terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Fábula Da Menina Que Não Respondia

Era uma vez uma menina que não respondia...
Porque achava que era bonita demais
Atraente demais
E o rapaz não chegava à sua altura.
Merecia coisa melhor.

Era uma vez uma menina que não respondia...
Porque que não tinha vontade de ter uma conversa.
Interesse em conhecer alguém além da aparência.
Tinha “preguiça disso tudo”
E a certeza que seu silêncio valia mais.

Era uma vez uma menina que não respondia...
Porque nasceu sem senso de educação.
Sem noção do que podia ou não.
Com uma falta de respeito ao próximo
Quando o próximo não interessava.
Com a sensação de poder fazer o que quiser.
Não devia satisfação.

Era uma vez uma menina que não respondia...
Que não dizia nem sim nem não.
Nem nunca
Muito menos talvez.
Que não dava explicações
Nem mentia
Muito menos era sincera.
Se achava o máximo.
Achava mais legal ser assim...

Era uma vez uma menina que não respondia...
Com um senso de julgamento errado
Dessas que julgava pela capa
Dessas que cansava e enjoava de tudo.
Dessas que achava que parecer é melhor que ser...
Dessas que não entrava a fundo em nada.
Dessas que esbarramos todos os dias.
Dessas que se acha demais...

Até que um dia
Seguindo a lei do retorno
Ela se apaixonou
E encontrou um rapaz:

Que também se considerava bonito demais para ela
Que também achava que merecia coisa melhor.
Que também não tinha vontade de ter uma conversa
Que também tinha “preguiça de tudo”
Que também não tinha respeito ao próximo.
Que também achava que não devia satisfação.
Que também não dava explicação
Que também se achava demais...
E que pra surpresa dela
Também era desses
Do tipo que não respondia...

Pro menino
Um dia veio a lição
Que sempre quem se acha melhor que alguém
Uma hora ou outra
Também vai se considerar pior...

E pra menina
Foi na infelicidade de um vácuo
Que ela enfim pôde perceber
O quão digno de pena
Era o seu silêncio...

“E assim viveram os dois
Infelizes para sempre”


FIM

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