

E assim 
A sensação de poder ser tudo novamente se torna tão linda
Tão forte
Tão intensa
E tão poderosa.

Que pensando novamente naquele final
A gente só consegue ser grato mesmo

Por esse novo recomeço...

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